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O soldado apressou em se levantar. Correu até Dark e com muita dificuldade trouxe o animal para mais perto, havia corpos de mais espalhados pelo chão.

– Vamos, Thomas. Precisa levá-la para o Castelo o mais rápido possível. – o soldado falou, voltando a se agachar perto de Thomas e Rose, colocando um de seus braços sob as costas dela e o outro por trás de seus joelhos, e, com um movimento rápido e sem esforços, ergueu a Rainha desacordada. – Precisa se recompor!

Thomas estava desesperado e desacreditado demais para falar qualquer coisa. A informação de que Rose ainda estava viva o fez paralisar. De alegria, de esperança, de incredulidade, de medo de que Hames estivesse errado ou que estivesse apenas imaginando. Seja como fosse, ele se agarraria àquilo como nunca se agarrou em algo em toda a sua vida. Essa esperança era o que, no momento, o estava mantendo minimamente são. Tinha medo de pensar na outra alternativa.

Forçou a se levantar. Suas pernas tremeram violentamente.

– Como farei isso? – ele perguntou, baixo. – Não posso montar o Dark. Ele não me deixará monta-lo.

– Terá que fazê-lo. – Hames retrucou preocupado. – A vida da Rose vai depender disso. Dark é o cavalo mais veloz dos três que temos aqui... Todo segundo é importante, Thomas, ouviu? Os batimentos dela estão fracos, não sei quanto tempo resta. Você precisa chegar rapidamente ao Castelo. Chegarei lá tão rápido quanto eu puder. Entendeu? – perguntou com voz firme.

Thomas balançou a cabeça.

– Tudo bem... eu farei isso. – ele falou e se aproximou de Dark que continuava inquieto. Segurou as rédeas do animal, que protestou contra o ato, e o montou. Surpreendentemente, Dark não fizera nada do que Thomas esperava. Não distribuiu coices, não se balançou violentamente para derruba-lo, nem tentou morde-lo. Relinchou uma vez, mas permaneceu quieto, imóvel, e Thomas pensou que talvez o animal entendesse o porquê ele o montara.
Hames levou Rose até Thomas, e os dois conseguiram com cuidado colocá-la sentada de lado sobre a sela, entre os braços de Thomas, que segurava as rédeas, e com a cabeça encostada em seu peito.

– Vá. – Hames mandou.

– Ela ficará bem, Hames. – Thomas falou para o soldado extremamente angustiado. Queria que Hames acreditasse nisso, pois sabia o quanto Rose significava para o soldado. Aquelas palavras eram também para fazer com que o próprio Thomas acreditasse.

Então Thomas, com um agito de mãos, colocou o enorme corcel negro em movimento. Não perdeu tempo para colocá-lo para correr, tão rápido quanto fosse possível. Apertando o abraço em volta de Rose, a mantendo-a firme contra ele, segurando as rédeas com uma só mão e temendo que caísse do cavalo que se movia veloz como o vento, Thomas galopou pela estrada de terra que ligava o centro da Capital ao Castelo.

Olhando frequentemente para o rosto inexpressivo de Rose e para a grande construção de pedra que se mostrava maior e mais próxima a cada minuto.

– Estamos chegando, Rose. – ele falou. – Aguente firme. Por favor, aguente firme.

Levaram não mais que três minutos para que Thomas irrompesse aos gritos pelos portões abertos do Castelo. Clamando por ajuda para todos no pátio que o olhavam confusos.

Quando conseguiram entender o que as palavras confusas de Thomas gritadas diziam, e quando perceberam assustados que ele estava coberto de sangue e, pior ainda, que a pessoa que estava desacordada sobre o cavalo era a Rainha, todos se desesperaram. Os empregados gritaram de terror, outros correram de um lado para o outro como formigas.

– Ela precisa de um médico! – Thomas conseguiu se fazer claro.

Soldados correram, gritando comandos uns aos outros. Thomas viu quando o General e, agora, Conselheiro George saiu às pressas de dentro do Castelo, e veio diretamente para Thomas que ainda estava montado e, com ajuda de outros soldados, retirava cuidadosamente Rose sobre Dark.

A Rainha de Ennord: O Confronto dos Grandes ReisOnde histórias criam vida. Descubra agora