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Rose observou o grupo de sobreviventes passar ao seu lado. Seus olhos correram pelas esposas do Joseph e seus filhos; assim como pelas esposas dos nobres e pelos filhos deles que eram crianças – e por essa razão ainda estavam vivos; por Robert e Ellie e pararam por um tempo mais longo nas gêmeas.

Rose iria mata-las. Quinze minutos atrás estava certa disso. Tão certa quanto o nascer do sol. Estava bem próxima de realizar tal ato.

Quando matou o rei e seguiu na direção do grupo que restava, Robert enfim tomou uma atitude e se colocou em frente às suas filhas, com sua espada em punho. Ele percebeu que Rose as mataria e teve que fazer alguma coisa para tentar impedi-la. Não conseguiu. Em poucos minutos, Rose o desarmou e o feriu em seu ombro direito. Aron o segurou após o duelo, o soldado estava enraivecido, mas não fez nada além disso, mesmo que sua mente o mandasse cortar a garganta do Robert e assisti-lo engasgar com seu próprio sangue.

Robert continuou se debatendo – o máximo que seu ombro ferido permitia – e gritando para que Rose parasse, mas ela não o dera atenção.

Quando Rose avançou mais um pouco, foi a vez da Ellie tentar para-la, como se tivesse alguma chance. Rose só precisou de um único golpe para tirá-la do caminho, fazendo Ellie cair desmaiada.

Por fim, não havia mais ninguém entre Rose e as duas meninas. As outras mulheres, antigas rainhas, presentes na sala, certamente não se arriscariam por crianças que não eram suas, ninguém seria tão altruísta. Rose caminhou lentamente até as gêmeas, parando na distância exata necessária entre a ponta de sua espada e as crianças, que estavam aterrorizadas e olhavam para Rose com os olhos arregalados cheios de lágrimas, como se a mulher à sua frente fosse a personificação de todos os monstros que elas temiam. Mas também era compreensível, elas haviam assistido Rose matar e ferir muitas pessoas naquele dia, incluindo seu avô e seus pais.

– Olhem para seu pai, meninas. – Rose disse. – Foi por causa deles que eu vim atrás de vocês. Nada disso teria acontecido se o traidor do seu pai não tivesse sido tão desprezível e covarde. É culpa dele que vocês morrerão agora.

– Rose, por favor! – Robert gritou desesperado. – Estou implorando! Faça o que quiser comigo, por favor, não as machuque. Não as machuque, Rose. Por favor, eu imploro, me mate. Me mate, Rose!

Robert tentou novamente se levantar, e dessa vez Aron – impaciente – usou uma de suas mãos para apertar com força o ferimento aberto no ombro dele, o que resultou em um grunhido alto de dor.

– Não se preocupe, Robert, vai chegar a sua vez. – Rose falou por cima do ombro, mas sem olhar diretamente para ele. Rose não havia o matado de imediato pois queria que ele a visse matando as gêmeas. Queria que Robert sofresse o tanto que ela estava sofrendo.

Ellie aos poucos foi acordando de seu desmaio e também começou a implorar aos gritos para que Rose não matasse suas filhas.

Rose ergueu sua espada dourada. As garotinhas se abraçaram, tentando se proteger, fecharam os olhos com força e se encolheram, ficando ainda menores do que já eram. Robert e Ellie gritaram mais alto e tentaram inutilmente alcançá-las, mas ambos ainda estavam sendo mantidos em seus lugares pelos soldados. Os filhos do rei choravam ainda pela morte de seu pai e as outras rainhas continuavam pedindo para que Rose poupasse seus filhos, mesmo que soubessem que era improvável que ela deixasse os herdeiros do Joseph saírem livres também.

Rose respirou profundamente, ignorando tudo ao seu redor. Todo o som, os gritos e até os pensamentos que vinham em sua mente. Bloqueou tudo, tentando deixar sua mente o mais silenciosa possível, e ergueu um pouco mais a espada. A única coisa que precisava fazer era descer com o golpe. Rápido e forte, e aí estaria acabado. Parte da sua vingança teria sido concluída com sucesso. Mas por algum motivo não conseguia. Por que não conseguia?

A Rainha de Ennord: O Confronto dos Grandes ReisOnde histórias criam vida. Descubra agora