Epílogo. 🌹

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Rose caminhava pelos terrenos localizados na parte de trás do Castelo e não estava sozinha. Olhava para Dark que corria livre metros à frente – ele se recuperava de um machucado em uma das patas dianteira –, e duas pequeninas pessoas andavam ao seu lado. Segurava as mãozinhas de seus filhos, eles estavam completando cinco anos e haveria uma festa para comemorar a data aquela noite, eles adoravam festas.

Os gêmeos nasceram dois anos após o casamento de Rose e Thomas, e foi uma surpresa para todos descobrirem que havia dois deles quando a barriga de Rose ficara maior do que deveria se houvesse apenas um. A menina, Thomas deu a ideia de nomeá-la Anna, em homenagem à antiga Rainha. Obviamente Rose ficou feliz, mas também havia outro alguém que ela gostaria de homenagear, então a pequena recebeu o nome de Anna Lucy Etthars Valeri. Sobrenome real era o mais importante, e por isso ficava por último.

O garoto nasceu poucos minutos antes de sua irmã. E Rose, no momento em que o viu, sabia que nome o daria. Daehan. Ele até a lembrava de seu irmão, tinha os cabelos escuros e um sorriso largo, mas os olhos eram os mesmos que os dela, e a pele clara de Thomas.

Anna parecia bastante com Rose fisicamente. Mesmo tom de pele, mesmo cabelo encaracolado, mas seus olhos eram claros como o do pai.

Os gêmeos eram uma perfeita mistura de Rose e Thomas.

Dentre as dificuldades durante a gestação, o parto, sem sombra de dúvidas, fora a maior delas. As crianças nasceram antes do esperado e isso tinha preocupado a todos quando o momento chegara. Foram horas e horas de dores, gritos e sangue até que a primeira criança nascesse. Thomas passara todo o tempo ao lado de Rose, dando o auxílio que poderia dar, e que sabia não ser muito, o esforço todo era dela, mas a presença dele foi um importante suporte para Rose. Ela ficara tão exausta que dormira por vinte horas seguidas após o nascimento dos filhos.

Por mais exausta que estivesse, quando os gêmeos nasceram, foi como se a própria Rose tivesse nascido novamente. Como se um novo mundo tivesse sido criado no exato mesmo instante. Quando Rose os ouviu chorar primeira vez, quando olhou para seus rostinhos e segurou seus frágeis corpos nos braços, ela teve certeza de que não havia nada no mundo que não faria por eles.
Mataria qualquer um e morreria de bom grado por seus filhos.

Não fora apenas os gêmeos que nasceram naquele dia. Rose também presenciou o nascimento de um sentimento raro, que, mesmo que já tivesse ouvido sobre, nunca entendeu antes, era um amor diferente. Maior e mais forte do que qualquer outro que sentiu por sua mãe, Thomas e até mesmo pelo Daehan – embora Rose sempre tivesse um instinto materno para com seu irmão, ele, no fim, não era seu filho. Esse era um amor puro, sem qualquer sentimento minimamente ruim. Algo que jamais diminuiria, que jamais se transformaria, que jamais pudesse ser maculado. Um amor que apenas uma mãe poderia sentir. Como se sua alma tivesse sido dividida, e duas dessas partes ocupassem os corpos de seus filhos. Seus filhos. Nasceram dela, carregavam seu sangue, sua linhagem, suas características. Eram parte dela e sempre seriam.

Teria sua mãe sentido o mesmo quando a vira pela primeira vez?

Muita coisa pareceu mudar nesses sete anos desde o casamento de Rose e Thomas, mesmo que ainda todos permanecessem ali em seus mesmos trabalhos e vidas, estavam agora em estágios diferentes.

Joane e Jacob ainda estavam juntos e planejavam se casar em breve – queriam a Rose como madrinha de casamento e se o convite fosse feito alguns anos atrás, ela provavelmente não aceitaria, mas todos haviam se tornado grandes amigos e Rose aceitou. George foi pai pela segunda vez, quatro anos após o nascimento do primeiro. Dois meninos – mas ele ainda pretendia ter uma menina futuramente – e o mais velho, Francis, que recebera o nome em homenagem ao pai de George, sempre ia ao Castelo brincar com os gêmeos.

A Rainha de Ennord: O Confronto dos Grandes ReisOnde histórias criam vida. Descubra agora