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Hames se sentou em uma cadeira que estava próxima dele, e Thomas o seguiu, sentando-se na beirada de sua cama.

– Você uma vez me disse que só iria embora quando a Rose o dissesse para partir, e agora vai simplesmente desistir assim? – Hames parecia tentar persuadir Thomas a não continuar com a ideia de ir embora. Ele pensava que aquela decisão estava sendo precipitada e irracional, que Thomas se arrependeria eventualmente, e que talvez, quando o arrependimento chegasse, seria tarde demais. – Vai desistir dela?

Mesmo não tendo acompanhado de perto toda a história entre Thomas e Rose, Hames se sentia triste em saber que Thomas estava colocando o ponto final daquela forma. Para Hames, eles mereciam mais. Rose principalmente.

Hames percebia, mesmo que bem discretamente, o quão Rose parecia mais feliz quando estava com Thomas, antes, obviamente, de toda a tragédia acontecer. Ele viu uma mudança no comportamento e no humor da Rainha. Ela estava mais tranquila e divertida. Não que nunca tivesse sido, Rose tinha sim seus momentos de descontração, eram bem raros, mas existiam. Porém, esses momentos se tornaram mais frequentes. Ela estava mais comunicativa e acessível. Ainda continuava reservada, talvez nunca deixasse de ser, mas ela parecia estar mais disposta a deixar as pessoas se aproximarem. Tudo isso graças ao Thomas.

– Foi ela quem disse adeus primeiro. – disse Thomas com tristeza em seus olhos claros. – Claro que eu queria que tivesse sido diferente. Que se fosse para me despedir, que eu estivesse olhando nos olhos dela, mas não fui eu quem escolhi isso, Hames, foi a Rose. Tudo o que ela queria me dizer ela disse, com àquela carta.

– E você não tem nada para dizer para ela?

– Tenho, mas não direi, pois não importa mais.

– Você realmente acredita nisso? – Hames questionou e Thomas deu de ombros. – Pensei que você a amasse.

– E eu a amo. Mais do que qualquer outra coisa nesse mundo inteiro. Porém, às vezes, não importa o quanto amamos alguém. Às vezes, amar muito uma pessoa não é o motivo para nos fazer ficar. E sim a razão para partir. – Thomas falou, com um pesar em sua voz. Lembrou-se de algo que a Rose o havia dito, um ano atrás.

“O destino sempre dá um jeito de separar o que julgamos ser para sempre.”

Rose provou estar certa. Mais uma vez.

– Você tem certeza de que quer fazer isso?

– Sim.

– Não quer pensar melhor sobre?

– Eu passei os últimos três dias pensando sobre isso. – Thomas sorriu soprado. – Se eu pensar mais sobre isso eu vou enlouquecer.

– Tudo bem, Thomas, faça como quiser. – Hames falou, parecendo um pouco desapontado. – Minhas ordens eram de liberá-lo para ir embora, caso você quisesse, então eu o farei. Quando quer partir?

– Amanhã, se possível.

– Certo. – Hames concordou e caminhou na direção da porta. – Irei me encontrar com o Normand agora para saber se ele consegue sobreviver sem mim aqui. Se não tiver nada de extrema importância para que eu faça amanhã, sairemos logo após a primeira refeição.

– Sairemos? – Thomas indagou, confuso. – Você irá me acompanhar?

– Eu tenho ordens de mantê-lo seguro. – Hames o lembrou.

– Não há necessidade, Hames, eu conheço o caminho para a minha casa, viajei com o Daehan no ano passado. – Thomas argumentou. – Foi uma viagem tranquila.

– Eu sei disso, mas a própria Rose me disse que se você decidisse ir embora, eu deveria levá-lo. Para garantir que você chegue em segurança.

A Rainha de Ennord: O Confronto dos Grandes ReisOnde histórias criam vida. Descubra agora