Data marcada

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Era noite de quarta-feira, as duas chegaram em casa depois de um dia cheio na empresa. Acharam estranho, estava tudo apagado, silencioso. - Tem uma mensagem da Ingrid no meu celular - Paula só via agora a mensagem, porque ia ligar para a filha - Ela avisou que vai dormir na Flávia hoje. Agora cadê a Tuninha?

- Vai lá tomar seu banho amor que eu vou ver lá dentro se ela deixou algum aviso.

E assim foi feito, a morena se dirigiu ao banheiro e a loira procurar a sogra, achando um recado na porta da geladeira, Tuninha era mesmo das antigas. Era mais fácil mandar uma mensagem. O bilhete avisava que ela ia dormir na casa do namorado.

- Estamos sozinhas hoje coração. Sua mãe também não vai dormir em casa. - ela tinha na mão o recado e entregou para a morena ler.

- Maravilha, precisava mesmo de um tempo com você meu amor! Agora entra aqui, vem! - Paula a chamava com o indicador.

Na mesma hora Carmem tirou a roupa e entrou com cuidado na banheira delas, ficando por detrás da morena, com as pernas e os braços ao redor de seu corpo. A morena por sua vez, encostava a cabeça no peito da maior e entrelaçava suas mãos nas dela. E assim permaneceram por um bom tempo, no silêncio relaxante, até quando não haviam mais espumas.

- Precisamos pedir alguma coisa pra comer cascacu, estou morrendo de fome! - Paula falava enquanto passava seus cremes corporais.

A loira sentada a sua frente, admirando a beleza da cena, pega o celular e começa a procurar algo que pudesse saciar a fome delas - Que tal uma romântica tábua de frios mein schatz? Abrimos um vinho, curtimos uma boa música, namoramos...a tempos não conseguimos ficar assim...

Paula voltava do banheiro onde foi guardar os cremes, se sentou no colo da loira, deu um beijinho nela - Eu acho ótima ideia coisa linda! Esses últimos dias treinando a Leona e resolvendo tudo da Alemanha também nos deixou exaustas. Tô com saudades de te namorar! - ela fazia carinho nos cabelos platinados e seus olhos tinham um misto de ternura e luxúria estampados.

Carmem entendeu o recado e beijou a menor com desejo, quando sentiu que perderia o controle, a mais alta separou seus lábios - Calma coração, temos a noite toda! Vou pedir aqui nossa tábua e você vai escolher nosso vinho. Vem, vamos pra sala colocar uma música.

Logo o entregador chegou. Elas conversavam animadas, ali sentadas na sala, com suas taças de vinho, Maria Bethania tocando no fundo, beijos apaixonados entre um sorriso e outro. - A documentação ficou pronta amor, agora só marcarmos a data e falar com as testemunhas. - Carmem falava enquanto mexia nos cabelos dourados da amada.

- Só eu, você e nossos filhos né? Quero apenas quem realmente importa!

- Nem a Tuninha?

Paula bateu na testa com a palma da mão, esqueceu da mãe - A Tuninha também e se a Leona ainda estiver por aqui...ela até agora parece que apoia você amor.

- É....Pode ser na semana que vem então. Marcamos no final do dia, depois voltamos aqui pra casa onde teremos um jantar também só nosso!

- Perfeito. - ela pegou o celular para confirmar a agenda - Pode ser na quinta, não temos nada agendado para depois das 14h. - a morena era prática, se Carmem não estivesse já acostumada, encararia errado esse lado dela.

- Então é isso, amanhã eu falo com o cartório. Quinta, dia 10 de fevereiro de 2022, nos tornaremos oficialmente casadas! - ela puxou a menor para um beijo. Quando ouviram a música que começou a tocar, a loira se levantou e estendeu a mão para a noiva - Dança comigo amor?

Elas se abraçaram, a maior com uma das mãos nas costas da menor, a outra entrelaçada a dela sob seu peito. A morena tinha a outra depositada na cintura da platinada e sua cabeça encostada do outro lado do peito de Carmem, ouvindo de perto seu coração batendo acelerado. A loira abaixou sua cabeça, apoiando na da amada. Seus corpos colados, olhos fechados, bailando no ritmo daquela música que tocava.

Eu gosto de ser mulher
Sonhar, arder de amor
Desde que sou uma menina
De ser feliz ou sofrer

Com quem eu faça calor
Esse querer me ilumina
E eu não quero amor nada de menos
Dispense os jogos desses mais ou menos

Pra que pequenos vícios
Se o amor são fogos que se acendem
Sem artifícios
Eu já quis ser bailarina

São coisas que não esqueço
E continuo ainda a sê-las
Minha vida me alucina
É como um filme que faço

Mas faço melhor ainda
Do que as estrelas
Então, eu digo, amor, chegue mais perto

E prove ao certo qual é o meu sabor
Ouça meu peito agora
Venha compor uma trilha sonora para o amor

Eu gosto de ser mulher
Que mostra mais o que sente
O lado quente do ser
Que canta mais docemente

Elas estavam tão entregues ao momento que nem perceberam quando Ingrid entrou, viu a cena das duas e resolveu tirar uma foto. Realmente eram um casal e tanto. Foi para seu quarto, havia esquecido de pegar o presente da sobrinha. Da mesma forma que ela entrou, sem ser notada, a mais nova saiu.

- Eu te amo Paula!

- Eu também te amo Carmem! - seus olhos ardiam de desejo. Logo elas estavam entregues ao fogo da paixão e da saudade. Ali mesmo, no sofá da sala.

Seus beijos eram intensos, as mãos percorriam seus corpos nus, a cada toque eles reagiam, ao mínimo que fosse.

A morena estava por baixo da loira, suas unhas arranham as costas largas, tirando gemidos dela. As mãos da loira que estavam apertando a cintura da menor, desciam em direção a sua coxa, apertando-a. As bocas não descolavam um segundo sequer.

A mais velha segurava firme nos cabelos da menor, agora a mão que estava na coxa, foi de encontro ao sexo molhado da amada. Paula apertou mais ainda seu corpo junto ao dela.

- Me come logo cascacu! - Paula não aguentava mais de saudades, de sentir tudo aquilo quando estava entregue a ela, de ter seu gosto misturado ao dela....

- Fala de novo! - Carmem deu um tapa bem dado na bunda de Paula que tremeu de desejo.

- ME COME CARMEM!

Outra vida, mesmo amorOnde histórias criam vida. Descubra agora