Pulp Fiction

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Já era noite quando elas acordaram, dessa vez foi a morena que abriu os olhos primeiro. Estava deitava de frente para a loira, com suas pernas entrelaçadas e abraçadas, com menos de um palmo de distância de suas bocas. Paula aproveitou para decorar cada pedaço daquele rosto lindo, cada pintinha, cada linha, tudo!

Ela passeava com os olhos por aquela mulher que ela tanto amava, chegava a doer imaginar sua vida sem ela. Só de pensar isso uma lágrima resolveu cair sem permissão, ela lembrou do prazo da morte. Se a possibilidade de ficar sem Carmem lhe doida tanto, ela conseguia imaginar que para a amada a perder também seria dolorido. Ela não contaria do prazo, decidiu aproveitar cada segundo a seu lado. Dando todo seu amor para fazer aquela mulher feliz, mesmo que no final ela parta...

As lágrimas rolavam agora sem controle acordando a loira - O que...o que houve meu amor? - ela tentava enxugar as lágrimas da morena que caíam sem parar - Vem ca! - a abraçou forte.

- Eu tive um pesadelo- mentiu - Eu amo você demais! - com os olhos brilhando ela se declarava mais uma vez.

- Eu sei mein schatz, eu também amo você, muito! Quer me contar esse sonho? - a loira não tinha ideia do motivo de tantas lágrimas.

- Eu quero esquecer ele amor, esquecer! - escondendo seu rosto vermelho no colo da outra.

- Então vamos tomar um belo banho naquela banheira enorme e depois, podemos sair para jantar, o que acha?

Paula então levanta o rosto, inchado, vermelho e molhado, da um singelo sorriso, aquela não era a visão favorita da loira, mais não podia negar que até naquele momento a mulher era linda!

Carmem queria cada vez mais cuidar dela, fazer ela se sentir a mulher mais amada e feliz do mundo todo, não pouparia esforços para isso! - Já volto - e saiu da cama em direção ao banheiro, ficando por lá um tempo - Vem, nosso banho esta pronto. - estendendo-lhe a mão para a mais baixa.

A loira preparou a banheira com uma água quentinha, colocou o sais de banho favorito da morena, ascendeu umas velas aromáticas e deixou a luz baixa. Tudo para a amada relaxar ao máximo, parecia que precisava mais que nunca ser mimada por ela.

Quando Paula chegou e viu como tudo estava arrumado pra ela, seu coração que a pouco estava apertado, voltou a bater forte. Como era bom ser amada por Carmem - Obrigada amor! - foi tudo que conseguiu dizer.

Elas ficaram ali, dentro daquela água durante um bom tempo, abraçadas, aproveitando a presença uma da outra. - Minha morena tem algum lugar específico que esteja com vontade de ir hoje? Pode pedir oque quiser, onde quiser....contando que eu consiga chegar de moto, claro!

- Não sei se você vai gostar...mais eu queria sair pra dançar. Podemos? - a carinha de bebê pidão que ela fazia era golpe baixo.

- Vamos sair para dançar então! Onde?

-Pulp Fiction! - ela deu um sorriso amarelo já esperando um não bem grandão.

- Aquela boate na Tijuca? Paula...tem certeza? - a carinha da morena continuava - Com uma condição, dança pra mim? No pole dance? - já que elas estariam ali, não perderia essa oportunidade mesmo!

- Você nem precisava pedir coisa linda!

Elas então se arrumaram e saíram rumo a Tijuca na moto da loira. Agora era com certeza o meio de locomoção favorito da morena, já tinha até seu próprio capacete todo trabalho no glitter dourado.

Chegaram na boate, pegaram logo uma mesa, pedindo um drink para Paula e um sem álcool para a Carmem. A noite estava divertida, haviam alguns shows na casa, infelizmente ou felizmente não era dia da banda das meninas.

- Amor, tem uma salinha separada, reservei ela pra gente. Quando vagar vão vir nos chamar.

- Quando que você reservou isso? - a loira viu ela ir ao banheiro, mais não conversando com alguém para combinar algo. Paula era danada pra fazer surpresas.

- Senhora Paula, a sala está pronta, podem me acompanhar por favor. - a Chefe chegou na hora.

A sala não era das maiores mais tinha um bom sofá de canto e o famoso pole dance no meio. - Senta ai amor, agora vai começar o grande show da noite. Exclusivamente para o amor da minha vida.

A loira se sentou encarando a morena subir no pequeno palco. Havia uma música de fundo, e Paula começou a dançar embalada por aquela batida. Como ela se mexia, era sexy, tentador, lindo. O contato visual entre as duas não se quebrava, fazendo o clima que já era quente, esquentar mais ainda. Depois de alguns minutos ali, ela desceu do palco e começou a fazer um lapdance no colo da amada.

A loira levantou as mãos para tocar no corpo modelado da amada - Não pode me tocar! Faz parte da brincadeira....só pode olhar coisa linda! - falava a morena se abaixando e passando a língua na boca de Carmem que se segurou muito para não agarra-la ali mesmo. A mais baixa voltou então a sua dança sensual.

Quando a tensão sexual estava a ponto de explodir, tocou uma sirene avisando que o tempo delas havia acabado. Mais não pense que isso cortou o clima delas, muito pelo contrário. A loira então puxou a morena pela bunda, colocando ela sentada em seu colo e deu aquele beijo carregado de desejo. Paula havia brincado com fogo naquela noite - Eu não vou conseguir chegar em casa...- a loira falava em seu ouvido onde deixava algumas mordidas de tesão.

A morena se levantou, os cabelos um tanto bagunçados, os lábios vermelhos e a calcinha, bem, essa estava molhada. Lhe estendeu a mão e ambas saíram da pequena sala. Fecharam a conta rapidamente e logo estavam na moto, com destino ai Arribas Karakas. A noite seria longa, quente e carregada de luxúria.

Outra vida, mesmo amorOnde histórias criam vida. Descubra agora