Outra vida, mesmo amor

Os Wollinger's (parte 2)

Os dias passavam e nenhum sinal de Leona, talvez estivesse tudo calmo por lá, pensava Carmem. A loira estava perdida em seus pensamentos, na sua frente, o computador ligado em uma planilha enorme, na mesa, pilhas e pilhas de documentos para analisar. Mais sabe quando o dia não flui? Ela estava com uma sensação estranha, não sabia explicar.

- Amor! Ei, Carmem! - Paula falava ao seu lado - Preciso ir ao banheiro, fica de olho nas crianças.

- Ta....pode deixar coração...- respondeu mais sem saber ao certo o que. Respirou fundo, olhou para os filhos que estavam no carrinho a seu lado - A mamãe ta ficando doida, só pode! - e voltou a atenção ao computador.

A morena não demorou a retornar, entro na sala, conferiu os bebês, continuavam dormindo igual dois anjinhos. Chegou perto da esposa, virou sua cadeira delicadamente, retirou seus óculos sentando em seu colo logo em seguida - O que minha cascacu está pensando heim? - ela fazia carinho nos cabelos platinados enquanto a encarava com ternura.

- Leona não fala nada a dias amor.

- Já falei, deixa eles virem! Estamos juntas pra sempre, ninguém vai conseguir abalar nosso amor, nossa família! - sentiu dentro do seu peito uma voz falando: dessa vez tudo vai ser diferente, teremos nosso felizes para sempre. - Vai dar tudo certo! - beijou os lábios da esposa depois deitou sua cabeça na curva de seu pescoço, deixando antes um beijo no local.

- Vamos pra casa? Amanhã eu termino isso aqui...

- E a reunião? Eu vim só pra isso! - beijou novamente os lábios da esposa - Eu sei que você está tensa, preocupada....-respirou fundo - Mais a sua esposa aqui toma conta de você! - bateu no peito para reafirmar sua fala, fazendo com que as muitas pulseiras se chocassem, fazendo aquele tão característico som de Paula Terrare. - Temos 20min até a reunião, ficamos aqui, nós quatro, sem fazer nada, só namorando e cuidando dos nossos filhos. Fazemos essa reunião chata e depois, casa. Pode ser coisa linda?

- Lógico meu amor. Não posso deixar minha preocupação dominar, nem atrapalhar nossos negócios....temos 5 filhos né? - ela riu enfatizando a soma de seus filhos.

Elas ficaram ali, durante os 20min na mesma posição. Se curtindo, se beijando. Ora e outra falando ao romântico no ouvido, admirando a beleza dos filhos. Foi um tempo de qualidade, elas amavam ficar assim, só elas.

Toc toc toc

- Pode entrar Marcelo - a platinava autorizava a entrada do funcionário - Desculpe atrapalhar mas...

- Anda Marcelo! - agora era Paula quem falava.

- A Leona está aí e tem um casal mais velho com ela....eles dizem...- engoliu em seco - Dizem que são seus pais Carmem!

Nessa hora o mundo girou ao redor da platinada. Como Leona pode fazer isso com ela? Depois de tudo? Nesse instante a mais nova já entrava na sala da tia - Desculpa titia...eu não consegui te avisar! Eles não saíram do meu lado!

- Não podia nem mandar uma mensagem garota? Olha como a sua tia está! - Paula tinha os punhos cerrados no alto, como se fosse bater na sobrinha - Amor, respira. Calma!

- Tira os gêmeos daqui amor, por favor.

- Não! Eles são seus filhos e vão ficar junto a você!

- Por favor amor, não quero você e eles junto desses....desses...- Carmem de branca pálida assustada, passou a um rubor de raiva na hora.

- Eu vou, mais eu volto! - a morena resmungava enquanto empurrava o carrinho para fora da sala delas - Só vou deixar eles em segurança e volto! A se não volto! - quando saiu, pode observar, perto do elevador um casal alto, de aparência muito bem cuidada. Elegantes, porém com um olhar soberbo para tudo. Se Paula já nutria antipatia pelos sogros, agora ela tivera certeza!