AquaRio

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Os próximos dias passaram tranquilos, os pais de Carmem não fizeram nenhum tipo de contato. O que era bom, ela não queria se aborrecer mais com isso, tudo estava resolvido.

- Bom dia família linda! - ela acordara de ótimo humor. Havia tido uma bela noite de amor com a esposa, depois dormira tranquila com ela em seus braços. Os filhos cada dia estavam mais lindos, Ingrid mais satisfeita com a faculdade, a empresa a todo vapor, a vida não poderia ser melhor.

- Bom dia meu amor! Pensei que fosse ficar mais na cama! - elas dão um selinho.

- Vontade eu até tinha coração, mais sem você do meu lado ela não é tão confortável assim! - respondeu tirando uma mecha do rosto da amada pondo-a atrás da orelha.

- Três meses que nossa vida ficou mais agitada que nunca! Você imaginou estar casada comigo e ainda com dois bebês?

- De verdade? - ela fazia suspense - Desde o dia em que te conheci eu tinha certeza que você era o amor da minha vida! - e era verdade. Apesar da recepção nada amistosa da morena, seu coração pareceu reconhece-la de algum lugar, batia descompensado, precisava daquela mulher.

- Você mexeu comigo também naquele dia. Só que eu senti muito medo, não de você, mas do que eu poderia vir a sentir por você. Não sei se consegui me fazer entender...

- Deve ter relação com aquilo da nossa vida passada coração. Se tudo acabou mesmo do jeito que imaginamos, esse sentimento é mais que normal! - nessa hora o telefone da loira tocou. Era uma ligação da Alemanha. Gelou! Virou a tela do celular para a esposa.

- Atende logo essa merda! - falou a morena já irritada.

- Quem será? A Leona eu tenho o contato salvo..

- Me da isso aqui! - e pegou o celular da mão da esposa. - Alô?!

- Alô, Carmem, minha filha?! - do outro lado uma voz feminina respondia.

- Não, aqui é Paula a esposa dela. Quem fala?

- Aqui é a mãe dela Paula. Poderia por favor chama-la?!

- Olha, eu não deveria não. Vocês a trataram muito mal e a mim também, porém como agora a senhora está falando com educação, eu vou chama-la. - afastou o celular do ouvido, o entregando para a esposa - Vai, atende essa megera....- e virava os olhos.

- Oi mãe. O que houve?

- Seu pai não sabe que estou te ligando, ele me proibiu. Mais não aguentei Carmem, peguei seu número com a Leona escondida.

- E?

- Queria saber das crianças...como estão?

- Estão muito bem!

- Vocês poderiam vir, apresentar a sua terra para eles e para a sua......a sua.....Paula....- ela estava fazendo um esforço danado para aceitar a filha, só que chamar a morena de sua esposa, ainda era muito difícil.

- Talvez um dia mãe. As crianças ainda estão muito pequenas e não podemos nos afastar da empresa. Esta tudo bem com a senhora?

- As coisas estão se ajeitando. Depois que chegamos do Brasil seu pai ficou ainda mais fechado...não sei como ele consegue  mais carrancudo.

- A senhora que resolveu casar com ele. Agora se isso é tudo, eu preciso sair com a minha família. - mentiu, não tinha nada para fazer naquele dia de domingo.

- Era só isso mesmo. - Ia desligando quando lembrou - Carmem, se puder, mande fotos deles pela Leona por favor. Gostaria de acompanhar o crescimento deles mesmo de longe.

- Vou ver com a Paula mãe, não sou a única mãe deles. Agora preciso desligar. - desligando o aparelho logo em seguida e contando à esposa o conteúdo da conversa.

- É difícil mesmo resistir aquelas carinhas lindas. Seu pai que é um idiota! - colocando um pedaço de fruta na boca, reparou a cara que a esposa fazia ao "idiota" - Desculpa amor, não vou chamá-lo de outra coisa até ele deixar de ser esse babaca conosco! - a loira continuava a encarar - Babaca pode?

- Amo ver você assim, nos defendendo igual uma mamãe urso.

- Ainda estou na fase fofa coisa linda! Deixa eles tentarem alguma coisa! - as duas riam juntas daquilo. Paula ficaria um verdadeiro gnomo ao lado dos pais da Carmem, que eram muito mais altos que ela. A figura seria interessante de ver.

- Mas vocês já acordam assim? - Ingrid chegava para o café. Dava um beijo de bom dia nas duas e se sentava em seu lugar - O que faremos hoje? Murilo daqui a pouco deve estar chegando.

- Aquele magrelo vem ai? - Paula havia colocado um novo apelido no genro, apenas para implicar mesmo. A meses ela havia passado a gostar dele.

- Vem mãe e para de chamar ele assim! - a menina cruzava os braços.

- Que seja....hoje eu queria ir num lugar diferente, o que acham de irmos ao zoológico? Ou ao aquário? - a morena se animou com as duas possibilidades.

- Zoológico é muito calor para as crianças coração. - Carmem lembrou - O aquário seria uma boa opção....mesmo eles ainda nem prestarem muita atenção nessas coisas....

- Então vamos ao aquário! Vai ser muito legal! - a mais nova batia palmas e dançava na cadeira - Vou ver se a Flávia e o dr das galáxias não querem ir junto e já compro os ingressos aqui no celular! Isso vai ser muito bom! - mandava o texto para a irmã- Mas, cadê a minha avó?

- Não dormiu em casa. - Paula falava com naturalidade. Desde que a mãe começara a namorar o garçom, ela passava muitas noites fora de casa.

- Agora eu sei de onde você puxou esse pique todo coração! - a loira implicava com o fato da sogra ter uma vida sexual ativa, tanto quanto elas.

- Ei, minha mãe não faz essas coisas não cascacu! Mães não fazem isso!

- Não fazem? Então qual o problema de vocês? - Ingrid ria - Porque eu tenho duas mães que não podem ficar muito tempo sozinhas que já era! - piscava para Carmem em sinal de parceria. Elas adoravam implicar com a morena.

- Quer saber? Fiquem vocês duas ai pensando besteiras que eu vou escolher a roupa das crianças! - se levantou e foi em direção ao quarto dos gêmeos.

As duas se olharam, ainda rindo até que num estalo, Carmem entendeu o recado - Não! Paula, você não vai escolher isso sozinha! - a morena corria pela escada gargalhando - Volta aqui Paula! - ela corria atrás. Aquilo renderia uma gostosa discussão entre as duas, como elas tanto amavam.

Um tempo depois, se encontraram com Flávia, Guilherme, Tigrao, Tina e lógico, a pequena Paulinha na frente do aquário. Gabriel também estava presente. A Tuninha, bom, não atendeu ao telefone, ela iria no próximo passeio. Eles adoravam sair juntos, como uma família grande e feliz.

Que passeio formidável! Tudo era lindo e colorido. Paula e Carmem combinaram de voltar sempre com os gêmeos, elas tinham certeza que eles iriam adorar, assim como a neta estava. Paulinha olhava tudo e ria feliz, falava algo naquela língua de bebê fofa apontando para os bichos. Uma manhã de domingo perfeita.

Carmem posicionou o carrinho dos bebês próximo a uma exposição de uns peixinhos muito coloridos, que lembravam a sua amada esposa em quesito de cores. Pediu que Paula ficasse junto a eles e tirou uma foto. Essa não seria postada nas redes, tinha endereço certo, o telefone de Leona, enviaria a sua mãe!

C: Leona, minha mãe me ligou, obrigada! Mostre a ela essa foto por favor, acabei de tirar. Diga a ela que ai tem uma parte do meu mundo, ainda faltam 3 filhos, mais eu os amo tanto....bom, é isso! Até breve!

Outra vida, mesmo amorOnde histórias criam vida. Descubra agora