Casa

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Chegar ao Brasil nunca fora tão esperado. Acabaram as longas horas naquele avião. Assim que saíram da aeronave, Carmem ligou o celular. Precisava de notícias da Alemanha, em alguns segundos o aparelho notificou uma mensagem de Leona.

L: Titia, sei que está no avião e vai demorar pra ver esta mensagem. A vovó está vindo morar comigo, as coisas não ficaram muito boas na casa dela. Depois conversamos por telefone direito. Agora está tudo bem!

A loira mostra a mensagem para a esposa, as duas ficam apreensivas com a situação - Vai amor, liga pra Leona!

- Vou fazer isso agora! - puxando na memória do celular o contato da sobrinha. Esperando alguns toques e logo a mais nova atende.

- Oi titia! Já chegaram no Brasil?

- Acabamos de descer do avião. O que houve?

- O de sempre! Ele falou que se ela fosse compactuar com essa pouca vergonha, essa abominação de Deus, que ela não moraria mais debaixo do mesmo teto que ele. Então ela saiu. - deu de ombros - Você tinha que ver, ele estava transtornado! Mais ouviu também!

- E quem falou? Você?

- Não! A vovó! Ela disse que nessas poucas horas que esteve com vocês pôde ver que eram sim uma família de verdade e que tinha amor as unindo, diferente do casamento deles! Ela jogou tanta coisa do passado na cara do vovô que eu realmente achei que as coisas seriam piores.

- Ela sabe que não pode falar assim com ele! - Carmem estava preocupada pelo histórico violento do pai. Por várias vezes, quando pequena, presenciou brigas feias entre o pais, onde ele a batia inclusive. Nunca entendera porque a mãe ainda era casada com ele, afinal, o dinheiro era DELA! Ninguém sabia, mais o verdadeiro Wollinger ali era sua mãe! Ele adotara o sobrenome por status apenas. - Ela está ai com você?

- Ta sim titia, mais dei um remédio e agora está dormindo.

- Ótimo, me mantenha informada por favor Leona e...obrigada por tudo!

- Nem precisa agradecer, é minha família também! Beijos na outra titia e nos primos! - desligaram logo em seguida.

No carro de volta à casa, Carmem contou a Paula toda a conversa que tivera com a sobrinha e aproveitou e contou alguns acontecimentos passados da família. Ela nunca havia falado isso para ninguém, tinha vergonha. Nunca havia sido forte para encarar o pai, até aquele momento. Por mais que elas tenham fugido da Alemanha, era uma forma de encara-lo. Ele nunca mais mandaria em sua vida! Agora ela mesma que a guiava, com a melhor co-piloto que poderia ter, Paula Terrare.

- Mais esse seu pai heim coisa linda? Tava merecendo um bom sacode!

- Por mais que me doa concordar com isso...eu acharia muito do bem feito!

- Ele já chegou a colocar a mão em você ou na sua irmã?

- Nunca, mamãe não deixava. - seus olhos se perdera olhando pela janela do carro - Ela sofria por nós três....

- Nunca pensei que a sua vida tivesse sido difícil assim, eu sinto muito meu amor! - a morena a abraçou forte, pode ver o quanto aquele assunto mexia com a sua esposa e resolveu mudar de assunto - Tive uma ideia para um novo produto!

Carmem enxugou uma lágrima que ainda caia - Vai, me conta! - tentou parecer animada falando.

- Pensei em algo como "irmãos", uma linha onde tenha os produtos para bebês, crianças e jovens. Os perfumes iriam se intensificando conforme forem crescendo e as embalagens poderiam, além de ser de material reciclado, poderiam vir sei lá, como uma sementinha junto para os irmãos plantarem e assistirem aquele crescimento, como eles. O que acha? - havia tido essa ideia vendo a filha do meio cuidando com tanto carinho dos caçulas. Era bonito de ver o crescimento deles, como pessoas e família.

- Eu adorei! Lógico que precisamos refinar e alinhar alguns pontos, mais eu amei coração! Assim que voltar ao laboratório, vou testar uns aromas que podem casar muito bem com essa proposta! - com o indicador, ela tocou a ponta do nariz da morena, tirando dela um sorriso meigo e lindo.

- Paula? Carmem? O que vocês fazem em casa? - Tuninha levara um susto quando viu a filha e a nora entrando em casa.

- Longa história Tuninha, longa! - a morena que respondia a mãe - Agora eu preciso de um longo banho de banheira, depois conversamos!

- Vai tomar seu banho coração, eu e Tuninha damos banho nos gêmeos!

- E cadê a Ingrid? - a avó perguntava.

- Foi direto ver aquele magrelo. Não sei o que ela vê naquele menino! - Paula já acostumara com o genro, achava ele uma boa pessoa e tudo mais, agora, achar ele bonito? Não, isso ela não achava e deixava muito claro.

Mais tarde, depois do jantar....

- O que houve amor?

- Não consigo parar de pensar na minha mãe amor. - Paula se sentava no colo da esposa, que estava sentada no pequeno sofá a frente da cama delas.

- Se ela precisar de ajuda sabe que pode falar com você, agora nos resta esperar e procurar um advogado para nos proteger do seu pai. Desculpa amor, mais precisamos saber bem com quem estamos lidando.

- Você está certa, precisamos nos precaver. Amanhã mesmo falo com nosso advogado, não se preocupe! - acariciava seus longos cabelos dourados. - Agora se me lembro bem, antes dessa correria toda, estávamos tendo uma conversa muito mais agradável...- colocava o cabelo da morena de lado, deixando a mostra seu lindo pescoço, começando a beijar-lhe.

- Não é possível Carmem! Você é impossível! - ela jogava seu pescoço mais para tras ainda, deixando seu pescoço e colo livres para o acesso da esposa.

- E você ama isso em mim que eu sei!

- Muito! - retomaram então, aquilo que tiveram que interromper horas atrás e por coincidência ou não, a loira descobriu por deibaixo das roupas da esposa, a mesma combinação que ela usava na bela e sexy dança.

Outra vida, mesmo amorOnde histórias criam vida. Descubra agora