Outra vida, mesmo amor

Faltam 2 semanas

Paulinha estava completando sua primeira semana de vida e como combinado, todos da família iam para a casa nova de Paula e Carmem, que haviam se mudado a pouquíssimos dias.

Tuninha  fez um bolinho lindo para a bisneta. A loira contratou um chef para fazer o jantar, tudo estava muito bem organizado. Isso porque era a 1ª semana, imagina o aniversário de 1 ano!

- Você e minha mãe juntas não brincam mesmo em serviço coisa linda! - Paula abraçou a esposa admirando a mesa que estava posta. - Obrigada pelo bolo também, mãe. - raras eram as vezes que a morena a chamava assim.

- Não precisa agradecer filha, é a primeira bisneta, faço com todo meu carinho!

- Primeira e que continue sendo apenas ela por muito tempo! Ta bom sendo avó de uma! - ela balançava as mãos como se tentasse espantar as energias da "velhice" de perto dela. O que fez a esposa e a mãe rirem muito.

- Nisso eu tenho que concordar, ta bom por hora uma neta só! - a loira acrescentou.

A campanhia tocou, chegaram então Flávia e Guilherme, com a pequena Paulinha, seus pais e lógico Tigrão. A namorada Tina não pode ir, o pai tinha um jogo importante, parece que o relacionamento deles não estava mais tão firme assim...

- Olha quem chegou Carmem, nossa princesa! - a mais baixa ignorou os convidados, focando apenas na neta a tirando do colo da mãe.

- Quem é o amor da vovó? - a loira se colocava atrás da morena, mexendo com a bebê que ria ao ouvir sua voz.

Ingrid tomou as rédeas da situação, sendo a anfitriã que a mãe deveria ser - Bem vindos! Fiquem a vontade por favor! - depois abraçando a irmã, dando um beijo demorado em seu rosto - Vocês aceitam alguma bebida? - pergunta olhando diretamente para os sogros da irmã.

Celina como sempre, muito simpática (só que não), olhava cada detalhe da decoração da casa - Gostaria de uma água, por favor.

- Ta gostando da decoração Celina? - Flávia reparava no olhar superior da sogra.

Carmem e Paula que até aquele instante estavam prestando atenção apenas na pequena, pararam a brincadeira com a neta para ouvir a resposta da megera.

- Eu achei tudo de muito bom gosto na verdade. Esse lustre é muito bonito!

- Obrigada! Eu que escolhi! - a morena falava atrás dela.

O papo corria alegre, todos conversavam sem reservas, estavam em família. Paulinha já havia passado de colo em colo, todos queriam pegar aquela coisinha linda.

Logo o jantar foi servido, comida deliciosa! Flávia resolveu colocar a pequena para dormir no quarto da mãe, ficar com ela nos braços, mesmo que ainda pequena não era uma tarefa fácil.

- Vem filha. Eu te ajudo a arrumar lá pra ela. - a morena levou a filha e a neta até seu quarto. Trocaram a fralda dela, Flávia deu de mamar e depois arrumou os travesseiros em formato de U, com a pequena no meio. Elas ficaram um tempo admirando a bebê dormir tranquila.

- Mãe...eu tô com medo...- Flávia começou a chorar olhando para a filha.

- O prazo está acabando. Mais não se preocupe, se a morte quiser te levar, eu vou no seu lugar! Sua filha não vai ficar sem mãe!

- Mais ela também não pode ficar sem vó!

- Ela vai ter a Carmem, que eu seu que vai fazer de tudo por ela e tem a Celina...- Parou de falar um tempo, pensando olhando para o chão- Pensando bem, ela tem a Carmem! - elas riam em meio a lágrimas.

- Você não acha que mudamos o nosso destino e isso pode fazer com que ELA mude de ideia e não leve nenhum de nós?

- Filha, eu peço todo dia por isso! Você está feliz, acabou de ter sua filha com o Guilherme. Eu estou casada com a minha Cascacu, a amo tanto filha...não quero deixar ela sozinha...ainda mais que decidimos ter a nossa própria bebê. - respirou fundo - Ela não tem ideia desse prazo, não tive coragem de falar que eu posso morrer em duas semanas...