Felizes para sempre

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Alguns anos depois....

- Coração, você já falou com a Ingrid essa semana? Estou preocupada com nossa filha...

- Fica calma Carmem, ela está bem!

- E como você sabe? Ela falou com você?

- Não, mais se tivesse algum problema ela teria ligado.

Carmem batia os dedos nervosamente em cima do seu celular. A filha havia se mudado para os EUA fazer seu mestrado a um pouco mais de um ano e no último contato que fez com as mães, contou que estava conhecendo um rapaz. Isso acendeu um sinal de alerta nela. Como poderia cumprir sua promessa de proteger a sua família estando a quilômetros de distância?

- Coisa linda - Paula chegava por trás da esposa, massageando seus ombros - Relaxa, eu sei com o que você está preocupada, eu também fico mais nossa menina tem juízo.

- Eu sei que tem...mais é difícil sabe? - suspirou pesadamente - Gabriel na Alemanha quase se casando com a Leona, Flávia tem sua vida com o Guilherme, os bebês...são bebês....a que eu era mais ligada não está aqui...sinto falta dela.

A morena deu a volta na cadeira se sentando no colo da esposa, passou seus braços por seu pescoço, olhou fundo em seus olhos - Eu sei que pra você está sendo difícil, mais já está acabando. Logo ela volta e se não voltar, nós vamos lá e aproveitamos e colocamos esse menino logo ciente das mães doidas que ela tem! - pra variar, bateu no peito, fazendo aquele característico barulho do tilintar das pulseiras, tirando da mais velha o primeiro sorriso do dia.

- O que seria da minha vida sem você?

- Muito monótono e sem graça!

Elas tiram e trocaram um beijo apaixonado. Mesmo depois desses anos de casadas, os beijos tinham aquele mesmo gosto de novidade. Elas se amavam cada dia mais.

O telefone toca, era Marcelo do outro lado da linha - O que foi pastel de vento? - a loira que atendia a ligação.

- Sua mãe está irredutível Carmem. Falou que não sai da presidência da empresa se não for para alguém da família, ou seja, você ou Leona. O que eu faço?

A mulher pensou por um instante, ponderou as possibilidades e  logicamente ela não assumiria essa. Não se mudaria para a Alemanha com a família, Paula não aceitaria deixar a filha e a neta, muito menos ela, só tinha uma saída. - Marcelo, fala com a Leona. Ela deixa o cargo dela na T/W e assume a empresa no lugar da avó.

- E quem fica no lugar dela Carmem?

- Você!

Marcelo ficou mudo por um momento. Ele já havia comentado com ela o interesse de sair do país com a família, queriam buscar novas possibilidades mais não era assim que decidiria isso. Precisava falar com Joana, que estava no Brasil. - Posso conversar com a Joana antes de te responder?

- Vamos fazer assim. Você fala com a sua esposa e depois vai direto falar com a Leona, se decidam vocês. Eu não vou assumir presidência nenhuma e muito menos deixar minha família aqui, ou é isso ou mamãe continua no lugar que está, que por sinal está fazendo um ótimo trabalho! - mais uma vez o silêncio se fez presente- Mais alguma dúvida?

- Não....

- Ótimo! Passar bem!

Desligou o telefone e começou a rir junto a esposa que ouviu tudo e concordada com a esposa.

- Vamos, está na hora de buscar as crianças na escola.

Então saíram juntas da T/E rumo ao encontro dos baixinhos mais lindos do mundo, seus filhos.

O caminho foi tranquilo, Carmem que dirigia o carro da família. Paula ficava o tempo todo com a mão na coxa da mais velha, fazendo carinho enquanto ora cantavam junto com a música que tocava ou falavam de amenidades. Logo chegaram na frente da escola, as duas saltaram e ficaram ali, encostadas no carro esperando o sinal tocar.

Alguns minutos se passaram e logo avistaram os pequenos vindo. Como todos os dias, eles saiam correndo ao encontro das mães que já estavam abaixadas a espera dos abraços apertados.

Foram pra casa conversando com os pequenos que contavam animadamente sobre o dia na escola. Contavam tudo nos mínimos detalhes sobre as novas descobertas, um mundo novo se revelava para os pequenos.

A noite foi tranquila, jantaram juntos, até Flávia resolveu se juntas a elas naquela noite. Disse que tinha uma novidade para elas.

- Então filha, qual a novidade? - Carmem já não aguentava mais de curiosidade

- Calma mãe! - ria - Deixa a mãe Paula voltar que eu conto. - a morena havia levado os gêmeos para a cama, era sua noite das historinhas.

- Pronto, chegou quem estava faltando! Fala logo Flávia!

- Eu estou feita com vocês duas heim? - caia na gargalhada mais uma vez - Bom....eu queria esperar a Ingrid voltar para contar mais não vai dar para esperar. - pegou um pequeno papel em sua bolsa, entregando para as mães.

Assim que viram do que se tratava, na mesma hora uma lágrima rolou dos olhos da loira que olhou feliz para a esposa - É isso mesmo que eu estou entendendo? - ela perguntava

- Sim mãe, vocês vão ser vovós mais uma vez! - seu sorriso era gigantesco, brilhava mais que o sol.

Paula estava petrificada, lógico que ela amava a neta, mais não queria ser avó de novo nem tão cedo, era muito nova e havia os gêmeos, que ainda eram tão pequenos....mais quando ela viu a foto da ultra soube que tudo não passava de bobagem, ela já amava aquele pequeno ser que acabara de descobrir a existência. - Um neto? Vamos ter outro neto? - se levantou e abraçou forte a filha, deixando a alegria tomar conta daquele momento.

Alguns dias depois...

- Não interessa Paula!

- Não interessa? Você perdeu a noção do perigo cascacu?

- Já falei que a cor é o de menos Paula... - elas estavam numa concessionária comprando um carro novo para a loira, o antigo dela deu um problema e elas resolveram trocar logo antes de ser pior.

- Carmem, o dourado é mais bonito!

A loira respirou fundo, com Paula era sempre assim, precisava ter uma paciência de milhões - Eu não gosto de dourado mein shatz, qualquer outra cor por mim tudo bem...

- Você quer arrumar problema comigo cascacu?

- Pelo visto já arrumei, você só me chama assim em dois momentos.

- E quais seriam?

- Na cama ou brigando comigo. - a mais velha respondeu na maior naturalidade do mundo, mesmo estando na frente do vendedor que morreu de vergonha com a afirmação da senhora a sua frente.

A discussão da dor do carro novo da família ainda duraria muito, provavelmente elas sairiam mais uma vez da loja sem decidir. Nada havia mudado, elas continuam se amando loucamente e a implicância e as brigas faziam parte desse relacionamento incrivelmente perfeito, para elas.

                                  FIM

                             ——— ***———

Bom gnt, a fic chegou ao fim. Pensei muito, muito mesmo na melhor forma de acaba-la mais de verdade, não existe uma forma perfeita pq a vida delas só está começando, muito coisa ainda vai acontecer com aquelas duas doidas e sua família, por isso preferi deixar o final assim, aberto com muitas possibilidades. Espero de coração que gostem e muito obrigada por terem acompanhado até aqui, obrigada pelas mensagens e o carinho para com a minha pessoa e a minha escrita. Cheguei até aqui única e exclusivamente por vocês! Então até uma próxima! Obrigada! 😘

Outra vida, mesmo amorOnde histórias criam vida. Descubra agora