Outra vida, mesmo amor

Carmem Wollinger

- Senhora Wollinger, já esta na hora da sua reunião na Terrare. - Avisava a secretária da loira.

- Obrigada! - ela se levanta, pega seu celular e uma agenda e sai rumo a torre ao lado, onde ficava a empresa Terrare Cosméticos. - Que lugarzinho horroroso! Olha essa decoração! - Ela pensou assim que saiu do elevador.

- Boa tarde, a senhora deve ser a Carmem Wollinger, já estão todos a sua espera. - a recepcionista se adiantava a receber a famosa megera e apontava para a porta da sala de reuniões.

Sem responder nada, a loira vai em direção a porta, sendo recebida por Marcelo - Seja bem vinda, Carmem Wollinger! - ele estendia sua mão buscando um aperto mas foi ignorado.

Carmem não conseguia tirar os olhos da morena que estava sentada do outro lado da sala. Ela era linda demais, isso tirava completamente sua atenção de qualquer outra coisa. Foi em direção a ela, se apresentando - De onde eu conheço essa mulher? - ela se perguntava.

O tal Marcelo falou sem parar durante 1 hora e a loira não prestava atenção em nada! Ela só consegui pensar na sensação de já conhecer Paula, volta e meia seus olhares se cruzavam, deixando a loira ainda mais curiosa. Aquilo mexia muito com ela.

Ao final da reunião a loira não sabia oque dizer, isso pra ela era inédito, não havia prestado atenção em nada que fora dito. Preferiu falar o básico - Gostei muito do que ouvi aqui hoje. Até o final do dia meu advogado entra em contato com vocês para transmitir a proposta. - Fora a única coisa que ela conseguiu formular e saiu, sem olhar para trás. Não queria, naquele momento, encontrar novamente os lindos olhos castanhos de Paula.

Um tempo depois na Wollinger....

- Isso mesmo que o senhor ouviu. Quero esses termos na proposta, nenhuma vírgula à mais! Assim que terminar me manda que vou conferir e autorizo o envio! - Desligando o telefone. Novamente a imagem dela surge em sua cabeça - Carmem, você só pode estar ficando maluca! Tira essa mulher da cabeça! - e voltou sua atenção aos contratos que haviam em sua mesa, pelo menos foi isso que ela tentou fazer.

Seu advogado lhe enviou os termos da proposta, tudo muito bem escrito e amarrado, deu o aval para o envio e ficaria aguardando a resposta de Paula.

Na Terrare....

Passavam das 18h quando chegou na caixa de e-mails de Marcelo o tão esperado retorno da Wollinger. Ele analisa cada trecho, cada vírgula. Por ele estava tudo ok, agora era saber a opinião da chefe, essa ia ser difícil de dobrar.

Marcelo bate na porta de Paula, uma, duas, três vezes...a morena nada de atender. Então ele entra assim mesmo e encontra ela em sua cadeira, olhando pela janela, perdida em seus pensamentos...

- Aquela cobra! Só quero ver a tal proposta milagrosa dela!! A fama a persegue, isso não vai dar certo! - pensava Paula enquanto Marcelo tentava tira-la de seu transe - De onde será que eu a conheço? Só pode ser das revistas! Isso! - o coração da morena acelerava sempre que pensava na platinada - Ela é muito mais bonita pessoalmente...

Antes de terminar seu raciocínio, ela é tirada de seus devaneios com um Marcelo preocupado colocando a mão em seu ombro - Que susto Marcelo! Não bate mais na porta antes de entrar não? - Paula estava irritada.

- Desculpa, mais eu bati. Como você não respondeu eu entrei, fiquei preocupado. Você estava longe...pensava em que? - o vice estava curioso.

- Em nada que diga respeito a você! - respondia ela agora mais irritada - Fala logo, oque você quer Marcelo? - perguntava indicando a cadeira a sua frente, fazendo marulho com as suas muitas pulseiras.

Ele entrega o papel que havia em suas mãos- Por favor, leia com carinho! É a única esperança da Terrare sair desse buraco! - antes que ela pudesse falar qualquer coisa, ele se levanta e sai da sala. Deixando a chefe agora sozinha para analisar, o que para ele, seria a salvação da empresa.

Paula leu e releu várias e várias vezes aquele papel. Aparentemente, não havia nada de errado ali, muito pelo contrário, os termos pareciam ser juntos para as duas empresas. Mesmo sabendo que essa poderia ser a última cartada, a morena não tinha certeza ainda. Ela teria que conviver com aquela mulher quase que diariamente! Um misto de sentimentos invadiram a morena, ela tinha medo de se aproximar da loira, ao mesmo tempo uma força a jogava pra ela, o que isso queria dizer?

Paula decidiu ir pra casa, não tomaria essa decisão agora, precisava pensar. Assim que o elevador abriu as portas no saguão do prédio, ela conseguiu ver a loira, do outro lado, conversando muito simpática com um jornalista. Paula ficou ali um tempo admirando a beleza e a desenvoltura da mulher. - O que você está fazendo parada olhando pra essa cobra Paula Terrare? - ela mesma se perguntava.

Depois de um tempo, a loira a enxergara. Parando no mesmo instante a entrevista e indo em sua direção - Boa noite Paulinha! Desculpe minha atitude de mais cedo. Podemos recomeçar? - ela lhe estendia uma das mãos - Essa mulher consegue me tirar do tino! Tomara que não perceba minha mão gélida de nervoso!

- Boa noite Carmem - ela aperta a mão da loira, nessa hora uma corrente elétrica passa por todo seu corpo. Fazendo com que cada centímetro se arrepiasse. Pôde ver que o mesmo acontecera com a outra - Tudo bem, estou com a sua proposta e vou pensar. Entro em contato com vocês quando decidir. - ela sai, quase que correndo. Não conseguia controlar seu corpo na frente daquela mulher, ela a irritava de uma forma que Paula não conseguia entender.

- Que doida! - Carmem falava sozinha vendo a morena sair em disparada pela porta - Mais oque foi aquilo quando ela apertou minha mão? Que energia era aquela? -  cada novo encontro, a Wollinger se sentia mais curiosa sobre a mais nova.