Chegou o tão temido dia, hoje completava 1 ano do acidente de avião e finalizava o prazo dado pela morte.
Paula acordou uma pilha de nervos, pensava na filha, no genro, na neta, até no Nenem ela pensava. Não queria que ninguém morresse. Ela vestia várias roupas, tentando escolher uma para aquele dia, o melhor era pegar uma na parte da esposa, se vestir de preto logo!
- Amor! Amor! - chamava a loira ainda da cama.
- Oi! - a morena vinha a seu encontro com a blusa de uma cor e a saia de outra. O cabelo num coque mau feito com muitos fios caídos no rosto, esse tinha uma expressão de pavor.
Vendo o estado em que se encontrava a esposa, a loira a puxou pelas mãos, sentando-a a seu lado - Nada vai acontecer com você coração, fica tranquila. Vou estar contigo o tempo todo te protegendo!
- Não! Eu não quero você comigo! - ela se levantou e começou a andar no quarto, gesticulando com as mãos e falando sem parar - Eu...eu não sei como vai ser. Se for perigoso e você estiver lá...não! Já sofri com medo de te perder naquele acidente, de novo não!
- E você acha que eu vou ficar como em casa te esperando? Negativo! Eu vou com você onde você for, igual fizemos todos esses dias! - Agora ela estava em pé na frente da morena, a segurando pela cintura - Somos uma só meu amor, entenda de uma vez por todas isso!
Elas se abraçaram forte. Estavam sim com muito medo, mais juntas elas poderiam lutar contra qualquer coisa.
Ingrid e Tuninha arrumaram uma mesa linda de café da manhã, elas queriam comemorar 1 ano da nova vida de Paula. Não tinham ideia do que esse dia realmente significava. - Bom dia!!! - elas falavam de uma vez para o casal que chegava para o café.
- Nossa, que mesa linda! - a loira elogiava se sentando.
- Fizemos pra você mãe! Hoje faz 1 ano que você voltou pra gente! - abraçou e beijou o rosto da mãe demoradamente.
Paula deixou escapar uma lágrima, sentiu a mão da esposa segurando a sua própria, apertando de leve, demonstrando que ela estava ali. - O que houve filha? - Tuninha perguntava.
- Eu amo vocês! Não esqueçam nunca! - pedindo para as três a abraçarem ao mesmo tempo. Carmem sentiu um nó na garganta, para não chorar na frente de todos, saiu sem falar nada para o quarto delas. Onde pôde se deixar chorar mais um pouco.
- Amor, você veio....- Paula entrava no quarto, encontrando a esposa sentada no chão, escondida do outro lado da cama, agarrada a um travesseiro e chorando olhando para uma foto delas. - Você não falou que nada vai me acontecer? Então, não fica assim, por favor! - beijava cada pedaço do rosto da mais alta, segurando o seu próprio choro - Vem, vamos para a empresa...- se levantou, estendeu a mão para a esposa e ficou esperando ela a segurar. Seguiram então para mais um dia na T/W.
A noite, tinham marcado os 4 de se encontrarem na pulp fiction. Queriam estar juntos na hora exata do acidente. Carmem era a única ali que não estava no avião. Rose e Nenem haviam terminado novamente o relacionamento deles.
- Bom, quero agradecer a todos vocês por estarem aqui. Eu digo em meu nome e da minha esposa....esse ano foi bem doido, porém se não fosse ele - Guilherme olhava com carinho para Flávia - eu não teria achado o meu amor e não teríamos a nossa linda bebê! Vocês fazem parte dessa história!
- Se não fosse esse acidente, eu não teria achado a minha mãe - a menina abraçava Paula.
- E eu ainda ganhei uma neta linda!
- Eu reencontrei a Rose....
Carmem olhava os quatro ali, falando das coisas que conseguiram com o tal acidente. Torcia para a morte decidir não levar nenhum deles. Todos tinham uma vida, eram pessoas de bem, eram jovens, não mereciam morrer tão cedo.
O quarteto sentiu um vento gelado, arrepiando quase que simultaneamente, o tempo parou e eles estavam naquele espécie de limbo, com a figura feminina da morte.
- Olá meus queridos! Chegou o nosso tão aguardado encontro! - a morte falava olhando cada um dos quatro nos olhos. - Hoje vai acontecer algo que vocês deverão decidir quem deve viver. - e sumiu.
Os quatro estavam novamente na boate. Nervosos falavam todos ao mesmo tempo - Silêncio! - Carmem tentava por ordem naquilo - Deixa ver se e tendi...algo vai acontecer e vocês, VOCÊS e não ELA que devem decidir? Como vocês vão fazer isso? Pode votar para ninguém morrer?
- Não sei meu amor, ela só fala assim, com charadas. - foi ai que sentiram um cheiro de queimado vindo da parte dos fundos.
- Vocês estão sentindo esse cheiro? - Perguntava Flávia já se pondo em pé.
- Parece fogo! - Guilherme concordava com a esposa.
Nessa hora ouviram uma voz de homem vindo da entrada, era Tucao que havia ido acertar as contas com Roni, o irmão de Nenem. - Agora eu quero ver você sair dessa Roni! Seus segundos estão contados! Deixando o inimigo desacordado no chão. - Saindo em seguida e passando uma corrente na porta pelo lado de fora.
- Ele trancou a gente aqui? - Carmem perguntava - Vem amor, vou arrumar um jeito de te tirar daqui! - ela puxava a morena pelo braço buscando uma saída.
A fumaça já estava intensa, quase não conseguiam enxergar, tossiam sem parar, era difícil respirar. Novamente o vento frio percorreu pela espinha dos quatro - Então, eu dei um tempo pra vocês pensarem. Quem vem comigo? - a morte perguntava.
- Não vamos decidir nada! - Paula brigava com a morte - Se você quiser, você mesma decida!
- Você já fez isso por mim uma vez....esqueceu, Violeta? - a morte falava com a morena sobre um outro tempo, onde uma menina acabara com sua própria vida em nome do amor. Será que ela faria isso novamente?
Guilherme olha pra a esposa e depois para a sogra, por fim para Nenem - Ninguém morre na minha mão! Eu vou com você!
- VOCÊ TA MALUCO? LÓGICO QUE NÃO! ACABAMOS DE CASAR... TEMOS UMA FILHA! - Flávia gritava em meio ao choro.
- Se alguém deve se sacrificar sou eu - Paula interrompia - Não posso deixar minha neta sem o pai! - a filha a olhava com ternura e medo, elas acabaram de se encontrar. - Só digam a minha cascacu que eu a amo e vou encontrá-la novamente....
- NÃO MÃE! NÃO! PENSA EM MIM, NA CARMEM....NÃO!
Enquanto eles brigavam entre si, nem repararam que Nenem estava ao lado da morte, pegando em sua mão - EI!! A pessoa que deve ir com ela sou eu. Vocês acabaram de casar, tem a Paulinha e você Paula, casou a pouco também, está agora vivendo uma amor de verdade....bom, eu que tenho que ir. O meu coração vai estar bom? - ele perguntava para a morte que fez que sim com a cabeça - Pronto! Guilherme, você vai dar o meu coração para a minha filha. Eu vou continuar vivo com ela! Digam a Rose que eu morri amando ela e....por favor, cuidem da minha família por mim! Eu amo vocês! - Deu as costas para os 3 e foi, junto a morte de mãos dadas rumo ao desconhecido.
- NENEM!! - eles falavam juntos, não podiam acreditar que aquilo realmente estava acontecendo.
Quando não conseguiam mais enxergar-los, o trio sentiu que estavam de volta à terra. Já estavam fora da pulp, cada um em uma ambulância e Carmem, debruçada sobre o peito de Paula, chorando a esperando acordar. Tiveram sorte que os bombeiros chegaram rápido e tiraram todos lá de dentro.
O primeiro a acordar foi Guilherme, que foi logo perguntando pela esposa, a encontrando na ambulância ao lado. Mesmo com dificuldade ele segurou sua mão e chamou por Flávia sem parar, até ela acordar e eles se abraçaram.
- Por favor, não deixem ela morrer! Eu não vou aguentar! - Carmem chorava olhando para o alto, pedindo a quem quer que fosse para não levar sua amada.
- Ei..coisa linda..- a morena falava com dificuldade
- Paulinha! Amor! - abriu um lindo sorriso e abraçou a esposa - Eu sinto muito...o Nenem ele....
- Eu sei...ele decidiu salvar a filha e a todos nós!
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Outra vida, mesmo amor
FanfictionFic contando a história de amor de Carmem e Paula atravessando o tempo e os preconceitos. Usei os nomes das personagens originais das fotos na 1ª fase, é a única coisa que não mexi, o resto foi fic da minha cabeça mesmo! Na 2ª vem Carmem e Paula bem...