O fim de uma era

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Na manhã seguinte o celular de Carmem não parava de tocar, incessantemente. A ligação vinha da Alemanha, um número que até então era desconhecido.

Ela e Paula acordaram assustadas com o barulho feito por ele, a loira relutou um pouco em atender.

- Vai amor, atende, deve ser importante. - a morena encorajava a esposa.

- Alô? Mãe? Que telefone é esse? - pausa - O que? Estão no hospital? Não, eu não tenho nada para falar com ele. Só me avise se ele morrer. Tchau mãe! - desligando logo o telefone.

- O que houve coisa linda? - Paula se sentou na cama preocupada - O que sua mãe falou?

- Meu pai sofreu um infarto ontem e está internado. Ele queria falar comigo. - ela deu de ombros.

- Por mais que ele seja um monstro, ele é seu pai amor. - ela colocava uma mecha de cabelo da platinada atrás da orelha.

- Ele é apenas o homem que ajudou a me gerar, pai mesmo ele nunca foi. - nessa hora sentiu seu rosto esquentar, tinha dentro de seu coração anos de rancor, sentimento esse que aflorou novamente depois dos últimos acontecimentos. Seu pai havia passado de todos os limites quando tentou afastá-la da esposa e dos filhos. - Vamos levantar e falar de coisas boas! - deu um beijo de bom dia na morena e foi tomar seu banho.

- Coisa linda, esse é um dos produtos teste? - pegava na bolsa da loira uma pequena embalagem com um creme dentro.

- Esse mesmo, trouxe para você experimentar. - ela respondia debaixo do chuveiro. Saindo logo em seguida enrolada apenas numa toalha branca.

- Agora sim o meu dia vai começar muito bem! Senhora Carmem Wollinger Terrare apenas de toalha! - se abanava enquanto analisava cada centímetro daquela linda mulher a sua frente.

Carmem ria da cara que a esposa fazia, ela adorava aquela cara de sapeca que a morena fazia, mais infelizmente elas não tinham tempo. - Pode parando dona Paula, não me olha assim não! - se afastava da morena - Vou colocar minha roupa e te espero no quarto dos gêmeos! - Paula andava atrás dela pelo quarto tentando arrancar a toalha - Para amor! - ela corriam e riam juntas, até que a morena desistiu e foi tomar seu banho, gelado.

No quarto dos gêmeos, Tuninha já estava lá arrumando os pequenos para descer. - Bom dia Carmem!

- Bom dia Tuninha! Não precisava se preocupar, eu e Paula já estávamos vindo. - pegava a pequena Gabriela no colo. A menina estava cada dia mais linda, o menino não era diferente. Eles cresciam com muito amor ao redor. - Bom dia minha princesa! - beijava-lhe as bochechas rosadas.

A menina era pura simpatia. Ria contente a cada interação feita. - Não me custa nada ajudar. Desde que vocês contrataram aquela cozinheira, fiquei com muito tempo livre.

- Você é da família, não nossa funcionária!

- Eu sei, mais eu gosto, já acostumei. - terminava de pentear os cabelos do pequeno neto quando Paula chega no quarto.

- O que vocês tanto conversam? - dava um beijo em cada filho, pegando do colo da mãe o menino.

- Eu falava pra sua mãe que ela não é nossa empregada coração.

- Isso é verdade, mais se ela gosta de fazer as coisas, quem sou eu pra falar não! Agora vamos descer, precisamos chegar cedo na T/W.

Tomaram o café da manhã em família. Os gêmeos já estavam na introdução alimentar e cada dia era uma novidade. Hoje comeram mamão pela primeira vez e lógico, foi aquela farra. Foi mamão para todos os lados, as mamães precisaram até trocar de roupa.

- Bom dia chefinhas! - os três patetas falaram juntos assim que elas saíram do elevador da empresa.

- Bom dia! - elas responderam. Foram direto para sua sala. Precisavam fechar os detalhes da nova linha. Paula havia adorado o creme criado pela esposa. Com certeza ele entraria para a linha.

- Pensei em colocarmos nossos 5 filhos na campanha coração, o que acha?

- Eu amei a ideia! Dois já temos certeza, agora os outros três, precisamos confirmar com eles.

- Vou mandar uma mensagem agora para o Gabriel!

- E eu para as meninas! - como sempre faziam quando chegavam a um acordo, se sentavam no sofá que havia no meio da sala delas e selavam aquele momento com um selinho demorado. As duas mandaram as mensagens aos filhos, eles seriam a melhor opção sem sombra de dúvidas.

Passaram o restante do dia ali, fechando os detalhes com a equipe. Faltava apenas o ok dos três. Flávia topara na hora, essa não perderia a oportunidade. Ingrid ficou um pouco receosas, mais com a pilha da irmã, aceitou também. O mais complicado seria convencer Gabriel, esse não gostava nada de aparecer.

- Meu filho, por favor, faz isso pelas suas mães e seus irmãos! - Carmem tentava convencê-lo por telefone já no final do dia.

- Mãe, você sabe que eu não gosto dessas coisas..

- Mais são só umas fotos e um comercial, gravamos tudo no mesmo dia. É a sua família meu filho, nada mais bonito para a nossa empresa que vocês aparecerem juntos, como irmãos que se amam. Ou você não ama a sua família? - ai ela jogou sujo com o filho, mais precisava que ele cedesse.

- Ta bom mãe. Só me avisa com antecedência por favor.

Ela comemorava em silêncio a vitória, apenas Paula via sua dancinha da felicidade na sala delas. Assim que desligara o telefone chega uma mensagem de Leona em seu telefone.

L: Oi titia. Tenho uma notícia para te dar, o vovô não resistiu. A vovó quer saber se você vem para o enterro ou não? Ela precisa resolver as coisas. Apesar de eu achar que você não vem estou fazendo a vontade dela...bom, é isso. Agora acho que podemos descansar...

Carmem que estava em pé falando com o filho, caiu sentada naquele mesmo sofá, atônita, em choque, sem reação.

- O que houve amor? - Paula se apressou para cruzar a sala e se sentar a seu lado. Carmem apenas entregou o celular para a esposa que leu a mensagem da sobrinha.

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Notas do autor: Oi gnt! Desculpem a demora, tentei ao máximo escrever mais só hoje consegui sair do primeiro parágrafo. Assim que der volto com att! Bjs

Outra vida, mesmo amorOnde histórias criam vida. Descubra agora