A semana passou "tranquila". Leona voltou para a Alemanha, Ingrid estava feliz na banda, Flávia cada vez mais a barriga crescia, Gabriel estava trabalhando mais que nunca, Carmem bem melhor e Paula ali, sem desgrudar um segundo da esposa.
Era manhã de quarta-feira, Carmem acordou sozinha naquela cama de hospital ouvindo a morena andar de um lado para o outro - Amor! Ei, Paula!
- Oi coisa linda, bom dia! - indo em direção da esposa e dando um beijo de bom dia - Guilherme veio aqui cedo e disse que você vai ter alta! Já comecei a arrumar tudo! - ela dava pulinhos de alegria, não aguentava mais ficar trancada ali. Tinha saudades da cama e da banheira delas.
- Não via a hora! Ele falou quando? Não que eu esteja reclamando das acomodações.....mais a nossa cama da de mil nessa! - ela ria se mexendo na cama.
- Pediu para o chamar assim que você acordasse. Vou ligar agora e depois, banho! - pegou o celular discando para o genro - Ou você prefere deixar pra tomar banho em casa? - a pessoa do outro lado da linha atendeu, tirando um pouco sua atenção da loira.
Assim que chegaram em casa foram surpreendidas por uma pequena festa de boas vindas. Num coro "Bem vindas de volta mães!" . As duronas não aguentaram a surpresa e deixaram escapar umas lágrimas. Os últimos dias não foram fáceis, aquele fatídico dia então...elas não gostavam nem de lembrar.
Logo receberam todos os abraços e beijos de boas vindas. A mesa estava cheia de tudo que as duas gostavam - Tudo lindo, obrigada mesmo família mais antes, preciso ajudar a senhora aqui numa coisa lá dentro! Vamos amor? - Paula perguntava já empurrando a cadeira da esposa.
- Vamos coração. - ela estava doida por um banho no seu banheiro, a morena sabia disso.
Não demorou mais que 20 min, as duas voltaram, já arrumadas. A comemoração à vida estava maravilhosa, todos que elas mais amavam estavam ali.
Carmem estava no sofá conversando com o filho e Guilherme, Paula do outro lado da sala, falava com as filhas e Tuninha. Seus olhos não saiam da loira, como era bom estar em casa novamente, com ela. A vida estava boa, nunca havia sido tão feliz, se sentido tão completa, tão amada.
Carmem a olhou de volta, ambas com aquele amor exalando pelos poros. Como que por telepatia concordaram em comunicar algo à família.
- Família, atenção por favor! - a morena falava indo em direção a esposa, segurando sua mão- Temos uma coisa a contar para vocês! Você conta ou eu amor?
- Pode contar mein schatz!
Ela respirou fundo - Então, a Carmem tem uns óvulos congelados e nós decidimos - se olharam - que vamos ter o nosso bebê! A família vai aumentar mais um pouco, se tudo der certo!
- E vai dar meu amor! - beijou a mão da morena.
Ingrid pulava de alegria, Flávia segurava a sua própria barriga avisando à filha que ela teria outra tia, Gabriel e Guilherme poderiam dividir a mesma cara de surpresa e Tuninha, essa chorava de felicidade. Pela primeira vez poderia curtir a gravidez da filha como uma verdadeira avó.
No dia seguinte...
A luz do sol entrava discreto por entre a cortina, o cheiro do café enchia o ambiente, o peso em seu peito era familiar, realmente Carmem estava de volta a sua casa com todas as luzes, cheiros e carinhos. Acordar com a esposa nos braços era sua parte favorita.
A noite havia passado num piscar de olhos, sentia falta da cama, dos travesseiros de pena de ganso, dos lençóis de sei lá quantos fios, do cheiro bom que o quarto tinha, até do sol entrando no quarto sem ser convidado. Tudo ali era saudade na última semana.
Ouviu pequenos passos do outro lado da porta, Totó que agora a trocara para dormir com Ingrid acordou, a menina devia estar saindo para a escola. Tinha saudades também dos momentos do café da manhã em família. Ela nunca tivera isso com os pais, depois eram só ela e Gabriel, agora ela sabia que tinha uma família de verdade.
Olhou discretamente a hora, a esposa precisava acordar. Ela tinha que voltar a trabalhar. Começou delicadamente então a acariciar seus cabelos, passava os dedos pelas curvas de seu rosto, pelas sobrancelhas, descia pelo nariz, desenhava os lábios, arrancando um lindo e tímido sorriso - Bom dia mein schatz!
- Bom dia coisa linda! - sem abrir os olhos, Paula se agarrou ainda mais a esposa - Que saudades desse cheirinho de café da Tuninha! - Cheirando o pescoço da esposa, depositando um beijo na região - Saudades de acordar assim também!
- Eu também estava amor, muita! - a abraçava forte. - Agora a senhora precisa se arrumar bem gostosa para ir trabalhar. Chega de deixar o pastel de vento sozinho com os coisinhas! - Se sentou na cama.
Paula se espreguiçava, fitando a esposa depois - Tá querendo se livrar de mim cascacu?
- Lógico que não amor! Mais eu tô em casa, a Tuninha me ajuda no que eu precisar....menos o banho, isso você me ajuda antes de sair. - ria puxando a mais nova pela gola do pijama, ficando apenas alguns centímetros de distância. Podia-se sentir a tensão entre elas, o desejo era algo que nunca acabava, depois de uma semana sem privacidade então, elas estavam ardendo de desejo.
- Tenho medo de você sentir dor amor....esse pé assim...- a morena falava dividindo seu olhar dos olhos castanhos e a boca rosada. Viu quando Carmem passou a língua pelos lábios, sentiu aquela corrente elétrica por todo seu corpo.
- Você nunca me machucaria. Agora mata essa saudade do seu corpo, meu amor. Me ame!
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Outra vida, mesmo amor
FanfictionFic contando a história de amor de Carmem e Paula atravessando o tempo e os preconceitos. Usei os nomes das personagens originais das fotos na 1ª fase, é a única coisa que não mexi, o resto foi fic da minha cabeça mesmo! Na 2ª vem Carmem e Paula bem...