Amnésia alcoólica

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A manhã seguinte não foi nada boa, as duas acordaram com uma ressaca de dar dó! Mais quem mandou elas beberem daquele jeito?!

Paula pegou o celular, forçando para abrir os olhos enviou uma mensagem para Carmem:

P: Bom dia Cascacu! Hoje não tenho condições de ir para a empresa. Pelo visto bebemos mais que deveríamos ontem!

C: Bom dia mein schatz, eu também não vou! Disse que era fraca para bebidas! Estou numa ressaca que a muito tempo não sentia!

P: Você lembra de como chegamos em casa?

C: Não tenho ideia. Gabriel deve ter nos colocado num taxi!

Elas realmente não lembravam da metade final da noite, mais no fundo sabiam que algo importante havia acontecido.

Tuninha entra no quarto da Paula com oque ela chama de kit resaca - Toma filha, em 1h você vai estar novinha em folha! A morena obedeceu e tomou aquilo tudo que a mãe trouxera, um deles tinha uma coloração estranha e o gosto pior ainda, mais se melhorasse, valia a pena.

Um tempo depois, já se sentindo melhor ela vai até a cozinha falar com a mãe - Mãe, monta outro kit desses pra mim.

- Paula, isso não é suco pra tomar toda hora não minha filha! Não melhorou?

- Eu estou ótima! Vou levar pra Carmem, ela não ta acostumada a beber e não tem ninguém lá pra cuidar dela, eu como boa amiga, vou fazer isso! - e saiu da cozinha com a cara mais normal do mundo.

O interfone toca, a loira tateia a parede a procura dele, não aguentava abrir seus olhos, receber visitas estava fora de cogitação - Alô! - respondeu ela sem muita paciência.

- Bom dia dona Carmem, é Paula Terrare para visitar a senhora.

- Paulinha? O que ela está fazendo aqui? Não estava passando mal também? - Pensava a loira - Pode liberar Sr Pedro. - ela "correu" para o banheiro, jogou uma água no rosto e foi esperar já na porta com ela aberta. Quando o elevador se abriu revelou uma Paula linda, para quem estava de ressaca....- Como....?? Você não estava??

- Oi pra você também cascacú! Vem, trouxe uma coisa pra você, vai melhorar rapidinho! -  ela saiu entrando no apartamento da outra como se fosse a sua própria casa - Cascacu, vai pra cama, já levo pra você...está precisando descansar!

A loira sem entender nada só aceitou, foi para seu quarto e deitou, estava com muita dor de cabeça até para perguntar qualquer coisa.

- Pronto coisa linda, beba tudo e não me pergunte nada...até porque eu não sei oque minha mãe colocou ai! - entregando o copo e alguns remédios para a mais alta.

Carmem bebeu aquele líquido e a sua vontade era de por tudo pra fora novamente - Que coisa horrível! Se você queria me matar, não poderia ser algo pelo menos gostoso?

- E quem disse que eu quero te matar? Cada idéia! Agora vem, deita aqui que já já passa! Eu vim pra cuidar de você! - Paula recostou na cama, colocando a loira em seu colo para dormir, fazendo carinho nos curtos fios de cabelo da platinada que confortável naquela posição não tardou a dormir. E novamente aquela sensação de conhecido surgia na cabeça de Paula.

Elas ficaram alí por um bom tempo, a morena acariciando os cabelos da loira, velando o seu sono e perdida naquela beleza.

Carmem não poderia estar se sentindo melhor cuidada. O colo da morena era macio, quentinho, seus afagos eram realmente carinhosos e assim, dormia tranquila, sabendo que nada de ruim poderia lhe acontecer naquele momento. Ela chegou até a sonhar.

- Sonho on -

Ela e Paula estavam se despedindo na frente do bar de seu filho. Ambas muito bêbadas para dirigir, então cada uma tinha um taxi diferente.

Quando foram se abraçar o tempo parou. As folhas nas árvores não mais se mexiam, o tímido orvalho não mais caia sobre elas, as luzes lá dentro não mais piscavam, o único som que ouviam eram de seus corações batendo acelerado. A única coisa que enxergavam era a boca uma da outra. Nesse momento, suas respiração se misturaram e suas bocas colaram com um só desejo, sorver até a última gota daquele beijo.

Ele fora intenso, quente, com pressa por percorrer cada pedaço da boca. O gosto da bebida se misturava a seus próprios sabores, deixando a cada segundo ele mais interessante.

Elas sentiam que já haviam se comunicado assim, seus corpos eram velhos conhecidos e suas bocas, suas bocas diziam que sentiram saudades uma da outra sem pudor.

Quando o ar se fez necessário, o beijo cessou. Seus olhos se encontraram por uns segundos e num breve "tchau" seus corpos se afastaram, cada uma indo para um sado da cidade. Mas o gosto de quero mais, esse estava colado nelas para sempre!

- sonho off-

Carmem acorda num pulo - Que sonho? Parecia tão real! - ela falou esquecendo completamente que a morena estava ali com ela.

- Pelo visto já está melhor! Muito bom! - a morena olhava para a mais velha com um ar de vitória. Conseguiu fazer a amiga melhorar, ela realmente a ajudou!

- Paulinha? O que....o que você faz aqui? - ela estava se sentindo tão mal quando a morena chegou, que realmente não lembrava nem de ter aberto a porta.

- Pensei que a amnésia tivesse sido só ontem, mais pelo visto ela perdura por hoje! - era ria da cara da loira, sem entender nada. - Vim trazer um preparado da minha mãe pra você, como não tinha ninguém aqui para cuidar de você....bom....eu vim! - ela da de ombros. - Você se sente melhor? Fiquei preocupada...

- Nossa, estou ótima!

- Que bom! Agora me conta, que sonho real é esse que você teve? - se sentava na cama e agarrava um travesseiro se arrumando pra ouvir a história.

Carmem na hora fica vermelha de vergonha - Foi só um sonho Paula, nada demais....- olhava para a janela, observando o céu claro, olharia para qualquer lugar, menos para a morena. Sentia que não teria forças para se segurar. O sonho havia sido tão intenso, ela sentia o gosto daquela boca ainda na dela e tudo que mais queria era beija-la novamente.

- Não vai me contar mesmo não? Eu vim aqui cuidar de você e nem um sonho você me conta? É isso mesmo cobra? - Paula ficava irritada quando as coisas não eram feitas como ela queria.

Nesse momento a loira só levanta seus olhos, com uma carinha linda e responde - Foi com você Paula, mais não vou falar mais nada! Obrigada pela ajuda! - e saiu da cama em direção ao banheiro. Tomaria uma ducha muito, muito gelada!

A morena então vai embora, xingando a loira de todos os apelidos que a havia dado! - Aquela cobra, eu venho aqui na melhor das intenções....mais pelo menos ela ta boa! TE ESPERO MAIS TARDE NA T/W CASCACU! - ela gritou já na porta.

No trânsito, indo para a Terrare, Paula vê um casal de meninas num banco da praça, conversando alegremente, as vezes davam um selinho tímido. Sua mente foi a noite anterior, como um filme um tanto repicado ela lembrou do beijo. Ou seria só uma fantasia com a loira?

Outra vida, mesmo amorOnde histórias criam vida. Descubra agora