Estacionando o carro em uma das vagas do estacionamento da empresa em que trabalhava, Dulce suspirou ao olhar pelo retrovisor e ver que o filho estava adormecido na cadeirinha.
Naquele dia Luís não teria aula na escola que frequentava há poucos meses e Emma, a babá que ficava esporadicamente com ele estava doente. Não tinha com quem deixar o filho e tivera que leva-lo consigo para o trabalho e sabia que ele ficaria irritado de ter que ficar o dia todo em sua sala no escritório e faria de tudo para agradá-lo após o fim do expediente.
Saindo do carro e abrindo a porta traseira, passou a lhe acariciar os cabelos loiros e a chamar baixinho por ele enquanto o observava com atenção.
Havia engravidado aos 24 anos e a única ajuda que tivera naqueles últimos anos fora de Anahí, sua amiga de infância e madrinha de Luís e era extremamente grata a ela pois sabia que não teria conseguido passar pela gestação e pelo pós parto sem o apoio dela.
Com Luís acordando, entregou a ele um elefantinho de pelúcia e poucos minutos depois saiam do elevador no andar do escritório de arquitetura aonde trabalhava há quase quatro anos.
Luís: Por que eu não posso ficar em casa, mamãe? Eu quero assistir aos desenhos e brincar com os meus brinquedos.
Dulce suspirou ao ver o filho parar de caminhar e cruzar os braços e abaixou-se para ficar na altura dele.
Dul: Você não pode ficar sozinho, meu amor. A tia Emma está doente e a Anne está trabalhando. Hoje você vai precisar ficar aqui comigo, ok? Tem uma televisão na minha sala e eu vou colocar desenhos para você assistir e eu trouxe alguns dos seus brinquedos pra você brincar.
Luís: Tá. (suspirou frustrado)
Dul: Perdão, amor. Prometo que assim que sairmos daqui nós vamos ir brincar bastante.
Luís: De qualquer coisa?
Dul: Do que você quiser.
Lhe dando um beijo na testa e levantando-se e virando-se para voltar a caminhar até sua sala, Dulce cambaleou ao esbarrar em uma pessoa e só não caiu porque fora segurada pela cintura.
Dul: Perdão. Eu não te vi.
Dulce murmurou levantando os olhos para encarar a pessoa que a segurava e ofegou ao encontrar os olhos do homem a sua frente. O homem que não via há quatro anos, que fora o responsável por partir seu coração e que a deixara completamente sozinha ao dispensá-la por uma oportunidade melhor de trabalho em outro país e que querendo ou não, mesmo depois de todos aqueles anos e de tudo o que havia acontecido, ainda a abalava completamente.
O analisando com cuidado por alguns segundos, não conteve um suspiro ao perceber que ele não havia mudado nada naqueles últimos anos e que mantinha até mesmo o corte de cabelo que sempre tanto havia gostado nele.
Os olhos amendoados ainda a olhavam com o mesmo carinho de antes e naquele momento transmitiam também uma leve curiosidade.
Afastando-se bruscamente dele ao perceber o que fazia, "escondeu" o filho atrás de suas pernas e voltou a encará-lo enquanto tentava controlar o nervosismo que começava a querer dominá-la ao perceber que ele os encarava com ainda mais curiosidade.
Dul: O que faz aqui, Christopher?
Ucker: Eu trabalho aqui.
Dul: Não, eu trabalho aqui há quase quatro anos e nunca te vi no prédio.
Ucker: Eu não imaginava que você ainda trabalhasse aqui. Eu voltei há menos de uma semana dos Estados Unidos. Fui contratado há três dias para trabalhar no departamento de urbanismo. (deu de ombros enquanto colocava as mãos nos bolsos da calça social)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Laços de Amor - Vondy
RomanceCuidando sozinha do filho de apenas 3 anos de idade, Dulce não esperava reencontrar com um antigo amor e muito menos esperava que fossem designados a trabalhar juntos e que sentimentos há muito tempo guardados voltassem a tomar conta de seu coração...