Liberdade Condicional (cárcere 2)

Coração trancado

Bella narrando- Desde que a Elisa foi embora eu e o MB não ficamos de boa , ele dorme em outro quarto e passa a maior parte do tempo me ignorando, tá doendo, más eu não sou mais a mesma Bella que vai implorar pra ele ficar, se ele quiser ir que vá, a porta tá aberta, nada é pra sempre e se a gente não for pra sempre eu não vou morrer por isso.

O Fábio nasceu quando meu pai decidiu ir embora com a minha mãe, perdi meu chão, sofri muito, e mesmo sofrendo eles não se importaram não olharam para trás, meu mundo desabou, eles eram a minha força e simplesmente se foram,  o Fábio mesmo pequeno parecia ser meu porto seguro, a Elisa  sempre foi mais pro lado do MB, nunca conversamos como mãe e filha, como era comigo e com a minha mãe, ela é muito diferente, calada, não se abre, não gosta de sair, somos o oposto uma da outra, eu não sei o que ela pensa, não sei o que ela gosta, claro que eu amo a minha filha do mesmo jeito que amo o Fábio, más tenho mais afinidade com ele, ele também precisa mais de mim do que ela.

O Fábio não fez por mal em pegar as coisas do MB, ele é so um adolescente que cometeu um erro, não era pra tanto, o MB não podia ter batido nele daquele jeito, em uma família como a nossa que a herança é ser criminoso ele só quis começar mais cedo, eu não quero essa vida pra ele, más querer não é poder ainda mais quando tudo conspira pra filho de bandido ser bandido também.

O MB entrou sem camisa e com o fuzil pendurado, passou direto e nem falou comigo.

Bella- você falou com a Elisa, ela volta quando?

MB- porquê você não liga pra ela e pergunta?

Bella- custa você falar?

MB- tá custando.

Bella- de qual vai ser MB, vai ficar desse jeito comigo porque a Elisa deu birra?

MB- Birra? na moral Isabella não tô com saco pra você, só vim pegar umas balas e já tô saindo fora.

Bella- você vai ficar assim comigo até quando?

MB- até você resolver a merda que você  fez.

Bella- trazer sua filha de volta?

Ele me olhou.

Bella- então não vamos ficar de boa.

MB- demorou pô, tá ruim pra você? porquê pra mim tá sossegado. 

Ele pegou a caixa de bala dentro da gaveta do rack e saiu sem me olhar. Claro que tá ruim pra mim ver ele me tratando mal,  uma filha que era pra unir a gente tá separando, acho que era isso mesmo que a Elisa queria, se eu separar do MB não dou dois dias pra ela voltar pro morro cantando vitória. 

Se é  isso que ele quer, eu vou buscar ela, e trago nem que seja arrastada, ela precisa aprender a ser mulher, e parar de se fazer de vitima, não sei pra quê tanto drama, fugir de casa desse jeito, eu errei porquê pensei que tinha sido ela, bati nela porquê ela me afrontou, onde já se viu falar comigo daquele jeito?

Comprei a passagem pela internet.

Elisa narrando- O Alex parou de cantar , as pessoas levantaram, e se dispersaram em grupos , ficaram conversando, sentei na grama, fui brincar com o Marley o cachorro do meu avô um pastor alemão, lindo, lembrei do danadinho do Cabal o cachorro do Fábio que come tudo pela frente, tô com saudades de casa, sinto falta da minha casa, e da minha família más acho que só meu pai sente minha falta, fiquei triste, o Marley deitou a cabeça na minha perna, fiquei acariciando a cabeça dele, o Alex sentou do meu lado.

Alex- gostou do show?

Elisa- você canta muito bem, foi lindo.

Ele riu.