Kauã narrando- amanheceu no São Carlos, é dia de enfrentar os meus monstros, colocar as cartas na mesa, saber o que rolou e como vai ser daqui pra frente, quem levantou dos braços da morte como eu, não tem o que temer, o que quiserem de mim eu quero em dobro.
O certo é perdoar, esquecer o que rolou, os cara agiu na comoção, agiu errado achando que tava certo, más as marcas pelo corpo não me deixa esquecer de porra nenhuma, na porra dessa vida ninguém é por ninguém, é cada um por si, o que mais favorece vence, quem rende mais é amigo, se não rende é esquecido.
Dei um beijo na Elisa ela ainda tá dormindo, beijei a barriga dela, fui tomar banho, olhei em cima do criado mudo a minha pistola e o meu fuzil encostado na parede, os cara tinha tomado minhas máquinas, a Elisa deve ter pego de volta.
Várias perguntas pra poucas respostas, porquê o MB não terminou de me matar? Alguém explanou a verdade, e se explanou porquê os cara tá tudo vivo? Eu tô seco no Fábio e ninguém vai me impedir de matar aquele desgraçado, vou mandar ele de petisco para o diabo, a mãe dele é outra piranha, vagabunda, falou na minha cara que tinha sido eu o caguete e o ladrão, ela merece ter a língua arrancada.
No meio dessa porra toda tem a Elisa, filha do cara que quase me matou, irmã do desgraçado do Fábio e filha da Bella, se eu pudesse juntava os três e enterrava vivo. Foda é que se eu faço alguma coisa talvez eu perca o amor da minha vida.
Fui pra cozinha, fiz um café, arrumei a mesa, o meu sangue tá pedindo troco, vingança.
A Elisa apareceu na cozinha.
Elisa- Bom dia meu amor.
Kauã- Bom dia princesa.
Ela tem o dom trazer luz para a escuridão que mora em mim.
Elisa- eu te amo.
Ela sentou, comeu um pedaço de pão.
Kauã- você trouxe minhas armas pra casa?
Elisa- eu preciso te contar algumas coisas amor.
olhei para ela esperando ela contar o que aconteceu, eu tô ligado que é foda pra ela falar mal do MB
Kauã- se você não quiser falar tá de boa, eu troco ideia com os cara do comando.
Elisa narrando- ter que lembrar daquele maldito dia ainda me deixa triste e com raiva, não quero esconder as coisas do Kauã, quero que ele saiba tudo o que aconteceu, quero que nosso relacionamento não tenha lacunas no meio , que nos façam duvidar do que sentimos um pelo outro.
Não sei o que está se passando dentro dele relacionado ao meu pai e aos demais que o condenaram injustamente, más eu vou defender o meu pai assim como eu defendi ele, não posso deixar que ele mate o meu pai, ou faça mal para ele, de certa forma meu pai tá pagando lelo que fez, tá pagando um preço alto por ter confiado na minha mãe e no Fábio.
Elisa- No dia que tudo aconteceu, a Duda veio me contar que você tinha sido levado para ser julgado pela facção , e qual era o motivo, o Fábio chegou e trancou eu a Duda no banheiro, consegui fugi depois de algum tempo, e quando cheguei lá eu achei que..
Fechei os olhos, lembrar do meu pai segurando uma barra de ferro e batendo com toda força no Kauã já quase morto, me deixou enjoada, sem contar nos outros que estavam batendo sem dor, lembrar do rosto dele todo ensanguentado, e da dor que eu senti de achar que tudo tinha acabado ali, lágrimas escorreram .
Kauã- não precisa falar meu amor.
Elisa- eu achei que você tinha morrido, você tava muito machucado, eu entreguei meu celular com o vídeo do Fábio que você tinha me mandado , para o meu pai ver, só ai eles pararam de bater em você, foi o pior dia da minha vida.
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Liberdade Condicional (cárcere 2)
RomanceElisa é uma menina linda más que se acha feia e estranha, não se dá bem com a mãe, que sempre está a favor do irmão e contra ela, Elisa sente que não deveria ter nascido, se acha incapaz de despertar o amor de alguém, se acha inferior a todo mundo é...