Liberdade Condicional (cárcere 2)

Amizade

Lucas narrando- tem muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo, mil paradas na mente, primeiro a Elisa com essas ideia de que tá grávida de mim, depois a ideia de que o Kauã forçou ela a ficar com ele. Eu tava curtindo ela, sei lá quando bati o olho naquela menina tímida, diferente das outras meninas que já vi,senti uma parada diferente, quando ela foi embora eu pensei que não era pra ser ,más senti saudades dela, senti que eu tinha que conquistar ela e que se fosse pra ser de verdade ela voltaria um dia, ela voltou e rolou do jeito que eu pensei que seria, más aquela menina tímida diferente, não era mais a menina que eu senti falta.

Quando cheguei aqui no São Carlos o Kauã foi o único que me estendeu a mão, me colocou dentro da casa dele sem me conhecer, sem querer nada em troca, me arrumou um trampo na boca a única alternativa que ele tinha pra me ajudar, contei a parada da minha mãe, ele me deu maior força pra correr atrás, na porra da minha vida eu nunca tive um irmão, um amigo e ninguém que fez o que ele fez por mim, tenho consideração por ele.

Ele já tinha me falado que pegava essas dona aí no morro más que o coração dele tinha dona, nunca me falou quem era, eu também não quis saber, agora eu sei, descobri da pior forma, eu falei pra ele que era afim da Elisa, que tava apaixonado e ele cabritou comigo, foi um desgraçado, não foi homem de falar que a dona era a mesma dona dos dois corações, eu não ia trocar minha amizade com ele por causa de mulher nenhuma, más tá de boa, ele fez as parada do jeito dele, é como ele aprendeu a fazer, ao contrário de mim o Kauã passou por muita merda na vida,muita parada triste , e aprendeu  com a sobreviver.

Eu tive tudo, uma vida de rico,meu pai tinha muita grana, mas quando ele morreu começou uma briga entre a mulher dele, os outros filhos dele e eu fui simplesmente colocado na rua, sem dinheiro sem nada, até o juiz decidir o que vai ser dividido.

Não quero ser pai, não me imagino tendo um filho, eu sei o que eu passei sendo o excluído do meu pai, uma criança assistindo de um canto de parede a família feliz jantando na mesa que não me cabia, nas viagens que não tinha lugar para mim, portas retratos que não tinham meu rosto, era difícil para o meu pai explicar que eu não era filho da mulher dele, era mais fácil ele dizer que eu não era filho dele também, odeio esse nome " pai" , odeio pai, isso me fez criar raiva de criança também, não suporto crianças, a voz dos meus irmãos na minha cabeça era uma tortura.

Fiquei mal pra caralho quando vi a Elisa com o Kauã, más passou, entendi que a parada que rolou entre eu e ela foi uma parada de momento, que não ia rolar, a gente pensa diferente pra caralho, ainda mais com essa ideia de me fazer pai.

Se o Kauã meteu essa mesmo de chantagear a Elisa em troca da liberdade do MB, ele foi um filho da puta de ter feito isso, más ela teve saída e se tá lá até hoje é porquê gostou e porquê quer, ele não vai machucar ela, ele é incapaz de fazer isso, e agora que ele vai ser pai graças a Deus e eu não eu, ele vai cuidar da Elisa e do filho melhor do que qualquer cara que eu conheço, porquê ele sempre quis isso, eu não!

Não sei o que vou fazer agora que descobri que a minha mãe foi uma escrota que fez muita merda por amar o MB, porra não sei o que fazer, não sei se troco ideia com o MB, ou se vou embora daqui, esqueço essa merda de lugar que não me deu nada de bom , era melhor morrer sem saber a verdade.

Uma parada é certa fui um merda com a Duda, ela foi firmeza comigo, confiou em mim pra altas paradas e eu falei merda pra ela.

Peguei a moto e fui lá na casa dela. Chamei o neguim apareceu, me deu vontade de ouvir da boca dele sobre a minha mãe, más deixa quieto.

Neguim- qual foi irmão?

O cara é brabo, fala grosso, é grandão, assusta só de olhar.

Lucas- e aí de boa chefe? quero levar uma ideia com a Duda, ela tá aí?