Duda narrando - O MB me olhou de um jeito estranho, parece que queria falar alguma coisa, não consegui tirar os olhos dele apesar de tudo o que ele me disse da ultima vez que a gente se falou, ele me olhou com um olhar triste , nunca mais eu vi o MB ser o que era antes, o homem forte que a favela admirava e respeitava é agora o homem que as pessoas comentam com pena, o viúvo que não é mais é bandido, que não passa de um maconheiro qualquer esquecido no morro, meu coração deu um nó, eu não quero sentir o que estou sentindo, más não posso evitar.
Já se passaram muitos dias e ele não volta, foi enterrar o pai e não voltou mais, tenho medo de perguntar para Elisa se ele resolveu deixar tudo para trás e ela entender errado, tô com medo de nunca mais ver ele de novo, nem que seja de longe, me julguei por pensar assim, até quando eu vou viver de migalhas, porquê meu coração não bate por alguém que sinta vontade de me amar também?
O André também sumiu, não me atende, não me responde, talvez seja melhor assim se ele tiver ido no enterro da Bella na intenção de prejudicar alguém do morro, é melhor ficarmos longe.
O Lucas bateu na porta e entrou no meu quarto.
Lucas- ainda tá assim, hoje é dia de baile bebê.
Duda- tô sem disposição de sair de casa.
Lucas- sem essa Duda, qual foi?
Duda- nada! só quero ficar em casa.
Lucas- o nome disso ai é MB? Ou o cana?
Duda- não é nenhum nem outro, o MB foi embora.
Lucas- véi, tú tá com saudades dele, quer ir lá ver ele?
Duda- não! ele foi embora e você não disse pra ele quem você é !
Lucas- eu sei, não tive coragem de falar, sei lá boto fé que não tem nada a ver, foi uma história que ficou no passado.
Duda- um passado mal resolvido.
Lucas- e agora que não vai resolver mesmo, o cara se mandou.
Duda- se mandou mesmo.
Eu sempre soube qual é o meu lugar quando fiquei com o MB, que eu não passaria de um lanche, más porquê estou com tanta saudades, porquê estou preocupada e pensando nele mais do que deveria pensar.
Lucas- bora anima a parada ai, se arruma que vou te esperar lá em baixo.
Duda- que inferno viu, não tenho nem o direto de ficar em casa?
Lucas- que pergunta é essa? é claro que não.
Ele desceu para me esperar lá em baixo, tomei banho rápido e me arrumei, não demorei muito , não tô afim de ir e pretendo voltar logo, meu pai tá conversando com o Lucas eles se dão bem, e meu pai as vezes joga uma indireta chamando ele de genro, más nossa amizade é linda e eu não sei se valeria apena o risco.
Neguim- Tá linda filha.
beijei o rosto dele .
Duda- obrigada pai, te amo.
Sai com o Lucas, vamos de moto é mais fácil para estacionar e para subir o morro. O Baile tá lotado, a rua tá cheia, o Lucas segurou minha mão e saiu me levando. Subimos para o camarote, de longe eu vi a Elisa com o Kauã no camarote do lado, ela tá linda grávida, ele cuida tão bem dela, todo carinhoso, eles parecem felizes, acho que nunca vou ter isso na minha vida.
Lucas- que cara é essa?
Duda- nada!
Ele viu o mesmo que eu, a Elisa e o Kauã.
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Liberdade Condicional (cárcere 2)
RomanceElisa é uma menina linda más que se acha feia e estranha, não se dá bem com a mãe, que sempre está a favor do irmão e contra ela, Elisa sente que não deveria ter nascido, se acha incapaz de despertar o amor de alguém, se acha inferior a todo mundo é...