Voltando no passado

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Bella narrando- não tenho mais vontade de viver, depositei todo o meu amor, toda a minha confiança no Fábio, ele não traiu só o pai dele, ele me traiu, eu não sei o que fazer, não posso entregar meu filho pra morrer, tudo o que ele fez, o roubo na boca, denunciar o MB levaria o Fábio para o tribunal do crime e nem o MB poderia aliviar, tá doendo muito más a dor de ter que enterrar meu filho dói mais ,só de imaginar machuca.

Eu falhei, falhei como mãe, falhei como mulher, falhei como filha, me perdi e não sei mais como me encontrar, não sei se ainda consigo me achar, não falei com o Fábio esses dias, não sei que decisão tomar, não posso contar nada disso pra ninguém, como quero desabafar como quero explodir, aqui dentro tá tudo doendo. Talvez eu seja mesmo como o maldito do Guilherme, sou uma pessoa terrível, incapaz de ser uma boa mãe.

Não consegui comer, não consegui sair de dentro do quarto,  minha família está desmoronando, não foi isso que eu sonhei,  eu sonhei em ter o amor da minha vida pra sempre, envelhecer ao lado dele, contar e recontar nossas histórias, sonhei em ver meus filhos felizes, e agora vivo um pesadelo terrível.

Me olhei no espelho, não consigo mais me ver como me via antes, olhei para a pistola em cima do criado mudo, e quis desesperadamente acabar com essa dor que está me consumindo, segurei a pistola, sentei no chão, chorando, cada lagrima que escorre me faz lembrar o quanto sou fracassada.

Bateram na porta.

Fábio- mãe! Fala comigo.

Coloquei a arma na gaveta,enxuguei as lágrimas.

Fábio- fala comigo.

Levantei, abri a porta e ele entrou.

Fábio- não gosto de ver você assim, me perdoa por magoar você .

Ele falou chorando e despedaçou meu coração .

Bella- como você teve coragem de fazer isso com o seu pai? Agiu pior que um inimigo, roubou de novo, colocou a vida de pessoas em risco que poderiam morrer, se alguém descobre uma coisa dessa você vai morrer, é muita coisa errada meu filho.

Fábio- ninguém vai descobrir, meu pai vai ser resgatado e tudo vai voltar ao normal.

Bella- que normal Fábio? Cedo ou tarde a verdade vai aparecer, eu não te eduquei como deveria, você faz as coisas e não sofre as consequências dela.

Fábio- tá dizendo o que? Você vai falar para o meu pai? Você não pode fazer isso.

Bella- eu não sei o que vou fazer, por enquanto eu não quero que você saia dessa casa, pra nada, nem pra escola, já que tá reprovado.

Fábio- vou ficar trancado?

Bella- vai! até eu decidir o que fazer e não tenta me fazer de otaria como você tem feito.

Ele saiu do quarto batendo a porta.
Lavei o rosto, peguei minha bolsa e fui encontrar o Samuel no morro dos prazeres, ele veio antes do fim de semana, ele é o único que ainda tenho.

Dirigi chorando, seria tão fácil se a vida me permitisse voltar, pra ser aquela Bella apaixonada, destemida e sonhadora. Subi o morro, parei na frente da casa dos meus pais entrei, olhei em volta da casa vazia, empoeirada, fui tão feliz aqui dentro, de olhos fechados consigo ouvir as risadas do meu pai, a voz da minha mãe, os passos do Gael correndo pela casa.

Subi as escadas e parei na porta do que era o meu o quarto, onde está o meu coração? Onde foi parar o coração da menina que morava aqui?

Mandei mensagem para o Samuel dizendo onde eu estou, sentei no chão do quarto chorando, passou algum tempo ele gritou lá de baixo.

Liberdade Condicional (cárcere 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora