Uma nova chance?

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Elisa narrando- minha vontade é levantar dessa maca, e subir me arrastando aquele morro, e gritar com todas a minhas forças, gritar até o Lucas ser capaz de sentir a dor que eu tô sentindo agora.

Eu achei que ele nunca fosse fazer falta, ou diferença na vida da minha filha, o Kauã é tão completo em tudo, que eu até esqueço que a Mel não tem o sangue dele, más ela não tem, e agora depende do cara que virou as costas pra ela, que preferiu que ela nem existisse, porquê ele não queria ser pai, porquê o idiota, egoísta, egocêntrico, decidiu que não queria ser pai, e agora a minha filha depende dele, que raiva.

Era pra ter sido um dia feliz, um dia para comemorar que vamos ter mais uma carocinho, e agora estamos aqui na beira do abismo, podendo perder as duas, eu não vou conseguir sobreviver, a uma dor tão grande assim.

Passei a mão na barriga, implorando a Deus para não deixar eu perder as minhas filhas.

Depois de fazer vários exames, colocaram gesso no meu braço, que fraturou em três lugares, não me importo com o braço, o coração está partido em vários lugares e dói tanto que eu não ligo para um maldito braço, que não foi capaz de segurar a Mel.

Me levaram para o quarto, trocaram minhas roupas, por uma camisola do hospital. Uma médica entra no quarto.

Médica- Elisa eu me chamo Angélica, sou obstetra, vim conversar um pouco com você. Como você está se sentindo?

Tem alguma coisa errada, a expressão dela não é de alguém que vai dar uma boa notícia, eu não quero uma notícia ruim, não vou conseguir ouvir uma notícia ruim.

Elisa- eu nunca senti tanta dor na minha vida.

Respondi meio sem jeito, não tem como eu estar bem.

Médica- você sobreviveu a um acidente grave, e isso já é um milagre.

Elisa- eu não quero um milagre pra mim, quero um milagre para as minhas filhas.

Médica- então o primeiro milagre você já pode agradecer, a sua bebezinha que tá ai dentro, está ótima, o que é um verdadeiro milagre.

Fecho os olhos, as lágrimas escorrem como se precisassem lavar o meu rosto. Quando abro os olhos, vejo o Kauã parado na minha frente, segurando o ursinho da Mel.

Elisa- não perdi o bebê, ela ainda tá aqui amor, ela tá aqui dentro ainda.

Médica- a bebê está bem, e precisa continuar assim, então Elisa eu preciso que você seja forte, e siga todas as recomendações para que tudo possa continuar dando certo.

Kauã- pode deixar doutora que ela vai fazer tudo certinho.

Médica- o hospital inteiro está encantado com a Mel, torcendo e trabalhando para ela ficar bem, e poder voltar para essa família linda, não percam a fé ,ela sempre é o remédio que trás a cura.

Elisa- Obrigada doutora.

A médica sai do quarto e me deixa com o Kauã.

Kauã- você é tão forte e corajosa, eu te amo tanto.

Ele deveria me odiar por fazer tudo errado né? más no meio do caos ,ainda consegue dizer que me ama.

Elisa- eu também te amo, te amo muito amor, só falta a nossa Mel ficar bem.

Kauã-ela vai ficar bem, o Lucas fez a doação do sangue pra ela.

Pensei logo no que o Kauã, deve ter feito para obrigar o Lucas, a vir até aqui, ameaçado matar? Trago a força?

Liberdade Condicional (cárcere 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora