Liberdade Condicional (cárcere 2)

Recomeço

Samuel narrando- estou tentando ser forte, e tentando me convencer de que aquela mulher monstruosa, horrorosa não é a Bella, é apenas uma mulher qualquer, uma pessoa que eu nunca vi na vida, más é ela sim! que se transformou ou que nunca mostrou o que realmente é, e como isso dói. Fiquei dividido entre a vontade de salvar ela, tirar ela dali, e ao mesmo tempo vontade de matar ela.

Voltei para o morro dos prazeres, conduzindo a tropa de volta, o destino é foda, te leva pra longe, e de repente te trás de volta para o lugar onde tudo começou, o foda é que o cenário é o mesmo, más os personagens são diferentes, e eu também já não sou mais o mesmo.

Entrei em casa, minha mãe falou alguma coisa que eu não entendi, e também não respondi, não tenho cabeça para pensar em nada, subi para o meu quarto, antigo quarto, tirei a roupa, tomei um banho gelado para me livrar da carga pesada que caiu sobre o meu peito, enrolei a toalha no corpo, sentei na cama, olhei em volta, aqui estou, sozinho, meu casamento destruído, meu filho também não me quer, seria para os braços da Bella que eu correria agora, tomaríamos uma garrafa de tequila, choraríamos juntos, dançaríamos, e nada mais importaria além de nós dois, más ela desfez isso tudo, como ela teve coragem de morrer pra mim? Como teve coragem de me machucar tanto? Como ela foi capaz de me fazer sofrer depois de tudo o que vivemos juntos.

Tá doendo tanto, tudo o que ela fez, foi horrível, más fingir que morreu para quem ela dizia ser a alma gêmea, para quem ela dizia amar mais que tudo, o amor da vida dela, nosso amor era inexplicável, eu tô com ódio da Bella, más tô muito triste por ter sido um nada pra ela.

Não consegui dormir passei a noite em claro pensando em tudo, e que meus sonhos todos se desfizeram no ar.

Levei um susto quando alguém bateu na porta, não sei que horas são, a madrugada foi longa demais, enxuguei as lágrimas rápido, deve ser a minha mãe.

Samuel- entra!

Duda? O que ela tá fazendo aqui?

Duda- Oi!

Como ela se parece com a Ana, más tem o jeito do neguim todo, ela é uma mistura perfeita dos dois.

Samuel- Duda?

Ela me olhou, sentou do meu lado, segurou a minha mão.

Duda- eu falei com a minha mãe.

Samuel- tô feliz que você esteja bem.

Duda- na verdade, eu ainda não tô! más vamos ficar eu e você, eu tenho certeza.

Samuel- você é muito corajosa.

Duda- não tanto como você, foi preciso muita coragem para atirar na Bella.

Samuel- e se eu tivesse matado ela, provavelmente eu morreria junto.

Duda- eu sei,  tá sendo difícil para você, sabe Samuel, quando a Bella forjou essa morte, eu escutava um choro vindo da sala, eu me sentava na escada e ficava olhando a minha mãe derramar lágrimas pela bella, via a minha mãe sem querer levantar da cama, e por mais que qualquer pessoa tenha dito que ela tinha feito coisas horríveis, nada impedia ela de chorar, porquê as maldades da Bella não apagou quem ela foi pra minha mãe, e não deve ter apagado pra você também!

Samuel- não apagou é isso que dói muito, a decepção nunca vem de um inimigo, ela sempre vem de quem a gente ama, por isso ela fica aqui dentro corroendo, se questionando, se perguntando porquê?

Duda- eu sinto muito por isso!

Ela passou a mão no meu rosto, me olhou com carinho.

Duda- o MB quer falar com você.