Na mira

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Duda narrando- não acharam que eu ia ficar em casa, enquanto meu homem vai pra rua correr perigo? ele me pediu pra ficar em casa e me proteger, me prometeu que ia voltar pra mim, más eu nasci aqui , eu sei que uma promessa assim não depende só dele, eu amo demais esse homem pra esperar que fique tudo bem e não fazer nada.

O Lucas me disse o que tava acontecendo e que todos os soldados tinham que ir para o outro lado do São Carlos, não posso perder o MB, nada de ruim pode acontecer com ele, eu não suporto nem a ideia de pensar nisso.

Coloquei a minha pistola na cintura e fui para a boca, estranhei quando vi tudo vazio, eu sabia que os soldados iam desocupar o lado norte, más não imaginei que iam entregar a boca assim, subi para a parte de cima onde fica as base do comando,  procurando o MB, más não tem ninguém aqui, lá de cima eu ouvi o barulho, a voz do MB e do Kauã parecem discutindo, foi muito rápido, ouvi um tiro e meu coração disparou, nos degraus de cima eu quase desmaiei, quando vi o MB no chão ensanguentado eu fiquei tonta, más vi o Kauã com a perna sangrando, estranhei más como só ouvi um tiro, foi o que pegou na perna do Kauã, quando o Kauã saiu eu desci as escadas, fiquei com medo, só tem o MB e o Kauã ,e se o kauã tiver matado o MB, ele vai me matar também,  me ajoelhei no chão coloque o ouvido no peito do MB e ouvi o coração dele bater, ele tá respirando tá vivo, procurei algum ferimento sangrando e achei um na cabeça, más não é de tiro, é superficial, apesar da roupa suja de sangue não tem tiro.

Chamei o MB várias vezes, más ele não me respondeu, balancei sacudi e nada, levei um susto quando ouvi a voz do Menor lá fora, fui mais pra perto para ouvir a conversa, e ouvi o Kauã falando que tinha matado o MB, más ele não matou, ele fingiu que matou, peguei o fuzil do MB que tava jogado no chão, os soldados entraram eu pulei a janela e fui para a mata perto da boca, fiquei em um lugar onde  dava pra ver o movimento de longe, más não dá pra saber quem é,  vozes se misturam.

Quase morro quando vi o Kauã enterrando o MB,  ele sabe que o MB tá vivo, pensei em sair da mata atirando em todo mundo, más eu me segurei, seria uns vinte fuzil contra um,  esperei o Kauã terminar de jogar a terra e sair de perto com os outros,  fui  rastejando até chegar na cova, deitada no chão, chorando eu cavei com as mãos, desesperada procurando o rosto do MB, tirei a terra do rosto dele, soprei, limpei o nariz e a boca.

Duda- amor acorda por favor!

Falei baixo pra ninguém ouvir, chamei o nome dele como uma prece, deitada no chão de bruços olhando o rosto do MB, que não me responde, não reage, demorei muito pra chegar , eu tinha que ter sido mais corajosa e atirado, impedido que o kauã jogasse terra nele, agora é tarde.

Duda- não faz isso comigo não MB, acorda meu amor.

Deitei a cabeça no chão, com a ponta dos dedos sangrando por ter cavado a terra, más isso não importa, eu só quero ver o MB abrir os olhos, levantar desse buraco, fechar a cara e brigar comigo por ser teimosa, me beijar e dizer que vai ficar tudo bem.

MB- amor!

Ele falou devagar sussurrando, puxando o ar para respirar.

Duda- graças a Deus!

MB- minha cabeça tá doendo pra caralho.

Duda- eu sei.

Voltei a cavar com as mãos já machucadas, até ele poder se mexer e sair sozinho, ele saiu, deitou do meu lado no chão, jogamos a terra de volta no buraco, empurrando com as mãos.

Fomos nos esconder no mato, o MB tá tonto, com muita dor na cabeça, ajudei ele a se sentar em baixo de uma arvore.

MB- o que você tá fazendo aqui? Eu falei pra você ficar em casa e se proteger.

Liberdade Condicional (cárcere 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora