Kauã narrando- já me liguei que tava rolando alguma parada errada pro meu lado, tem dias que o MB não troca ideia comigo, sei lá passou altas fita na minha mente, a parada que eu fiz com a Elisa ele deve ter ficado sabendo, fui na boca trocar ideia com ele pra assumir meus B.O, más fui barrado, não me deixaram passar, fiquei indignado, o São Carlos é território do comando e eu tenho passagem nessa porra, segurei minha onda, liguei outros líderes da facção pra saber se tava decidido outro proceder e eu não tava sabendo, os cara falou para eu cuidar dos outros morro que eles tava resolvendo uma parada com o MB, fiquei na minha.
Chequei no QG hoje cedo já trombei o Panda e o Bomba, os caras também são lider da facção,já me liguei que deu ruim, más de boa, eu fui errado vou baixar minha cabeça e seja o que Deus quiser, senti a ponta do cano da pistola na minha nuca,se eu quisesse reagir era zero chance.
Bomba- coloca as máquina no chão aí Kauã.
Tirei o fuzil devagar coloquei no chão, a pistola do bolso, a outra atrás na calça coloquei tudo no chão e levantei as mãos.
Kauã- tô limpo.
Panda- ja tá ligado no que vai rolar agora né?
Kauã- tô ligado não mano.
Eu tô ligado na merda que eu fiz ,mas o que vai rolar agora não tô ligado não, se vão me levar pras idéia, ou me matar aqui mesmo.
Bomba- a casa caiu otário, nós já tá ligado do teu vacilo, tu vai ser julgado pelos irmãos tá ligado?
A casa caiu? Eu chantageei a Elisa,é uma parada que o MB tem que cobrar, é bagulho de família, não tem nada que esses cara tá aqui não, eles não se envolve nesses bagulho.
Kauã- bora lá mano ver de qual é essa cobrança aí.
Me jogaram no banco de trás, meus soldados que eram por mim agora estão apontando o fuzil na minha reta.
Kauã- deixa eu passar lá em casa rápidão pô, meia hora, só pra me despedir da minha dona, ela tá grávida irmão.
Panda- aí tu fode nossa caminhada porra!
Kauã- qual foi véi? Eu tô de boa me rendi, vou só me despedir mano, não vou fazer nada não.
Bomba- nois vai aliviar essa aí pra tú de último pedido pode crê?
Último pedido, já fui sentenciado? Mas tô ligado eles gostam de tocar o terror, a ficha ainda não tinha caído até ver a minha casa, um frio gelado correu pelas minhas costas, eu que cresci acostumado com a presença constante da morte, tô com medo.
Os cara mandou os soldados da segurança da casa que também tão contra mim entrar comigo e vigiar na porta, a Elisa não estranhou já é acostumada com a presença deles, quando vi ela sorrindo eu senti vontade de reagir, matar os cara tudo e sair voado, más a conta não ia bater e ia dar ruim pra mim de todo jeito, fiquei pensando o que falar pra ela ,o que fazer, e não tenho o que fazer, é só me despedir nessa porra.
O beijo que pode ser o último, o sorriso que eu posso nunca mais ver, o coração acostumado a levar pancada não se acostumou a deixar pra trás quem tanto ama, arrastado para o alto do morro para ser julgado por ter errado com que só merecia acerto.
Sentado no meio da roda com um monte de maluco com a maldade estampada na mente, a fumaça da maconha que os cara tá fumando não dá brisa, só faz aumentar o desespero.
Menor- mata logo esse filho da puta e economiza tempo.
MB- fica de boa mano, que ele vai pedir pra morrer primeiro.
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Liberdade Condicional (cárcere 2)
RomanceElisa é uma menina linda más que se acha feia e estranha, não se dá bem com a mãe, que sempre está a favor do irmão e contra ela, Elisa sente que não deveria ter nascido, se acha incapaz de despertar o amor de alguém, se acha inferior a todo mundo é...