Lavando a alma

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Lucas narrando- eu posso ter sido o pior cara do mundo, que tipo de homem pede , para que a mulher que ele ama tire um filho?esse é um sonho de todo mundo, Que tipo de homem ao ver uma bebezinha linda que se parece com ele, sente medo de machuca-la, e prefere esconder da pior forma que a ama.

Eu disse não, para o único amor verdadeiro que eu sei que poderia sentir, eu virei as costas para a menininha mais linda, que carrega o meu sangue, eu disse que não queria ela, logo ela, que nunca me fez mal, que me fez renascer de certa forma,que fez eu me sentir vivo.

Eu nunca senti tanto medo de perder alguém, como eu senti quando eu vi a Melissa tão pequena, tão frágil, eu podia ter perdido a minha filha, sem ter a chance de poder dizer o quanto eu me arrependo de ter sido tão covarde, de como o meu coração bateu forte quando eu segurei ela, mas o medo de errar foi maior, eu não posso chegar na Elisa e simplesmente dizer que agora eu quero ser o pai dela, eu não tenho esse direito, o pai dela é o Kauã, más eu posso pedir para ver ela de longe, para ver ela crescer, ouvir a voz dela, poder ouvir a voz dela.

Chego na casa do Kauã, paro a moto, o Fumaça chama o Kauã, tudo em mim estremece, é impossível não lembrar dessa casa, que eu dividi os meus segredos com o meu melhor amigo, que ele soube que eu era perdidamente apaixonado pela Elisa, foi nessa casa que eu e a Elisa tivemos nossa única vez de amor, eu saí dessa casa ouvindo que ela preferia o Kauã e que era com ele que ela ia ficar, foi aqui que ele fez ela de refém e foi aqui que ele formou a família que talvez seria a minha família.

É impossível não olhar para trás e ver como as coisas tiveram outro rumo, eu que já tinha sido abandonado, trocado, me armei como pude, para não ter que chegar no fundo do poço, fiz muita merda, más amei como eu podia amar, e aceitar o desprezo não era mais uma opção para o meu coração.

Nada disso importa mais, o Kauã faz a Elisa feliz, e ela faz ele feliz os dois fazem a Mel feliz e isso é o que mais importa.

O kauã aparece no portão, e a menininha vem sorrindo atrás dele .

Mel- papai! Papai!

Por um segundo meu coração dispara, más não é para mim que ela grita. O kauã pega a Mel no colo, e ela estica a mão querendo mecher no meu brinco. O kauã chega mais perto de mim e deixa ela mexer no meu brinco, o cheiro dela é doce,a mãozinha suave,pequena e quente, gira minha orelha.

O kauã me olha, nós dois sabemos o que nossos corações guardam e que tem feridas que ainda sangram e dói entre eu e ele.

Lucas- como a sua filha tá?

Kauã- ela é sua filha também mano!

Pego a Melissa no colo, ela coloca o braço no meu pescoço e deita a cabeça no meu ombro, enquanto chupa a chupeta e gira meu brinco.

Meu coração parece que não cabe no peito, ela não sabe quem eu sou e talvez não vai saber nunca, más eu sei, eu amo ela, por ela eu tiro o meu sangue, arranco o meu coração se for preciso.

Kauã- essa parada de sangue é forte irmão, ela sente .

O kauã não sabe de onde ele veio, e acho que ele quer que a Mel saiba que ela veio de alguém.

Lucas- você é o pai dela mano, e ela nunca vai precisar saber quem eu sou.

Kauã- desculpa mano! Nós nunca levou uma idéia pra jogar os panos na mesa.

Lucas- tá tudo certo irmão.

Kauã- eu tirei a Elisa de você, menti e fui um filho da puta, eu sabia que você era afim dela, más eu também era irmão, eu amo essa mulher como nunca amei ninguém na minha vida, e eu sabia que se não fosse daquele jeito, não ia ter jeito.

Liberdade Condicional (cárcere 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora