NEVER FORGET YOU

capítulo 07

🚨🚨ATENÇÃO🚨🚨
🚨🚨RETIRADA DO LIVRO DO WATTPAD DIA 22/01/2024🚨🚨

A N A S T Á C I A
G R E E N

*esse capítulo pode conter gatilhos.

Abro as pálpebras e pisco algumas vezes para me acostumar com a claridade. Alongo o meu corpo, esticando minhas pernas e braços pelo colchão macio e o lençol de seda.

Colchão macio e lençol de seda.

Me levanto num rompante, apoiando meus cotovelos na cama. Com as minhas vistas ainda embaçadas, tento assimilar o local onde eu estou. Com certeza não é o meu quarto.

Depois de alguns minutos analisando e processando as informações, me dou conta de que estou no quarto de Pablo Gavi. E como num passe de mágica, as lembranças da noite anterior me preenchem.

Minha nossa, eu bebi demais. Não tinha necessidade pra tudo aquilo.

Enquanto alguns não se lembram de nada da noite anterior quando bebem, eu tenho o prazer de lembrar de tudo. Em geral eu não tenho ressaca, mas sempre sinto como se um caminhão tivesse me atropelado umas dez vezes, no mínimo.

Criando coragem, saio da cama. Aliso e ajusto o vestido vermelho em meu corpo, que agora está todo amarrotado. Abro a porta do quarto com cautela e coloco a cabeça para fora no corredor vazio. O apartamento está silencioso.

Desço as escadas procurando por Gavi, mas não o encontro em nenhum lugar no primeiro andar. Vejo minha bolsa e os meus sapatos jogados no sofá e eu aproveito para pegar o meu telefone. Solto um grunhido e me jogo contra o sofá quando vejo as trezentas mensagens e as mil ligações da minha mãe. Quando eu fico algumas horas sem falar com ela e não dou noticia, ela quase surta de preocupação. Exagerada.

As horas no visor do meu celular mostram que são três horas da tarde aqui em Barcelona e como há o fuso horário, no Brasil deve ser umas dez horas da manhã.

Ligo para Paula, minha mãe, que atende no primeiro toque.

─ ANASTÁCIA GREEN! TEM NOÇÃO DE QUE EU QUASE CHAMEI A POLÍCIA?! ─ ela grita no meu ouvido, me fazendo afastar o telefone. Selo as pálpebras pedindo forças aos céus para aguentar o sermão da minha mãe.

─ Desculpa mamãe. Eu só saí com alguns amigos ontem, cheguei tarde em casa e acordei agora. ─ omito a parte em que na verdade eu estou na casa de um cara, antes que ela surte ainda mais.

Ouço um suspiro do outro lado da linha.

─ Querida, sabe que eu não me importo que você saia ou durma até mais tarde ou faça qualquer coisa. ─ diz, o tom de voz mais calmo agora ─ Contanto que você me avise, pode fazer tudo o que quiser. Sabe o quanto eu fico preocupada com você do outro lado do mundo. Deus a livre, mas se acontecer alguma coisa eu vou ter um infarto por não conseguir estar aí.

Abro um sorriso simples.

─ Eu sei mamãe. Me desculpe, eu deveria ter avisado.

Há uma pausa e como eu conheço Paula Green como a palma da minha mão, sei que consegui derreter o seu coração.

─ Certo, está perdoada. ─ diz, o tom de voz soando brincalhão ─ Meu amor, eu vou precisar desligar agora, tenho que voltar para a sala de aula. Mais tarde eu te ligo para conversarmos melhor. Te amo e estou com saudades.

─ Tudo bem mamãe. Te amo e também estou morrendo de saudades.

Ela desliga a ligação e eu jogo o celular sobre o sofá. Só vou conseguir conversar com a minha mãe tarde da noite agora, por conta do fuso horário e porque ela trabalha até tarde numa escola no Brasil.