PT/BR 🇧🇷
+16| Depois de se mudar para Barcelona em busca dos seus sonhos, Anastácia Green, uma garota que sempre teve tudo sobre o controle e que dispensa qualquer tipo de relacionamento para não atrapalhar seus objetivos, vê seu mundo se desestab...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
● VERIFIQUE SE VOCÊ LEU O CAPÍTULO ANTERIOR.
para uma melhor experiência com o capítulo, clique na música na multimídia!
boa leitura ;)
Faz mais de trinta minutos que estamos dentro do carro, a chuva torrencial caindo do lado de fora. Anastácia retirou os saltos e apoiou os pés no banco de couro, abraçando as pernas e apoiando o queixo nos joelhos. As orbes esverdeadas da garota estão atentas em cada gota que cai sobre o parabrisa, a tensão em seu corpo se intensifica a cada instante em que cai um novo raio.
A vontade que eu tenho de abraçá-la e dizer que ela está bem, que eu vou protegê-la a todo custo, me consome a cada mísero segundo. Mas eu não faço isso, consigo me conter... porque eu não tenho mais o direito de me aproximar dela dessa forma depois do que eu fiz hoje.
Depois de ter partido o seu coração.
Enquanto eu tento acalmar as batidas frenéticas daquilo que restou dentro do meu peito, tensas, descompassadas, ansiosas, nervosas, sinto todo o peso do mundo tomar conta de mim novamente. A culpa; a lembrança de ter visto o olhar quebrado de Anastácia insiste em me assombrar sempre que eu selo as minhas pálpebras.
Eu nunca vou conseguir me perdoar por isso.
Eu sabia o que isso iria me causar, eu sabia que a dor seria muito profunda... capaz de acabar com tudo que existe em mim. Eu sei.
E sinceramente, eu não me importo nem um pouco de sentir essa dor angustiante e de carregar todos os meus problemas sozinho, contanto que ela não sinta essa mesma dor que eu estou sentindo, para mim está ótimo.
Um desgraçado egoísta, eu sei.
Porém, só de imaginá-la passando por todo esse caos, é o suficiente para fazer todas as minhas células gritar em pavor e angústia, clamando por socorro.
Isso sim seria algo que eu nunca conseguiria suportar.
O suspiro baixinho da garota me chama a atenção. De soslaio, vejo-a virando o rosto para me encarar, apoiando a bochecha direita no joelho.
─ Acha que dá para andar com o carro assim? ─ Ana indaga baixinho.
Balanço a cabeça em negação calmamente, minhas orbes atentas na chuva incessante que cai do lado de fora, provocando um som agudo e alto.
É engraçado como a chuva parece cair no momento perfeito, complementando a energia melancólica que eu estou sentindo. A força e a violência em que a água cai ao nosso redor me faz lembrar da minha situação: onde tudo está desmoronando.
