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+16| Depois de se mudar para Barcelona em busca dos seus sonhos, Anastácia Green, uma garota que sempre teve tudo sobre o controle e que dispensa qualquer tipo de relacionamento para não atrapalhar seus objetivos, vê seu mundo se desestab...
🚨🚨ATENÇÃO🚨🚨 🚨🚨RETIRADA DO LIVRO DO WATTPAD DIA 22/01/2024🚨🚨
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Me incomodava o fato daquele tanto de agulha estar penetrado na pele dela. Angeline respirava com ajuda do concentrador de oxigênio; havia vários acessos venosos nas suas mãos e nos braços.
Ela finalmente tinha conseguido dormir um pouco, já que a noite foi turbulenta no hospital. Eu ficava extremamente atento em cada movimento dela, para garantir que ela estava bem e respirando.
De vez em quando ela se mexia, o que fazia o meu coração disparar freneticamente. Eu tinha medo dela acordar e começar a tossir sem parar. Era o que mais me assustava, acredito. Quando Angel começava a tossir por conta do muco preso nas vias respiratórias, eu sempre começava a ter crise de ansiedade. Porque eu sabia que ela estava sufocando.
E eu não podia fazer nada. Nunca pude fazer nada por ela, a não ser ficar do seu lado nos tempos difíceis.
Além disso, eu nem deveria estar ali naquele momento. Como eu só tinha quatorze anos, eu não tinha permissão para ficar no quarto dela sem acompanhamento de um responsável. Isso não me impedia de entrar no hospital, óbvio. Eu sempre dava um jeito de entrar escondido.
Na última noite a Angel passou mal. O pai dela a trouxe de imediato para o hospital e eu só fiquei sabendo porque a Jayde havia me enviado uma mensagem de texto. Eu fui para lá o mais rápido que eu consegui. Esperei o Joan Laporta ─ o pai dela ─ ir embora para eu conseguir entrar no quarto.
Naquele momento ali no hospital, sentado na poltrona ao lado do seu leito enquanto eu observava cada detalhe da Angeline, me lembrei de quando nos conhecemos.
Os olheiros do Barcelona estavam querendo fechar um contrato comigo. Queriam investir em mim para jogar no sub-14 na época. Meu pai fechou o acordo e, como uma forma de comemoração, Joan Laporta ─ o presidente do time ─ nos convidou para uma uma confraternização que teria em sua casa.
Foi quando eu conheci a Angeline. Eu me apaixonei por ela à primeira vista. Angeline estava radiante, como sempre. Com o seu humor alegre e o sorriso no rosto, eu me encantei.
Nos aproximamos muito, ficamos amigos. Eu descobri a sua doença. Angeline tinha Fibrose Cística. Ela ficava doente com muita frequência e passava meses no hospital para fazer um novo tratamento.
Isso a deixava triste. Ela não tinha muitas esperanças sobre o seu futuro, sempre achava que estava sendo um peso na vida da sua irmã e do pai, e que não aguentava mais passar por tudo aquilo.
Angeline sofreu muito.
Vendo-a no hospital naquele dia, comparando a linda garota de cabelos ruivos que eu conheci na confraternização com a garota deitada naquele leito de hospital, não pude deixar de observar a diferença. Angeline estava muito magra, os ossos aparecendo. Sua pele, seu cabelo, seus olhos... tudo parecia sem vida.
