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Fico admirando as orquídeas azuis que a Madelyn enviou para mim. É linda. Elas acabaram de chegar, e junto veio um lindo cartão com uma mensagem super fofa da Mad e do Nico.
Guardei o cartão junto com os outros que estão espalhados pela mesinha de cabeceira ao meu lado. E o Pedri arranjou um espaço um tanto apertado para colocar a orquídea azul, já que o quarto está quase parecendo uma floricultura, se não fosse pela decoração opaca e os aparelhos do hospital que controlam o meu corpo.
Se bem que as flores coloridas que ganhei dos meus amigos, colegas de trabalho e da minha família, alegram o quarto com cores diversas. Sempre gostei de ganhar flores.
Pedri está jogado de qualquer jeito no sofá, sua atenção presa no celular. Ele veste uma bermuda jeans e uma camisa, algo bem incomum no seu estilo. Acho que é a primeira vez que vejo ele usando bermuda. Suponho que seja por conta do calor que está fazendo aqui em Goiânia. Eu não fui lá fora, é claro, mas pelo céu límpido que eu vejo pela janela, sei que deve estar um forno lá fora.
Na televisão que fica do outro lado do quarto, pendurada na parede e de frente para mim, está passando algum episódio da série "Teen Wolf". É uma das minhas preferidas e eu estou assistindo tudo de novo para poder assistir o filme que lançou recentemente.
Não presto muita atenção no filme por dois motivos: eu já sei o que acontece na maioria das cenas, porque já assisti essa série umas 10 vezes; e porque o corte da minha barriga me deixa incomodada por estar dolorido.
O toque suave na porta me chama a atenção. Enquanto a porta é aberta, abaixo o volume da televisão e levo meu olhar até o doutor Silva, que adentra o quarto frio com um sorriso gentil nos lábios carnudos.
Ele é um homem de meia idade com uma barriga voluptuosa e cabelos grisalhos; óculos empoleirados na ponta do nariz e sobrancelhas grossas que quase se juntam. Fernando Silva foi quem fez a minha cirurgia, e em outras palavras: foi quem salvou a minha vida.
