capítulo 14

33.8K 1.8K 1.7K
                                    

🚨🚨ATENÇÃO🚨🚨
🚨🚨RETIRADA DO LIVRO DO WATTPAD DIA 22/01/2024🚨🚨

A N A S T Á C I A
G R E E N

Depois de incontáveis e cansativas horas de voo, chego em Goiânia, minha cidade natal. O sol ensolarado de uma quinta feira a tarde me pega em cheio, me fazendo tirar o casaco para amarrar na cintura.

Com a ansiedade me consumindo por estar a poucos minutos de encontrar com a minha família, corro para buscar as minhas malas, colocando-as empilhadas num dos carrinhos de aeroporto.

Sério, parece eu enfiei uma pilha de tijolos dentro das malas, já que eu tenho que fazer um esforço descomunal para levá-las até a saída do desembarque.

É quando as portas de vidro fosco do desembarque se abrem, que eu vejo o meu pai depois de quase oito meses separados. William Green está o mesmo de sempre, com seu cabelo castanho quase grisalho, os olhos cor de mel contendo o mesmo brilho de sempre e  a barba por fazer.

William sorri para mim e eu retribuo, meu coração se enchendo de alegria por vê-lo.

Largo o carrinho com as minhas malas e saio correndo, gritando, fazendo com que as pessoas virem o pescoço para nos observar:

─ Pai! ─ William solta uma gargalhada e abre os braços para me receber num abraço apertado.

Meu pai cambaleia um pouco para trás quando o meu corpo colide contra o seu, meus braços esmagando ele num abraço de urso o meu rosto se encaixando na curvatura do seu pescoço; minhas narinas inspirando a sua colônia amadeirada.

Sinto os lábios do meu pai tocarem o topo da minha cabeça, onde ele deixa vários beijos.

Quando nos afastamos, ele segura o meu rosto com as mãos, seus olhos percorrendo cada detalhe do meu rosto.

─ Ah, meu amor! Olha só você. ─ ele diz com a sua voz grave, seu polegar acariciando o canto da minha bochecha. Sorrio, meus olhos enchendo-se de lágrimas de emoção ─ Minha princesa já é uma mulher adulta. Uma mulher independente e forte. Tenho muito orgulho de você, meu amor.

Li num livro uma vez que a gente nunca sabe o quanto sente falta de uma pessoa até vê-la outra vez. A saudade que eu senti por ele e por toda a minha família é tão grande que não cabe no peito.

Pisco algumas vezes para dispersar as lágrimas na linha d'água.

─ Eu senti tanta saudade. ─ murmuro com a voz embargada. Rodeio a cintura do meu pai outra vez, meu rosto se afundando em seu peito.

Esse é o maior problema de morar em outro país: ficar longe de quem você ama. A saudade dói e machuca. Já perdi as contas das vezes em que pensei em desistir de tudo em Barcelona para voltar ao Brasil por conta da saudade que sentia da minha família.

Não é fácil.

E isso não vai mudar.

Apesar de tudo, o que ainda me mantém em Barcelona é a certeza de que lá as chances de eu conquistar o meu sonho de ser uma escritora de sucesso, é muito maior do que aqui no Brasil. Além disso, aceitei essa jornada por um motivo mais pessoal ainda: de me encontrar e saber quem eu sou de verdade.

─ Eu também, filha. ─ ele responde, apoiando o queixo no topo da minha cabeça ─ Eu também.

─ Onde está o Bernardo? ─ ergo o queixo para fitá-lo, já que o meu pai tem quase um e oitenta e altura.

─ Em casa, segurando a sua mãe. ─ ele ri, fazendo o seu peito vibrar ─ Ela está preocupada com você, disse que você não atende as ligações dela.

NEVER FORGET YOUOnde histórias criam vida. Descubra agora