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+16| Depois de se mudar para Barcelona em busca dos seus sonhos, Anastácia Green, uma garota que sempre teve tudo sobre o controle e que dispensa qualquer tipo de relacionamento para não atrapalhar seus objetivos, vê seu mundo se desestab...
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Espreguiço o meu corpo sobre a cama, me aconchegando no calor agradável debaixo dos cobertores e na sonolência que ainda domina meu consciente. Conforme minhas pálpebras vão abrindo aos poucos e o meu raciocínio processa a informação de que já é uma manhã ensolarada lá fora, ergo a coluna, apoiando os cotovelos no colchão.
Vejo tudo embaçado, como se tivesse uma película em meus olhos. A luz solar invade meu quarto pelas portas de vidro da sacada, deixando o ambiente claro demais para os meus olhos hipersensíveis depois de uma hibernação.
Me sento sobre a cama e fico nessa posição pelo o que parece minutos, esperando pacientemente o meu corpo fazer download da minha alma que deve ter ido à Nárnia ajudar nas batalhas contra a Feiticeira Branca. Quando todos os meus neurônios se despertam, percebo a bagunça das malas de Bernardo esparramadas no meu quarto e o outro lado da minha cama vazio, onde o meu irmão deveria estar dormindo. Percebo também que o sol lá fora parece estar bem quente e a movimentação da avenida está a todo vapor.
Droga, acho que dormi muito.
Pego o meu celular em cima da mesinha de cabeceira e vejo as horas "11:25" no visor. Desprendendo o ar dos meus pulmões, retiro o cobertor do meu colo, levo meus pés para fora da cama em um movimento ágil e me levanto da cama ─ o que faz os meus neurônios girarem em 360 graus mais vezes do que eu consigo contar. Estico as mãos no ar para me equilibrar e fico parada por um minuto, retomando o equilíbrio do meu corpo. Em seguida, me direciono para fora do meu quarto e sigo para o primeiro andar do meu apartamento.
Tudo está silencioso, o que me faz supor que todos ainda devem estar dormindo. Meus pais estavam bem cansados por conta do fuso horário e, depois do jogo um tanto catastrófico de ontem, voltamos para Barcelona e chegamos em casa no início da madrugada. O clima dentro do avião na volta não era um dos melhores depois dos últimos acontecimentos, principalmente vindo de Pedri, que parecia exalar sofrimento, dor e muita dor.
Meu coração se aperta só de lembrar do seu semblante triste e destruído e de Jayde, que estava completamente arrasada e desesperada. As coisas estão bem piores do que qualquer um de nós poderia imaginar.
Adentrando a cozinha, fico surpresa por encontrar o meu irmão sentado na banqueta giratória, de frente para a bancada de mármore. Bernardo usa apenas uma calça moletom preta, os cabelos castanhos completamente desgrenhados e a barba por fazer completando o seu charme natural. Ele está distraído com o seu notebook sobre a bancada, seus olhos semicerrados para a tela do aparelho.
