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+16| Depois de se mudar para Barcelona em busca dos seus sonhos, Anastácia Green, uma garota que sempre teve tudo sobre o controle e que dispensa qualquer tipo de relacionamento para não atrapalhar seus objetivos, vê seu mundo se desestab...
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Às vezes eu fico horas apenas observando o berço no quarto do meu filho. É estranho e... engraçado.
É um menino. Jessy e eu descobrimos ontem na ultrassom.
Até pouco tempo ─ exatamente uma semana atrás, antes do teste de DNA sair ─ eu nunca me imaginaria sendo pai aos dezenove anos. Me casar, ter filhos e formar uma família sempre foi um sonho para mim. Fazer isso com a pessoa que eu amo e na hora certa também sempre esteve nos meus planos.
Acontece que o destino sempre nos prega algumas peças, o que nos faz enxergar que nada na vida segue aquele roteiro que nós criamos.
O bebê não foi planejado e muito menos esperado, mas quando eu soube, eu já passei a amar o meu filho naquele mesmo instante, mesmo que eu sentisse a dor do meu coração sendo estraçalhado de mil maneiras diferentes.
Isso é meio assustador e me deixa apavorado quase sempre, porque... caralho, eu vou ser pai. Daqui alguns meses o meu filho irá nascer e tudo na minha vida vai se transformar por completo. Pensamentos como: o que fazer, como contar para a minha família, como ser um bom pai, como ajudar a mãe em todo esse processo me desencadearam algumas crises de pânico e ansiedade.
O fato de quase ninguém ─ a não ser o Iván ─ saber que serei pai, está me remoendo por dentro também. Não tive coragem ainda de contar para a minha família, meus amigos e principalmente... a Anastácia.
Essa última eu tenho evitado a todo custo desde quando eu recebi o resultado do teste.
Procurei uma psicóloga e ela já me ajudou muito logo na primeira sessão. As crises diminuíram, mas o medo apavorante que eu estou sentindo só de pensar em criar essa criança, ainda está presente em cada mínimo pensamento meu.
Parece que o meu mundo agora gira em torno desse bebê que ainda não tem nem cinco meses de vida na barriga da Jessy.
Estou montando o quarto dele há uma semana. Como eu ainda não sabia o sexo, arrumei tudo com os tons branco e bege claro. Jessy quer tudo azul e meio extravagante, mas eu disse para ela fazer isso na casa dela. Na minha casa o quarto dele vai ser exatamente assim: simples e aconchegante.
O berço já chegou, assim como alguns móveis. Tem muita coisa ainda para chegar, por conta que eu comprei a maior parte pela internet. Até agora o quarto só tem o berço, uma cômoda e uma poltrona de amamentação. É nessa poltrona que eu fico horas e horas sentado, imaginando o quarto pronto e ele aqui comigo.
Imagino ele crescendo... fico pensando se ele vai se parecer comigo ou com a Jessy. Em questão de personalidade, eu estou orando para que se pareça comigo. Não querendo insultar a mãe do meu próprio filho, mas a Jessy tem uma personalidade e caráter meio duvidoso, por isso que eu prefiro que ele se pareça comigo nesse quesito.
