Capítulo: 01

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Ruby
Los Angeles/Califórnia

Uma sirene ecoava pelos corredores da Penitenciária Feminina de Los Angeles, às 05:30 em ponto as detentas tinham que se levantar para o café e seguir para suas atividades, não sem antes arrumar suas camas.
Em seu cubículo, Ruby se espreguiçava e xingava em pensamentos a sirene e a policial responsável por aquele turno, a sirene sempre tocava por dois minutos a mais no turno da policial Taylor.

– Hey Ruby levante-se, não queremos que a Taylor venha aqui e nos dê  uma advertência.
– Que se foda.

Ruby ignora a colega e se vira na cama. Louise era sua colega de cubículo  desde que ela chegara na penitenciária, no início achou ruim dividir com ela o minúsculo espaço ainda mais porque Ruby era lésbica assumida e na época ela morria de medo da colega dá em cima dela, algo que nunca aconteceu.

– Você quem sabe, isso pode te atrapalhar daqui uns dias.

Ruby pragueja baixinho, sua condicional estava perto de acontecer. Tinha sido condenada a cinco anos por porte de drogas e falsificação de documentos, soma-se a isso mais um ano por desordem e embriaguez em público. Já estava há três anos presa e acostumada com a vida na prisão. Sua adolescência foi marcada por inúmeras entradas e saídas de reformatórios juvenis. Sua ficha era extensa, mas quando completou a maioridade por conta de uma lei sua ficha foi apagada dos arquivos, mas um tempo depois aprontou novamente e foi presa.
Ruby chamava atenção na penitenciária devido a aparência física, a natureza havia sido extremamente generosa com ela. Era alta, magra mas encorpada, tinha olhos azuis, lábios carnudos e bem desenhados e cabelos curtos castanhos. Seu rosto tinha traços  singulares, misturando feminino e masculino e tinha um sotaque que as colegas de confinamento tripudiavam por não ser americana nata. A chamavam de Australiana, Ruby não ligava para a alcunha, nascera na Austrália e migrou aos 15 anos com a avó para os Estados Unidos para ser quem sabe escritora. Entretanto tudo deu errado ao andar em más companhias...

– Vamos Australiana levanta.
– Já vou.

Ao terminar a frase a policial Taylor aparece no cubículo para o azar das detentas.

– Por que as duas desocupadas não estão na fila do café? Já são 05:45.
– Já vamos policial, Ruby está indisposta, não é?
– Sim.
– Ah, é mesmo? Ok, você Keaton saia e você Olsen levante-se.

Louise obedece e deixa a amiga sozinha com a policial, torceu para que Taylor estivesse de bom humor.
A policial Taylor olha em redor e nota que os outros cubículos  já estão vazios e arqueia uma sobrancelha.

– Coloque as mãos na parede e fique de costas pra mim Olsen.
– Porra não fode, eu não fiz nada.
– Cala a boca.

Taylor observa Ruby obedecendo suas  ordens e lhe dá um tapa na bunda a garota fica puta mas não diz nada.

– Você é gostosa pra cacete sabia Olsen. Que pena que não vou poder te admirar mais no banho, sabe que adoro olhar pra sua bunda.
– Já acabou?
– Não!

A policial faz questão de revistar Ruby, sabia que ela não tinha nada, mas adorava passar as mãos nela, a garota tinha um corpo de parar o trânsito e Taylor a desejava desde o dia que a viu pela primeira vez.
Ruby revira os olhos, já estava acostumada a ser assediada por Taylor, que sempre passava as mãos nela e pedia pra lhe fazer oral. Odiava ser tocada pela policial, na única vez que disse não, ficou na solitária por uma semana.

– Vai deixar eu te chupar hoje depois do café?
– Adianta eu dizer não? Vai ficar atrás de mim o dia todo.
– Hahaha claro que não, sua buceta é a mais gostosa que eu já chupei.
– Legal, posso ir?
– Claro, mas antes meu beijo.

Ruby se vira e olha com desprezo para a policial que era cerca de quinze anos mais velha que ela. Taylor puxa a gola da camiseta dela e a beija  com volúpia, a garota por sua vez retribui para se livrar logo. 

– Se eu te ver com a Karine, vai dormir na solitária, entendeu?
– Sim.

Karine era uma detenta que Ruby dava uns amassos e transava de vez em quando, mas o relacionamento não ia pra frente por conta da policial que era obcecada por Ruby.
Taylor se contenta com o beijo e a deixa se arrumar para ir para o refeitório, observando-a e lamentando pelo fato de que dali uns dias ela já  não estaria mais por ali.

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