Ruby
Ruby pede um café com creme e um croissant e não permite que Sam pague.
- Eu tenho dinheiro agora, se bem que esse hospital cobra uma fortuna por essas porcarias que servem.
- Ruby!
- Gata é porcaria mesmo.As duas pegam seus respectivos cafés e sentam em uma mesa afastada da entrada, logo Samantha a indaga.
- Por que está falando com desprezo da sua mãe?
- Porque é o que ela merece, eu fui falar com aquela mulher e como sempre me rechaçou, então farei o mesmo, só sabe jogar o passado na minha cara.
- Ahhh...Sam suspira e fica triste ao mesmo tempo por Ruby, mas nota que o vocabulário dela estava cada vez melhor e uma ideia aponta em sua mente.
- Sabe você poderia se expressar ao mundo de diversas formas, sei que gosta de escrever textos, porque não deixa que eu publique com um pseudônimo.
- Eu não gosto que ninguém leia.
- Então porque escreve? Duvido que lá no fundo nunca pensou em ser uma escritora.Ruby bebe um pouco do café e olha em direção da janela, escrever seus pensamentos acerca da vida e de seus sentimentos era algo que tinha como hobbie, já quis ser uma escritora, mas não sabia como começar e se profissionalizar depois.
- Vamos fazer um teste, o que você acha?
- Como assim?
- Eu vou publicar dois textos seus em semanas diferentes em uma revista feminina, uma coluna que muda toda semana, tenho na minha carteira vários profissionais, eles falam de assuntos diversos, tem aqueles que são especialistas em algumas áreas como sexologia e psicologia e respondem dúvidas dos leitores. Seus textos seriam publicados e se eu receber algum feedback positivo posso continuar postando, podemos também postar na versão online da revista.Ruby pensa por um instante.
- Entendo...mas eu não sei escrever para colunas.
- Não amor, eu serei sua editora, vai me passar os textos e eu farei as alterações ortográficas necessárias, isso claro com você por perto. A obra é sua e minha interferência será a menor possível.
- Hum...eu vou pensar.
- E não vai trabalhar de graça, faremos um contrato é claro.Ruby balança a cabeça e se anima um pouco, não pelo dinheiro, mas pela avó que sempre a apoiou e sempre lhe disse que ela seria capaz de tudo se quisesse, só tinha que trabalhar pra concretizar seus sonhos. Onde quer que ela estivesse sabia que Leonora estava orgulhosa dela.
Samanta passa os dedos de leve em seu rosto e sorri, a jovem retribui a carícia e pensa em qual texto dos inúmeros que escreveu poderia publicar.****
Peter olhava as últimas fotos de Ruby que David lhe enviou, em algumas a moça aparecia em um café e em outras estava acompanhada por Vincent ou Samantha.
Lágrimas vertem de seus olhos ao lembrar que nunca se interessou por ela e por conta disso a garota teve um início de vida terrível.
O bilionário se interessou em procurar a filha um pouco depois de receber o diagnóstico de câncer, quando percebeu que não tinha ninguém ao seu lado no hospital exceto por Guttemberg seu fiel mordomo que sabia praticamente tudo da vida do patrão, foi exatamente ele quem o incentivou a procurar a jovem.
Quando colocou David na investigação não sabia nada da vida de Ruby, e foi justamente no dia que ela foi solta em condicional que o detetive lhe deu as primeiras informações. Conforme foi lendo o relatório ficou horrorizado com a vida da filha e chorou longamente arrependido por não conhecê-la antes, Peter só não sabia do aborto, mas David resolveu lhe contar no dia anterior e o magnata do aço ficou ainda mais angustiado e com raiva de Luther.- Aquele porco maldito, eu o mataria com as minhas próprias mãos.
Peter fecha a mão e bate na mesa, seu mordomo arruma o chá e lhe pergunta.
- Quando vai trazê-la pra cá senhor?
- Eu não sei ainda, na verdade não sei como me apresentar pra ela Guttemberg.
- Senhor deve se apresentar a sua filha como deve ser, como o pai dela, não tem maneira melhor.Peter pensa por alguns minutos.
- Ela vai me rejeitar como fiz com ela.
- Me desculpe ter que dizer isso senhor, mas ela está no direito dela.
- Guttemberg você não precisa me pedir desculpas, é meu único funcionário que tem essa liberdade.
- Obrigado pela confiança senhor, sua terapia começa daqui há cinco minutos.
- Ok.Guttemberg se retira e deixa o patrão pensando, trabalhava há 20 anos com ele e gostava, aprendeu a lidar com o gênio de Peter e cuidava do vasto apartamento com maestria, os outros funcionários raramente se dirigiam ao patrão, apesar de serem bem pagos evitavam interagir com ele. Peter tinha um gênio terrível e a cada ano que passava preferia a solidão do que lidar com as pessoas.
****
David olhava as últimas informações acerca de Ruby e espera as ordens de Peter.
- Quer que eu faça o quê agora?
- O que acha que devo fazer? Meu mordomo acha que tenho que ir lá e me apresentar.
- Concordo com ele.O detetive já sabia mais ou menos como era a personalidade da filha do chefe, não precisava nem de DNA pra ver que eram pai e filha, além da aparência o gênio de ambos eram idênticos.
Desde que descobriu o paradeiro de Ruby e ficou atrás dela, David presenciou todas as brigas públicas que a garota se envolveu, a diferença dela para o pai, era que o bilionário não distribuía pancadas, mas era conhecido por ser vingativo e quem se atrevia a brigar com ele se arrependia amargamente tempos depois.
Lembrou de quando um desafeto político de Peter fez uma graça com o divórcio dele e semanas depois o magnata expôs para toda a imprensa a dupla vida do político e sua carreira acabou. Peter não abria sua vida pessoal pra ninguém, era um homem discreto, mas David o alertou que assim que Ruby chegasse em sua vida teria que arcar por um tempo com os holofotes pairando sobre ele.- Ruby parece estar namorando com essa moça.
Peter olha a foto de Samantha e aprova, depois do baque de saber que a filha se prostituiu, teve que lidar com a sexualidade dela.
- Pelo menos é bonita e não é uma Zé Ninguém.
David reprime um sorriso, Peter era de um outro tempo, mas não rejeitou a filha novamente por conta da orientação sexual dela.
A conversa entre os dois é interrompida por Daphne.- Senhor Harris eu finalmente terminei o quarto da sua filha.
- Já não era sem tempo, tem um mês que contratei você para arrumar aquele quarto, se certificou de tudo estar como ela gosta?
- Fiz o meu melhor senhor.Peter levanta e pega sua bengala, estava curioso para ver o quarto e muito ansioso para ver Ruby desfrutar de tudo o que ele podia oferecer.
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✨ When I Found You...
FanfictionRuby Olsen não era ninguém na vida, estava sozinha no mundo até que a oportunidade de mudar seus conceitos acerca de coisas que acreditava aparece. ⚠️ Essa história apresenta conteúdo sexual. *Plágio é crime, não autorizo nenhuma reprodução em par...