Ruby
Depois de um banho longo como sempre fazia todos os dias, Ruby sentou para tomar café e notou a alegria de Vincent.
- Parece que viu um passarinho azul Vin.
- Ahhh bom dia mocinha, estou feliz sim e você dormiu bem?
- Sim.Ruby se serve de café e pega uma fatia de mamão.
- Onde está a Sam?
- Ela já foi trabalhar.A jovem faz um beicinho e Vincent sorri, em seguida pergunta como foi a conversa com a empresária.
- Ela me convenceu a fazer terapia sabe como é?
- Sim! Fico feliz isso vai te ajudar.
- Se vocês dizem.Ruby dá de ombros, termina seu café e avisa ao tutor que ia caminhar um pouco, ela não teria aulas e queria espairecer. O advogado assente e lhe diz como sempre para ter cuidado e juízo.
****
Ruby pega um dos carros de Vincent e dirige até o bairro onde sua mãe morava, não demora muito e ela observa Elizabeth conversando com alguém.
A mãe de Ruby apesar de ser nova aparentava ter muito mais idade, os anos dificéis e preocupações com a filha a deixaram com uma expressão severa, Ruby desce do carro e corre ao encontro da mãe.- Oi mãe.
Beth olha de relance e para de conversar com a vizinha ao ouvir a voz da filha fica desconfortável no mesmo instante.
- Eu já não te disse pra me deixar em paz?
Ruby faz um movimento de desgosto com os lábios, mas não se aborrece.
- Olha, precisa de algo?
- Nada que venha de você.A vizinha de Elizabeth fica curiosa, já que desconhecia que ela tinha uma filha.
- Essa moça linda é sua filha? Nunca me falou dela.
Beth se vira para Cecille e depois para a filha e fala com desprezo.
- Eu não tenho filhos Cecille isso aí foi um erro que cometi há 25 anos atrás.
Ruby fica chocada e lágrimas surgem em seus olhos, trata de limpar no mesmo instante e responde.
- Sei que não sou o que sonhou ou que pensou que eu pudesse ser, mas eu não pedi para vir pra esse mundo, está sendo cruel comigo, nunca fui santa eu sei e estou tentando me redimir e andar na linha, só queria que soubesse que estou conseguindo porque tem alguém que acreditou em mim quando nem eu mesma acreditava, e modéstia a parte Elizabeth estou indo muito bem.
Beth fica sem palavras, uma porque a filha conseguiu falar sem usar palavrões e estava calma, em outros tempos Ruby aumentaria o tom de voz e a xingaria sem pensar e segundo porque ela falava sem gírias e corretamente.
- É estou vendo que você agora faz parte da "realeza", mas não se engane Ruby por baixo dessas roupas bonitas e bacanas continua sendo a mesma sem teto de antes, pode falar bem agora e estar no meio dos ricos, mas eles sempre vão saber de onde você veio.
Ruby olha pra mãe e depois para o chão, mas responde:
- Eu tive uma oportunidade e estou aproveitando.
- Pois é, deve estar na cama do coroa que a sustenta.A jovem bufa mas respira fundo, a mãe tinha o dom natural de tirá-la do sério, ao invés de sair falando sem pensar resolveu ser ácida mas com classe.
- Deve ser terrível pra você ver que mesmo eu tendo ido até o inferno por conta das drogas e álcool eu estou aqui, acabei aprendendo com as minhas escolhas erradas e me reergui e você o que fez nesse anos Elizabeth? Continua sendo uma faxineira, não se preocupou em fazer nada além do seu ofício. E quer saber eu não vou mais te pedir desculpas por meus erros, cansei de tentar de dar orgulho, o único que merece meu comprometimento é o Vin, se você não me reconhece como filha eu também não te reconheço como mãe, pra mim já deu, a única mãe que tive foi a vovó.
Elizabeth olha pra Ruby mas não baixa a cabeça, a filha tinha razão realmente nunca se interessou por tentar melhorar sua vida através dos estudos achava um perda de tempo, estava mais preocupada em arrumar alguém que lhe tirasse da pobreza sem fazer esforço nenhum.
- Eu não fiz mesmo nada, mas se tem uma coisa que me orgulho é que nunca precisei me prostituir.
Ruby não se abala e estreita o olhar ao responder a mãe.
- Hahahaha não me faça rir, eu já li sobre mães narcisistas e você se encaixa perfeitamente nisso, sempre me desprezou e não é só porque sou lésbica, me despreza por inúmeros motivos e um desses motivos tem a ver com a aparência, acha mesmo que me esqueci de como me vestia na infância? Projetando em mim sonhos que jamais eu seguiria, dizendo sempre que eu devia me comportar do jeito que você queria, detestava todas as roupas que me colocava, mas aceitava porque queria ser amada por você, tem raiva do meu pai porque ele com certeza não quis nada com você e quer saber no lugar dele eu faria o mesmo, quem ia querer ficar do lado de uma mulher que não se cuida e cheira a óleo de fritura?
Chocada com tais palavras, Elizabeth dá um tapa no rosto de Ruby que a encara com seu ar altivo.
- Saia daqui, você é como seu pai, um desgosto só.
- Quis dar o golpe do baú de certo e caiu do cavalo Elizabeth.
- Cale-se, seu pai não tinha onde cair morto.
- Isso é o que você diz, mas duvido muito disso, a vovó sempre disse pra você ir atrás dele e fazer ele me reconhecer.Elizabeth olha pra filha com mais raiva ainda, estava cansada, discutir com ela sempre a exauria.
- Volte lá para o bairro dos ricos e me deixa em paz.
- Eu vou mesmo e não piso nunca mais nesse buraco.Ruby dá as costas pra mãe mas vira de volta e lhe diz.
- Minha vó morreu sem saber que eu fazia programas para o tratamento dela, eu só não me arrependo totalmente disso porque ela viveu mais três anos conosco e eu faria novamente por ela e só por ela, você não merece nada Elizabeth nem meu desprezo, eu tenho pena do ser humano oco que você se tornou, amargurada e sozinha é assim que vai ser seu fim.
A mãe de Ruby não diz nada mas se lembra do que sua mãe Leonora disse um dia, que a colheita seria difícil e realmente estava sendo...
A jovem coloca os óculos escuros e entra no carro novamente, se Elizabeth queria assim, assim seria feito e prometeu a si mesma nunca mais dar sinal de vida pra mãe.****
Ruby chega em casa e no seu quarto chora de raiva e frustração, sua mãe tinha vergonha dela e fazia questão de escondê-la do mundo, sequer falava para alguém, que tinha filhos. Diante do espelho a jovem olha seu reflexo e limpa as lágrimas.
- A partir de hoje sou órfã, se me renega farei o mesmo.
Lizette entra no quarto para fazer a faxina e observa Ruby no espelho da penteadeira e estranha o semblante dela.
- O que foi menina? Saiu daqui alegre.
- Nada, só virei uma página da minha vida.A governanta estranha, mas não fala nada, a jovem era misteriosa e tinha um gênio volátil e achou melhor não insistir.

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✨ When I Found You...
Fiksi PenggemarRuby Olsen não tinha nada nem ninguém, vivendo sozinha no mundo. Porém, surge uma oportunidade que pode transformar não apenas sua vida, mas também suas convicções mais profundas. ⚠️ Essa história apresenta conteúdo sexual. *Plágio é crime, não aut...