Samantha
Sam olhava para as unhas recém-feitas e depois para Ruby que estava impaciente. Ambas estavam no consultório de Abigail, mas Sam desconhecia de como a manhã de Ruby tinha sido agitada, a jovem resolveu não contar o destempero que teve com a mãe, em sua mente já não tinha mais mãe, Elizabeth lhe serviu pra lhe trazer ao mundo e nada mais.
- Gata porque essa demora? Eu já roí todas as minhas unhas de fome.
- Meu Deus! A gente almoçou tem duas horas.Ruby se aborrece com o puxão de orelha e responde:
- Sam, estou ansiosa por algo que nem sei como vai se desenrolar e você sabe que são efeitos colaterais das drogas que usei, tenho que te lembrar disso sempre?
- Está bem, não precisa ficar nervosa, eu tenho uma barrinha de cereais na minha bolsa você quer?Ruby revira os olhos e se limita a dizer um breve não, mas fica curiosa com o fato de um consultório chique como aquele não ter nem um café para oferecer. Uma porta se abre e Abigail se despede de um paciente e chama o próximo, assim que vê Ruby fica pasma com a garota, Sam tinha lhe dito que era bonita não pensou que fosse tanto e se lembrou de algúem no mesmo instante, mas a voz de Sam interrompeu o breve desavú que ela teve.
- Oi querida, tudo bom? Essa é a Ruby.
Abigail abraça a amiga e depois cumprimenta Ruby com um aperto de mão.
- Oi moça como você está?
- Olha estou bem, mas assim Abigail, um consultório desse naipe e nem café tem? O escritório do coroa tem um monte de coisa e dá Sam também.Abigail não esconde a surpresa mas responde educadamente.
- Ahhh, é que minha copeira não veio hoje e a secretária não consegue dar conta de tudo.
Sam fica constragida, esqueceu por completo que Ruby não tinha freios na língua.
- Me descupe Abigail, a Ruby é assim como posso dizer...
- Sem filtros Samantha, é isso?Ruby responde e Sam a repreende com o olhar e a jovem nem liga.
- Ah está tudo bem, vamos Ruby começar?
- Vamos né, se não tem remédio.Sam sorri e dá um selinho em Ruby e volta para a sala de espera, torceu para que a moça se controlasse e não saísse falando coisas sem pensar.
Ruby
Na sala de Abigail, Ruby observa a decoração e faz críticas mentais, era tudo branco com peças de decoração quebrando a monotonia do lugar, admirou a vista e fez um fiu-fiu.
- Certeza que você paga uma mega aluguel nessa sala.
- Hum, mais ou menos, ganhei dos meus pais esse consultório.
- Hummm.Ruby se abstém de um comentário, que mundo injusto pensou.
- Ok, o que você quer de mim?
- Hahaha, Sam me disse que era divertida, você pode sentar e conversar comigo sobre qualquer coisa e eu vou tentar te ajudar. Pode me dizer como foi sua infância, adolescência...ou como se sente no dia de hoje.
- Ahhhh chato, chato, chato.Abigail assente, ela seria uma paciente difícil, sabia por cima que a jovem tinha diversos traumas mas só conseguiria realizar seu trabalho se ela cooperasse também.
- Bom vamos começar com uma coisa fácil...Samantha me falou que você adora comer, qual seu alimento favorito?
Ruby se vira pra psicoterapeuta e estreita os olhos, mas responde por fim.
- Eu gosto de Pavlova, mas nessa droga de país não fazem um decente.
- Hum, e o que seria isso?
- É uma sobremesa Dra., ela é feita de frutas como morango por exemplo, suspiro e merengue em sua composição. É uma delícia, desde que a minha vó morreu eu não sei como é comer esse doce.
- Ahhh, mas não é um doce típico dos Estados Unidos é? Porque nunca ouvi falar.
- Claro que não, é da Austrália, é um patrimônio gastronômico do meu país.
- Ahhhhh entendi.Abigail, logo percebeu que o inglês da jovem era diferente, o sotaque apesar de não ser muito intenso estava por ali em uma ou outra palavra.
- E você já tentou fazer essa sobremesa?
- Não, até porque sou péssima na cozinha, só entendo de comer, a Lizette que faz mas é claro que não chega nem perto da que a minha vó fazia e muito menos de qualquer outro australiano, não é uma sobremesa fácil sabe como é?
- Hum, bom eu nunca fiz mas vou tentar e aí eu te falo. E você conversa muito com a Lizette?
- Um pouco, porque tem dias que ela torra minha paciência.
- Como assim?Ruby resolve sentar em um dos sofás e fala pra Abigail o que gostava e não gostava em Lizette, a psicoterapeuta anota tudo em um caderno, notou que Ruby gesticulava bastante enquanto falava principalmente com as mãos, ela passava as mãos no cabelo para exemplificar fatos do dia-a dia e falava com uma certa rapidez. Sabia que ela estava ansiosa, mas não a interrompeu, quando se deu conta, ela falava sobre Vincent e os anos que ficou presa. Entretanto, não mencionou a infância e a adolescência, Abigail sabia que teria que trabalhar bem esse lado, não era só o trauma da violência sexual que atingia a jovem, tinha outra questões também, mas trabalharia um assunto por vez.
Quase duas horas depois, Abigail encerra a sessão.- Eu gostaria que voltasse aqui se possível.
- Ahhhh, isso é com o Vin ou com a Sam, eu não tenho dinheiro.Abigail sorri e fala pra Ruby que Sam já acertara com ela as sessões.
- Ah beleza! Então eu volto, você é legal, só tem mau gosto para decoração.
- Hum...Abigail reprime um suspiro, a autencidade de Ruby era um problema que ela também teria que trabalhar, levantando da poltrona em que estava aperta a mão de Ruby e a leva para a sala de espera. Sam logo que vê as duas levanta e pergunta a jovem se estava tudo bem e ela confirma.
A amiga de Sam pede pra falar um instante com ela em particular.- Não demora eu estou com fome.
Sam assente e vai para o consultório de Abbe.
****
Abigail fez algumas anotações durante a consulta e compartilhou suas impressões com a amiga.
- Olha Sam, essa moça tem alguns problemas mas acredito que dê para contornar e ajudá-la.
- Que bom, ela foi grossa com você em algum momento?
- Não! Mas ficou na defensiva no início, usei uma abordagem menos intimista depois que ela se recusou a falar da infância e aí deu certo.
- Ahhh que bom, falou bastante então?
- Ah sim, ela é uma matraca hahaha.As amigas riem e Sam fica satisfeita, tão logo Ruby aceitasse que terapia seria bom pra ela melhor.

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✨ When I Found You...
FanfictionRuby Olsen não tinha nada nem ninguém, vivendo sozinha no mundo. Porém, surge uma oportunidade que pode transformar não apenas sua vida, mas também suas convicções mais profundas. ⚠️ Essa história apresenta conteúdo sexual. *Plágio é crime, não aut...