Capítulo: 05

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Ruby

Vincent limpava os óculos enquanto esperava por Ruby. Já tinha a ficha dela toda em mãos, sabia que a moça usou heroína e cocaína durante um tempo, que foi internada compulsoriamente pela mãe para curar o vício, e que era ex-garota de programa. Como tantas outras pessoas, ela não teve sorte na vida, fez escolhas ruins e arcava com elas agora.
Vincent achara Ruby lindíssima, ela destoava do ambiente da prisão apesar das tatuagens, lamentou o fato da garota não ter crescido em um lar saudável e com suporte. Estava decidido ajudá-la, ainda que a marra dela se colocasse no meio do caminho.
Tinha que ganhar a confiança dela, algo que Vincent logo percebeu que seria difícil. Minutos depois Ruby aparece na sala destinada a visitas.

– Boa tarde Srta. como vai?
– Indo, já disse pra me chamar de Ruby.
– Sim verdade. Na sexta eu venho te buscar, você leu os papéis que eu te dei?
– Sim, um monte de blá blá blá.

Vincent segura a irritação, já haviam lhe dito que a moça era difícil de se lidar e estava comprovando que o gênio dela era realmente forte. Pega uma sacola de papel pardo grande e coloca em cima da mesa.

– Bom eu trouxe uma muda de roupas pra você, me informaram que as roupas que você chegou aqui não estavam em bom estado.
– É...

Ruby se lembra de quando chegou na penitenciária, estava imunda no dia, pois ficara escondida dentro de um duto de esgoto no bairro que morava pra não ser presa. Mas um dos cães farejadores a encontrou na tubulação, ficou dois dias com as roupas cheirando a esgoto e o rosto sujo, sua beleza acabou por passar despercebida na delegacia, mas na penitenciária as guardas logo a mandaram para o chuveiro e ali se impressionaram com a beleza descomunal da jovem.
Ruby pega a sacola que já sabia que tinha sido revistada e se levanta pra ir embora. Vincent arqueia uma sobrancelha esperando em vão um agradecimento.
Realmente teria trabalho pela frente.

****

Sozinha em seu cubículo, Ruby abre a sacola de papel para ver as roupas, não demonstrou emoção nenhuma para Vincent, mas ali agora estava feliz por ter roupas novas e limpas.
O tutor comprara uma calça jeans preta com detalhes em dourado nos bolsos, uma camisa listrada em preto e vermelho, uma jaqueta jeans preta, tênis All Stars pretos e conjunto de calcinha e sutiã. Exceto pela lingerie, Ruby gostou de todas as peças e segurou as lágrimas. Seu espírito estava com medo do mundo lá fora à medida que sua liberdade se aproximava.

Samantha

Samantha bebia e ria com a amiga Sarah, desde que seu divórcio saíra estava radiante. Um dia achou que poderia amar George mas se enganou, o ex-marido era insuportável só queria ficar em casa e o sexo era terrível, tentou por diversas vezes se separar, mas George sempre fazia chantagem emocional. Samantha passou a traí-lo, entretanto ele fazia vista grossa, só deu um basta quando descobriu que Sam era bissexual, George era homofóbico assumido e ficou horrorizado com a esposa e puto com o cunhado e a sogra que esconderam dele tal fato.

– Se você tivesse traído aquele mala antes com uma mulher, já teria ficado livre há muito tempo.
– Pois é, se eu soubesse hahaha.

Samantha era editora-chefe da Editora Evans, um negócio de família que rendia muito bem. A editora era responsável por publicar revistas, editoriais, livros e alguns ensaios, tinha uma boa reputação entre outras editoras. O irmão gêmeo de Samantha, Derek, era o responsável por fazer a ponte entre os escritores e a editora.
Sarah olha o relógio e nota que já está tarde, tinha que ir embora pois entraria cedo no trabalho.

– Amiga me dá uma carona?
– Claro. Sarah vamos no salão amanhã, minhas unhas estão pedindo socorro.
– Amanhã não dá pra mim Sam, é dia de balanço na loja, não tenho hora pra sair.
– Ah, tudo bem.

Sam era uma mulher bem vaidosa, estava sempre impecável. Tinha 1,70 de altura, magra, cabelos castanhos longos com luzes e olhos castanhos. Era uma mulher bonita e gostava da sua aparência, mas lamentava não ter nascido com olhos azuis como o do irmão, sua cor favorita. Seu irmão brincava que ela aturou o marido por conta dos olhos azuis dele, Samantha por sua vez dizia que George não era feio era desprovido de beleza, os irmãos gargalhavam com as piadas internas.
– Vamos então Sarah.
As amigas se levantam e se encaminham para o estacionamento, Samantha fica orgulhosa em ver seu Mustang. Jamais deixaria o carro nas mãos de George.

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