Capítulo: 48

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Ruby

Após fazerem amor, Ruby acariciava os cabelos de Sam que estava deitada em seu peito, a empresária estava quase dormindo quando Ruby lhe fala:

– Mitchel foi meu cliente, eu não lembrei que ele  morava aqui quando aceitei seu convite.

Sam abre os olhos, mas não se move.

– Só precisa saber que ele sempre foi legal comigo e me ajudou quando mais precisei.

Samantha levanta a cabeça e apoia em uma das mãos, em seguida pergunta curiosa.

– Te ajudou a superar o abuso?
– Não! Os resquícios desse abuso.

Ruby pega a mão de Samantha e coloca em seu ventre, a princípio ela não entende até que a jovem balança a cabeça devagar fazendo um sim em reação à surpresa da empresária.

– Ahhhh Ruby.

Sam a abraça com os olhos marejados, aperta Ruby em seus braços, a garota mexe no próprio cabelo e segura as lágrimas.

– Eu não podia ficar com aquilo, e não tinha dinheiro, Mitchel pagou o procedimento em uma clínica particular, eu não queria passar pelos trâmites legais, iam tentar me fazer mudar de ideia.
– Entendo.

Sam ouve Ruby atentamente, acaricia o rosto dela ternamente, não fazia ideia de como foi difícil o momento pra ela.
Ruby senta na cama e coloca os cabelos pra trás e olha pra empresária.

– Eu não falo disso com ninguém, me sinto suja e muito culpada.
– Mas você não teve culpa, não importa o porque estava na casa dele, ele não tinha esse direito.
– Nunca me senti tão humilhada como naquele dia.

Ruby dobra as pernas até o peito e pousa a cabeça nos joelhos pensativa.

– Michelle me disse que era seguro e eu acreditei, enquanto me violentava, aquele imundo disse que pagou muito pra ficar só comigo.
– Então você nunca tinha passado por algo parecido?
– Não! Eu sempre fiz programa com mulheres e com mulheres que tinham grana Sam como você. Um dia um cara que tinha uns 40 anos na época pediu pra acompanhar ele em uma viagem, me deu 2.000 dólares adiantado só pra fazer companhia, aí ele me perguntou quanto eu cobrava pra transar com ele pois pagaria o valor que fosse.
– Hum, e você disse um valor alto?
– Não, eu fui burra demais, pedi 3.000 e ele deu. Fizemos sexo e uns dias depois eu voltei pra casa com muito dinheiro e torrei em drogas, bebidas e noitadas, homens pagam muito melhor que mulheres.
– Ahhhh. E você teve muitos clientes.
– Homens?
– Sim.
– Não, eu escolhia muito bem e nem sempre eu trepava com eles, porque muitos só queriam uma companhia pra conversar, homens mais novos queriam obviamente então eu sempre preferi os mais velhos porque não rolava sempre sexo e quando tinha eu fazia só o que eu queria, nada de oral ou anal.
– Ahhhh, você procurava ficar sempre com os mesmos?

Ruby para uns segundos e bebe um pouco de água.

– Sim, era uma forma de segurança, mas com o Luther eu não tinha como saber, mas a Michelle disse que eu não teria problemas e acabei tendo.
– Entendo.

Ruby levanta e pega a calça, no bolso de trás pega seu maço de cigarros e coloca na boca um e pergunta.

– Se importa?
– Não.

Ruby acende o cigarro e faz um movimento casual, mas Samantha acha tão sexy e fica vidrada enquanto ela acende e volta para a cama e se recosta na cabeceira.

– Lizette odeia que você fume.
– Tô ligada...o que você queria conversar comigo?
– Ahhh, bom você se abriu comigo obrigada por confiar em mim.
– Hum, não era isso que você ia falar.

Sam pensa por um instante, falar em terapia com ela era um assunto delicado, respirou fundo e decidiu que a convenceria de alguma forma.

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