Capítulo: 50

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Ruby

Vincent aguardava para falar com o agente da condicional de Luther, a angústia e o aborrecimento eram visíveis em seu rosto.
Sentia um imenso carinho por Ruby, nunca pensou que sentiria tanta afeição por alguém em tão pouco tempo, comparava esse sentimento com o que sentia por Sam, a garota agora era como uma filha pra ele e não queria e nem permitia que ninguém no mundo a machucasse e a magoasse.
O agente de condicional atende Vincent em sua sala.

– Dr. Argo a que devo sua visita? O programa do governo não abrange esse presídio.
– Eu sei, e mesmo que abrangesse eu não poderia tutelar ninguém no momento por conta da divergência do sexo.
– Sim verdade.

Vincent podia tutelar até duas pessoas por vez desde que fossem do mesmo sexo, e não era o caso no momento, na verdade Ruby foi a primeira mulher que ele aceitou mas após muita insistência da coordenadora, a condicional da garota já tinha saído dois meses antes por conta do bom comportamento, entretanto, Bárbara não conseguia ninguém pra ficar com a jovem, os tutores já estavam com duas pessoas e não tinha nenhum disponível exceto Vincent.
O advogado recusou em um primeiro momento porque nunca tutelou uma mulher e sabia que seria trabalhoso, assim que viu a ficha dela pensou que poderia falhar pela primeira vez, mesmo não arrumando confusão no presídio não sabia como ela lidaria com a liberdade e com o programa.
Mas Bárbara apelou para o bom coração do advogado, sabia que se Ruby tivesse atenção e carinho ela poderia se abrir e de fato isso aconteceu.

– Tem um rapaz que saíra daqui uns dias e eu acho que o sistema não deveria deixar que ele ganhe as ruas.
– Ahhh se refere ao Dr. Luther.
– Ele não é mais médico perdeu a licença.
– Sim verdade, mas como advogado você sabe que o sistema tem falhas e o cara tem dinheiro, e também o bom comportamento ajudou.
– Bom comportamento uma ova, esse sujeito cometeu um crime sexual e traficava medicamentos de uso restrito.
– Eu sei Dr. Argo, mas estou fazendo meu trabalho e ele vai sair quer queira quer não. O único interesse para o senhor vir aqui seria porque seu tutelado tem alguma coisa com o Luther.
– Isso não é da sua conta, terá notícias minhas.

Vincent levanta e passa as mãos no cabelo nervoso, não importa com quem tivesse que falar, não permitiria que Luther saísse.

Alguns dias depois...

Luther sorria de orelha a orelha, seu pai Robert o esperava dentro do carro.

– Acho bom não fazer nada para voltar pra esse lugar imundo, tudo isso por causa de uma mulher.
– Ahhhh chega velhote.
– Se você não fosse meu único filho eu teria deixado você apodrecer. E fiz pela sua mãe também, gastei rios de dinheiro nesses anos que você ficou preso.
– Eu já sei, as chaves do meu apto estão com você?
– Sim.

Robert entrega as chaves para o filho, por mais que reprovasse as atitudes de Luther não podia deixá-lo apodrecer na cadeia, a esposa adoeceu e somente por ela que usou sua influência para soltar o filho.
Angelina sempre passou a mão na cabeça do filho para todas as atitudes erradas, e pagavam um alto preço por isso, mas estupro foi a primeira situação mais difícil para os pais do médico lidarem.

– Nunca vou entender o porque de você ter feito aquilo, se queria uma prostituta era só ter pago a ela, mas você tinha que cometer um crime.
– Fugiu do meu controle.
– Claro eu vi as fotos Luther, e não satisfeito quis fazer novamente no hospital.

Luther não responde ao pai, quando viu que Ruby estava no mesmo hospital que trabalhava por puro acaso do destino, não pretendia abusar dela novamente, só foi para ameaçá-la, o estado dela não o comoveu ao contrário, vê-la indefesa novamente lhe deu vontade de lhe fazer mal. Mas para seu azar Mitchel apareceu, se não fosse por ele teria escapado, Ruby jamais o denunciaria.
Em seu caminho de volta pra casa, o ex-médico pensa em como dar início ao seu plano.

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