Capítulo: 06

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Ruby
Alguns dias depois...

Às 04:45 Ruby já estava de pé, apesar de ter feito as pazes com Karine e terem transado loucamente no chuveiro, a jovem estava sem sono. E só foi possível porque era folga de Taylor, a policial a vigiava como uma cão de guarda.
Ruby estava ansiosa para sair da prisão, embora estivesse com alguns receios, ouviu o conselho da Sra. Lindeberg que dava aulas de Literatura na prisão. A profª havia lhe dito para aproveitar a nova chance e se emendar e Ruby achou que agora poderia fazer algo diferente.
No banheiro escova os dentes, tira as roupas e deixa a toalha enrolada em cima da bancada da pia, o banheiro estava vazio devido ao horário, se encaminha para o chuveiro e demora um tempo ali. Apesar da água ser gelada seu corpo estava acostumado, sem perceber que Taylor a observava, Ruby passa o minúsculo sabonete no corpo e tenta fazer alguma espuma sem sucesso, a primeira coisa que compraria quando estivesse trabalhando seria um sabonete decente que fizesse muita espuma.
Taylor saliva, adorava o corpo de Ruby, a garota tinha inúmeras tatuagens que a deixavam ainda mais sexy como a coroa entre os seios e as tatuagens atrás das orelhas. De todas as detentas ali, ela era a única que não fez nenhum novo desenho dentro da prisão.
Distraída, fica possessa quando recebe um tapa na bunda, odiava tapas de qualquer tipo por conta da violência que sofrera.

– Caralho odeio quando faz isso.
– Adoro quando faz esse charme Olsen.

Taylor aperta a bunda  de Ruby que se irrita ainda mais.

– Porra me deixa em paz, odeio  fazer qualquer coisa com você.

Ruby fecha o chuveiro e sai, mas a policial a pega pelo cabelo e a encosta na parede  e esbraveja.

– Eu vou foder você agora porque daqui umas horas você não estará mais aqui. Deixa de charme porque eu sei que você gosta.

Ruby se solta e se enrola na toalha, arqueia uma das sobrancelhas e lhe diz com ar altivo.

– Taylor você sabe muito bem que todas as vezes que deixei você me tocar, foi porque eu queria algo em troca e você me dava, não suporto que coloque as mãos em mim, tenho nojo. E em todas as vezes eu fingi, porque nem um oral decente você é capaz de fazer.

Taylor fica chocada e dá um tapa no rosto de Ruby, que a olha novamente com ar superior.

– Sua vagabunda, se não fosse protegida pela gangue da Rey eu te daria uma surra.
– Faz o que você quiser, tenho provas pra te ferrar, sua inútil. E nunca mais coloque esse dedo imundo em mim, eu te odeio Taylor.

Ruby pega a caixa de sapatos que continha seu pente, sabonete e desodorante e sai enrolada na toalha, enfim estava livre da policial.

****

Em seu cubículo Ruby coloca as roupas que Vincent lhe deu, serviram como uma luva. Penteia o cabelo e pega um pouco da colônia de Louise.
Ruby não tinha nada, mas a colega sempre dividia com ela o pouco que tinha, em retribuição era protegida quando outras detentas implicavam com ela.
Se olhando no pequeno espelho (que na verdade não era espelho) gosta do que vê, mas se aborrece com uma pequena espinha que nascera do dia pra noite. Distraída não nota a presença de Rey.

– Olha só quem está linda e esperando a soltura?

Ao se virar, Ruby sorri e abraça a amiga, em seguida divide suas preocupações.

– Rey acha que eu vou conseguir fazer algo diferente dessa vez?
– Mas é claro, eu não quero ver você aqui novamente, Ruby você é linda e inteligente, não perca sua juventude aqui como eu.
– Inteligente? Eu não sei fazer nada, além de falsificar documentos.
– Sabe sim, sabe escrever. Mesmo nunca tendo lido nada seu, sei que é boa, segue seu sonho.
– Ahhhh Rey, eu nem terminei a escola e eu não gosto de mostrar meus textos.

Rey já tentara ler os textos de Ruby mas sem sucesso, além dela esconder o caderno sempre em lugares diferentes, às vezes estavam em um código que a garota desenvolveu que ela não entendia.

– Bom, não sei como você vai fazer mas faça Australiana, entre nesse programa aí do governo e desenvolva seu potencial sei que vai conseguir. Mas enquanto isso, vamos ao refeitório, tenho uma surpresa pra você.
– Odeio surpresas.
– Ora vamos você vai gostar, Taylor não está lá, Karine disse que ela passou chorando para a área de descanso dos policiais.

Ruby assente e esconde um sorriso triunfante, direcionado ao estado de espírito da policial, sem demonstrar nenhuma emoção acompanha Rey, em algumas horas ganharia o mundo.

****

Ruby se despede das colegas mas não derruba uma lágrima, não gostava de parecer fraca e vulnerável na frente dos outros. Entretanto com Karine e Louise a emoção falou mais alto, algo lhe dizia que talvez não visse mais as colegas.

– Se comporta lá fora, Rubs, não volte.
– Karine ela vai se comportar, não é Ruby?
– Vou tentar.

Ruby abraça as duas, mas em Karine dá um beijo, a policial Harriet finge que não vê. Apesar de ter um gênio difícil, Ruby raramente dava trabalho, fazia seu trabalho na lavanderia e não se metia em confusões, ganhou a confiança de alguns guardas, Harriet sempre lhe trazia biscoitos escondido.

– Vamos Olsen, o Sr. Argo está lhe esperando.

Ruby para de beijar Karine e acena para as outras detentas. Elas fizeram uma despedida surpresa para Ruby, com bolo e outras coisas para comer.
Karine passa a mão no rosto de Ruby que lhe sorri ternamente, uma angústia bateu em seu coração, nunca mais olharia para os olhos azuis dela novamente pensou.

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