Capítulo: 75

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Ruby

Ruby desperta em sua cama novamente, após a alta do hospital no dia anterior, dormiu a noite inteira e sem pesadelos nenhum. Apesar do susto de rever Luther a jovem conseguiu não ficar pensando na situação, Vincent lhe garantiu que agora ele não se aproximaria dela mesmo se quisesse, Harris garantiu isso de diversas formas.
Totalmente descansada e refeita do susto, Ruby levanta e inicia sua rotina tomando banho e depois tomando café, Vincent a recebe de braços abertos e a jovem retribui o carinho.

- Quer ir comigo fazer sua matrícula na universidade?
- Quero!
- Ótimo, eu vou terminar de me arrumar e te espero no hall.

Ruby concorda e termina de configurar o novo celular, já era o terceiro pensou a jovem um pouco aborrecida por ter que instalar todos apps novamente.

****

Depois que faz a matrícula de Ruby na universidade, Vincent lhe diz sobre as novas responsabilidades que ela teria pela frente.

- Bom daqui a duas semanas a mocinha vai começar um curso e quero que se comporte, nada de confusões e não falte com respeito aos professores segure essa língua.
- Ahhhh coroa o povo que vai me perturbar, mas estou esperta com eles.
- Você quer dizer atenta, e depois de conhecer Harris pessoalmete já sei de quem puxou essa marra.

Ruby não responde e morde os lábios, a curiosidade a faz perguntar.

- O que você achou do Peter?
- Ah ele é aquilo mesmo que já li por aí, arrogante e metido.
- Hum...Sam me disse que sou parecida com ele.
- Sem dúvidas, a versão dele de saias.

Vincent sorri e coloca a mecha do cabelo de Ruby no lugar e diz em seguida.

- Mas você tem coração.
- Pô, Vin! Eu me refiro a isso a personalidade não aparência.
- Você sabe que sim, acho que no fundo sempre soube o porque de ter um temperamento tão diferente, duvido por exemplo que sua vó fosse assim.
- Não, vovó era tranquila e muito carinhosa comigo.
- Hum, e sua mãe?
- Ahhh ela era péssima, minha vó sempre disse que a ambição dela ferrou ela toda e hoje eu entendo o que ela queria dizer na época.

Vincent a observa e pondera.

- Harris me contou toda a história tal qual de fato aconteceu, lamento como tudo isso terminou pois a única vítima aqui foi você.
- É...mas eu nunca fui de me lamentar e não vou começar agora.
- Bom, muito bom.

Vincent diz a Ruby que irá para o escritório e pergunta se ela vai acompanhá-lo diante da negativa da garota ele a questiona.

- Porque meu passado veio meu procurar e está na hora de encará-lo, eu vou ver o Peter.

O advogado concorda, pai e filha em algum momento tinham que se entender e quanto antes melhor.

****

Peter termina de ler os últimos contratos e os envia por e-mail para seus advogados fazerem as alterações, Guttemberg lhe pergunta quanto voltariam para Miami.

- Eu não sei, isso depende da minha filha.
- Entendo senhor, estarei na cozinha se precisar de mim.
- Ok.

O magnata já sabia que Ruby estava de volta a casa de Vincent, ficaria em LA o tempo que precisasse ficar e já aceitava o fato dela não o querer em sua vida.
Depois de conhecê-la pessoalmente sua vida jamais seria a mesma pensou.
A campainha da suíte toca e Guttemberg se apressa em atender a porta, assim que abre se impressiona com a filha do patrão parada na soleira da porta.

- O Peter está aí ?
- Srta. Harris digo Olsen, que prazer finalmente conhecê-la, entre vou avisar ao patrão.
- Oh! Cara quanta pompa larga disso.

Ruby dá um toquinho no ombro de Guttemberg e pisca pra ele.

- Ahhh tem senso de humor, o patrão tem um pouco também.
- Tem nada chegou cheio de marra pra cima de mim, chama lá o coroa. Comigo é papo reto sabe como é?
- Sim já vou chamar, sente-se, por gentileza eu vou lhe trazer um café.
- Traz uns biscoitinhos também cara, estou com fome.
- Pode deixar srta. Olsen.
- Ruby cara, pode me chamar assim.

Guttemberg se retira, passa na sala onde o patrão estava e avisa da visita ilustre. Peter larga na mesma hora as anotações que estava fazendo e vai ao encontro da filha ansioso.
Ao avistar a jovem, ela admirava um quadro e reconheceu o artista e falou em voz alta o nome dele, Peter ficou orgulhoso no mesmo instante.

- Conhece o trabalho de Monet?

Ruby vira pra trás e observa o pai, Peter era só três anos mais velho que seu tutor, e era mais despojado ao escolher suas roupas. Estava vestido de calças jeans e uma camisa preta e escolheu um relógio discreto que adornava seu pulso esquerdo. Ruby logo o responde.

- Tem que ser muito alienado ou realmente não gostar de arte pra não conhecer Oscar-Claude Monet.

Peter ficou ainda mais encantado pois a jovem pronunciou corretamente o nome do artista francês.

- Tem bala na agulha pra ter esse quadro dele coroa.
- Ahhh não hahaha, é do hotel não meu.
- Ah pensei que era dono do hotel.
- Não sou do ramo hoteleiro Ruby meu ramo é outro e sou bem sucedido por lá.
- Ahhh!

Peter pede pra ela sentar, não deixou de observar que ela estava vestida totalmente diferente das fotos que ele viu, Ruby vestia um terno azul marinho de corte feminino e por baixo uma camisa branca, pela primeira vez também a viu de saltos altos, era nítida a mudança dela. A jovem sentou em uma das poltronas e cruzou as pernas e olhou fixamente para Peter.

- Então você mora aqui nessa suíte presidencial?
- Não, eu moro em Miami, administro tudo de lá.
- E o que faz aqui então?
- Bom, devido aos últimos acontecimentos eu acabei ficando pra acompanhar melhor você.
- Hum.

Ruby arqueia a sobrancelha e franze os lábios e como era de sua personalidade pergunta sem rodeios.

- Porque depois de anos decidiu me procurar e me conhecer?

O magnata apesar de já conhecer o gênio dela ficou um pouco desconfortável com a pergunta. Mas assim como a filha também não enrolou e respondeu.

- Eu decidi te procurar porque descobri um câncer de tireoide, estou em tratamento meu organismo está reagindo bem.
- Ahhhh, claro, aposto que pensou: "Ah vou morrer mesmo, então agora posso procurar aquela bastarda."

Quando Peter ia responder, Guttemberg falou antes, trazia uma bandeja com café, suco e algumas guloseimas.

- Se engana Srta. Olsen, meu patrão nunca se referiu dessa forma.
- Guttemberg!
- Sr. Harris se quiser me demitir tudo bem, mas a mocinha não sabe de nada.

Ruby se irrita e diz a ele.

- Se me chamar de mocinha novamente eu dou com essa bandeja na sua cabeça.
- Como quiser srta.

Peter pede para ficar sozinho e volta a sua atenção para a jovem.

- Você quer o resumo ou a história completa?

Ruby olha o relógio no seu pulso e checa as horas e responde:

- É seu dia de sorte hoje Peter, vamos lá.

Diante de uma pessoa tão autêntica e debochada, Peter conta novamente sua história com Elizabeth, mas dessa vez para a única pessoa a quem devia uma explicação.

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