✨ When I Found You...

Capítulo: 28

Ruby

Ruby acabou por ficar a vontade e abre a guarda para Samantha, se escora na bancada da pia e cruza os braços, se enche de coragem e pergunta:

– Você se importa com meu passado?
– Não, tenho certeza que se você pudesse voltar no tempo mudaria muitas coisas, e eu não sou ninguém para julgar suas ações. Por que a pergunta?
– Ah sei lá...vai saber, a gente não se falou mais.
– Verdade, mas não foi por você, Vincent me deu a entender que não aprovava, e sei que ele gosta de você.
–Gosta?

Ruby pensa que Vincent gostava dela de outro jeito e se assusta, mas logo Samantha explica.

– Não Ruby, não é desse jeito que ele gosta, hahaha, gosta de você como uma filha.
– Ah, tá que susto, eu já ia sair da casa dele.
– Não menina, hahaha.
– Vincent é um coroa legal, sabe no início era chato seguir as ordens dele, mas eu acostumei.
– Bom, se ele tivesse filhos pode ter certeza que seria com eles como é com você.
– Não duvido...ei gata vamos dar uma volta?

Sam fica surpresa, mas contente com o convite.

– Sim, onde você vai me levar?
– Ahhhh é surpresa.

Samantha dá uma risadinha, não se importava onde Ruby a levaria, só queria aproveitar a energia e a vibe gostosa dela.

****

Como da outra vez Ruby não sabia bem o que vestir, Lizette observa as roupas que ela experimentara jogadas na cama e tenta organizar. Ruby nasceu pobre mas logo se acostumou com a boa vida.
Vincent a mimava como a uma filha, se a patroa estivesse viva ela faria o mesmo, a garota não pedia nada, mas toda semana o advogado colocava $500 dólares em um cartão de débito pra ela. Ruby gastava com comida ou indo ao cinema ou pista de boliche e sempre sozinha, já que não tinha amigos.

– Não sei o que vestir Lizette.
– Não venha com a história que não tem o que vestir que te dou uns cascudos, desceu o closet todo na cama.
– Mas eu quero estar bem apresentável para a Sam.
– Ahhhh é com a Srta. Evans que vai sair? Que gracinha, formam um par bonito.
– A gente não é um par, já te disse que somos amigas.
– Amigas saem para fazer coisas de amigas, você só saiu uma vez com alguém e nem sei quem era.
– Aquela vez que eu fui dar uma volta era com ela.
– Ahhhhh e por que não me falou?
– Ué porque não.
– Hummm.
– Ela gosta de mulheres também?
– Gosta dos dois, já foi casada com um arquiteto.
– Porra que nojo.
– Menina olha essa boca, como vocês chamam quando gostam das duas coisas?
– Bissexuais.

Ruby dá uma gargalhada, Lizette era até moderninha, só não sabia porque tinha tanto nome diferente na comunidade gay.
Depois de pensar bem no que vestir acaba se decidindo por uma calça de couro sintética preta que era bem justa, camiseta preta, camisa xadrez verde e preta e botas de cano curto também pretas. Achou que faltava algo e viu um chapéu preto de feltro e colocou, ao se ver no espelho Lizette bate palminhas.

– Você está linda menina.
– Obrigada.

Vincent não estava tinha ido em um jantar com amigos, mas tinha ciência que ela iria sair com Samantha.
Ruby pega um Uber para ir até a casa de Samantha, finalmente elas tinham trocado o número de telefone. A jovem não tinha carta de motorista, mas sabia dirigir, aprendeu com uma garota que ficou um tempo, mesmo assim não podia pegar um dos carros de Vincent, ele a proibiu só quando tivesse a carta oficialmente.
Ao chegar no edifício de Samantha não a encontra e espera na recepção, manda uma msg de texto e Sam avisa que logo desceria.
Ruby se distraiu um pouco no celular, tinha feito um Instagram para seguir Samantha, e só havia postado uma única foto até então, logo ouve a voz de Mitchel.

– Olha quem está por aqui, você está linda.
– O que faz aqui Mitchel?
– Eu moro aqui, mudei há uma semana. E você?
– Nada.
– Pensei que tivesse largado essa vida Ruby.
– E larguei, o que faço aqui não interessa a ninguém.
– Hum, é que você só fica muito arrumada quando está com alguém. Então achei que...
– Achou que eu ainda fazia programas e daria pra você como sempre.
– Olha Ruby todas às vezes que paguei pra ficar com você, paguei com gosto não ligo de você ser lésbica. Se você falasse pra mim que queria ficar comigo por dinheiro eu não ligaria. Sabe o quanto eu gosto de você.
– Você gostava de fazer sexo comigo e nada mais.
– Isso não é verdade, você sempre ia embora e nunca me aproveitei de você. Várias e várias vezes te encontrei no bar totalmente chapada e bêbada e te levava pra casa, cuidava de você, e como você agradecia roubando as coisas da minha casa.
– Te agradecia com sexo Mitchel não estava bom?
– Não, Ruby.
– Eu não gosto de homens e você sabe se aceitei fazer programas com homens foi por desespero. Agora me deixe em paz.

Ruby anda até o elevador e dá as costas para Mitchel que se irrita com a atitude dela.

– Mas gemia gostoso, era o dinheiro mais bem investido da minha semana.

Ruby fica possessa, vai até Mitchel e lhe dá um tapa no rosto, o médico fica surpreso mas não revida, não era esse tipo de homem.

– Sabe muito bem que eu fingia, homem nenhum NUNCA me fez chegar ao orgasmo, reconheço que no oral você até mandava bem, mas só isso viu, melhore, porque se eu fosse algo sua eu te chifraria com o primeiro que me olhasse.
– Sua p...

Ruby o olha com um ar altivo, esperando que ele a chamasse de puta, mas Mitchel não o fez, sempre fora gentil com ela e por mais que estivesse aborrecido não lhe disse nada e seguiu seu caminho.