1- Espelho D'água

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Preparados para mais uma aventura comigo?

Ainda tô passada que vocês não confiam em mim. Ódio!

Vamos para o início de mais um ciclo! Boa leitura, bebês!

(...)

O Rio de Janeiro continua lindo.

Mas não era ali que Marcela queria estar morando no final das contas. Embora a família e boa parte dos amigos estivessem ali, sentia como se voltar para o Rio fosse um retrocesso de tudo que tinha conquistado até aquele momento.

Não estava mais acostumada com o caos da cidade grande, engarrafamento, multidão de pessoas se espremendo por vielas apertadas para comprar produtos mais baratos. Estava familiarizada com o barulho das ondas, a brisa que vinha do mar, a textura da areia macia sob a sola dos pés, estava familiarizada com as gaivotas procurando por peixe em volta do barco, dos mergulhos...

Não dali.

Era domingo, o sol estava tímido entre nuvens, que logo mais a noite traria chuva. Não estava frio, estava agradável. Gostava daquela temperatura, não precisava se preocupar tanto com a pele branquinha das crianças.

- Vamos, mamãe. Vamos logo!

- Calma, Pérola. Se você continuar puxando assim, a mamãe vai cair com o Dyl.

- Eu estou ansiosa para ir na roda gigante, mamãe! Anda logo!

- Estou indo, estou indo - Marcela riu.

Estavam na zona portuária, um local que Marcela há muito tinha frequentado no passado. Aquele era um lugar que lhe trazia lembranças tão boas que chegavam a ser dolorosas. Era ali que ficava o AquaRio, onde conheceu e beijou Gizelly pela primeira vez.

Mas naquele momento, Marcela queria fazer tudo, menos entrar naquele lugar. Por isso passou direto, com Dylan no colo e Pérola correndo na frente.

- Cuidado com as bicicletas, amor.

- Vem logo, mamãe!

A loira estava com um short jeans desfiado e camiseta, como sempre gostou de se vestir. Os cabelos presos em um rabo de cavalo e óculos escuros cobrindo os olhos castanhos claros. Carregava consigo uma mochila lilás das princesas da Disney com as coisas das crianças. Dylan, com seus 3 anos de idade, lutava para ir para o chão a cada passo dado pela mãe.

- Eu já vou deixar você descer, calma - Má ria do pequeno, que balançava as perninhas com chinelinhos de tubarão.

- No chão, mamãe!

- Pronto, pronto - ela o deixou descer e sorriu quando Pérola voltou e o segurou pela mão. - Não corram muito na frente por causa das...

- Das bicicletas, já sabemos, mãe!

Marcela revirou os olhos para o comentário da filha, uma mania que tinha pegado de Gizelly há muitos anos. Era impressionante como a pequena era parecida com a mãe, até no modo de falar.

Pérola estava com 8 anos e a cada dia mais esperta. Já sabia ler, mas tinha muita dificuldade com o lápis na mão. Marcela sempre a ajudava com a escrita, já que toda vez ela ficava frustrada por as letras quase nunca caberem entre as linhas do caderno da escola.

Era apaixonada pela filha e todos os traços e trejeitos que ela foi adquirindo desde que nasceu.

Dylan era como a irmã. Elétrico, falador, perguntador, mas um amor de menino. Os cabelinhos loiros e ralos eram tão lisos que ficavam arrepiados sempre que cortados baixo. Tinha um limite para o corte, senão tudo desandava. Depois de um tempo, ela e Gi desistiram de cortar e deixaram crescer para um corte asa-delta.

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