E lá vamos nós...
(...)
A ida ao Aquário deveria ter sido o suficiente para que pudesse distrair a mente, mas tudo que conseguiu fazer foi pensar em Gizelly. E a cada vez que isso acontecia, sentia ainda mais raiva, raiva de si mesma por não conseguir pensar em outra coisa. Não era possível que tinha sido fisgada a ponto de nem conseguir de concentrar.
Mas ainda assim conseguiu reunir novas informações para escrever, coisa que fez ao chegar em casa, no domingo mesmo, a noite. Colocou comida para Natasha e se sentou um pouco ao lado dela antes de ir dormir. Decidiu não ir para a mãe porque no dia seguinte tinha que organizar as coisas para voltar a universidade.
E a volta foi excelente, nunca pensou que seria tão bom voltar a rotina. Quando estava em sala de aula, tudo desaparecia. Gostava muito de lecionar, os alunos a distraiam, a biologia estava em seu sangue e alma.
Antes da primeira aula, almoçou com Guilherme e agradeceu imensamente pelo enorme favor que ele havia feito. Como agradecimento, pagou a conta e ficou imensamente feliz quando contou para ele sobre a cirurgia e ele se ofereceu para dar um trabalho em sala nesse dia em específico.
Era bom estar rodeada de amigos, pois sabia que nunca seria deixada na mão. Cada um oferecia o que podia e sempre foi muito agradecida e satisfeita com isso.
A aula da noite seria a pior parte, mas precisava encarar Gizelly. Quando chegou, a sala já estava aberta e incrivelmente todos os alunos já a esperavam sentados em seus devidos lugares. Eles conversavam, cada um em seu grupinho, mas a maioria estava ali. Com um sorriso, se sentindo incrivelmente bem por ter voltado, entrou na sala de aula.
- Boa noite - disse, caminhando até a mesa.
- Boa noite - eles responderam em uníssono.
Gizelly estava sentada no lugar de sempre com Ivy, no canto da sala, as duas primeiras carteiras. Seus olhos se encontraram por menos de um segundo e depois fitou Ivy, para quem deu um sorriso de leve, cumprimentando-a em silêncio. Colocou a bolsa na mesa e olhou para a turma.
- Até que em fim! - Júlio falou lá no fundo da sala. - Sabia que a gente estava chorando todos os dias com saudades da senhora?
- E com as aulas seguidas do Guilherme - outra pessoa disse, Marcela riu. - Quem aguenta?
- Também fico feliz em vê-los - sorriu para eles e se virou para anotar algo no quadro. - Vou marcar a data das provas, tomem nota.
- Que isso?! Já chega assim, professora?
- Pensei que tinham sentido a minha falta - se virou sorrindo por um segundo antes de começar escrever no quadro branco com caneta azul marinho.
Como estava feliz pela volta da rotina, afinal foram 7 dias sem dar aula, escolheu por uma roupa mais ajeitadinha: Um vestido bem a cara da primavera, com estampa florida e de tecido molinho e leve. Nos pés, rasteirinhas brancas. Como estava calor, prendeu o cabelo em um coque alto que deixava alguns fios caírem livremente, dando um charme a mais. Nos olhos, os óculos de grau de armação redonda.
- Então a prova está marcada para o dia 23 de Novembro, temos um mês pela frente para colocar tudo em dia - se virou para eles por um segundo antes de anotar uma data em cima da data da prova. - Dia 18 faremos nossa revisão de prova e vocês terão o feriado prolongado para estudar.
Alguns alunos choramingaram e Marcela riu de novo, colocando a tampa na caneta. Estava sentindo muita falta disso. Em seguida fez a chamada.
- Professora - Alice levantou a mão. - A senhora está bem? Ficamos muito preocupados.
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Santuário
ParanormalEstudar os Santuários Marítimos do Brasil sempre foi um sonho que Marcela, professora universitária da UFRJ, sonhava em fazer desde que decidiu seguir carreira no ramo da biologia marinha. Mal sabia ela que o verdadeiro santuário estava bem mais pr...