63- Me Desculpa

3.1K 288 417
                                    

E lá vamos nós...

(...)

A ida ao Aquário deveria ter sido o suficiente para que pudesse distrair a mente, mas tudo que conseguiu fazer foi pensar em Gizelly. E a cada vez que isso acontecia, sentia ainda mais raiva, raiva de si mesma por não conseguir pensar em outra coisa. Não era possível que tinha sido fisgada a ponto de nem conseguir de concentrar.

Mas ainda assim conseguiu reunir novas informações para escrever, coisa que fez ao chegar em casa, no domingo mesmo, a noite. Colocou comida para Natasha e se sentou um pouco ao lado dela antes de ir dormir. Decidiu não ir para a mãe porque no dia seguinte tinha que organizar as coisas para voltar a universidade.

E a volta foi excelente, nunca pensou que seria tão bom voltar a rotina. Quando estava em sala de aula, tudo desaparecia. Gostava muito de lecionar, os alunos a distraiam, a biologia estava em seu sangue e alma.

Antes da primeira aula, almoçou com Guilherme e agradeceu imensamente pelo enorme favor que ele havia feito. Como agradecimento, pagou a conta e ficou imensamente feliz quando contou para ele sobre a cirurgia e ele se ofereceu para dar um trabalho em sala nesse dia em específico.

Era bom estar rodeada de amigos, pois sabia que nunca seria deixada na mão. Cada um oferecia o que podia e sempre foi muito agradecida e satisfeita com isso.

A aula da noite seria a pior parte, mas precisava encarar Gizelly. Quando chegou, a sala já estava aberta e incrivelmente todos os alunos já a esperavam sentados em seus devidos lugares. Eles conversavam, cada um em seu grupinho, mas a maioria estava ali. Com um sorriso, se sentindo incrivelmente bem por ter voltado, entrou na sala de aula.

- Boa noite - disse, caminhando até a mesa.

- Boa noite - eles responderam em uníssono.

Gizelly estava sentada no lugar de sempre com Ivy, no canto da sala, as duas primeiras carteiras. Seus olhos se encontraram por menos de um segundo e depois fitou Ivy, para quem deu um sorriso de leve, cumprimentando-a em silêncio. Colocou a bolsa na mesa e olhou para a turma.

- Até que em fim! - Júlio falou lá no fundo da sala. - Sabia que a gente estava chorando todos os dias com saudades da senhora?

- E com as aulas seguidas do Guilherme - outra pessoa disse, Marcela riu. - Quem aguenta?

- Também fico feliz em vê-los - sorriu para eles e se virou para anotar algo no quadro. - Vou marcar a data das provas, tomem nota.

- Que isso?! Já chega assim, professora?

- Pensei que tinham sentido a minha falta - se virou sorrindo por um segundo antes de começar escrever no quadro branco com caneta azul marinho.

Como estava feliz pela volta da rotina, afinal foram 7 dias sem dar aula, escolheu por uma roupa mais ajeitadinha: Um vestido bem a cara da primavera, com estampa florida e de tecido molinho e leve. Nos pés, rasteirinhas brancas. Como estava calor, prendeu o cabelo em um coque alto que deixava alguns fios caírem livremente, dando um charme a mais. Nos olhos, os óculos de grau de armação redonda.

- Então a prova está marcada para o dia 23 de Novembro, temos um mês pela frente para colocar tudo em dia - se virou para eles por um segundo antes de anotar uma data em cima da data da prova. - Dia 18 faremos nossa revisão de prova e vocês terão o feriado prolongado para estudar.

Alguns alunos choramingaram e Marcela riu de novo, colocando a tampa na caneta. Estava sentindo muita falta disso. Em seguida fez a chamada.

- Professora - Alice levantou a mão. - A senhora está bem? Ficamos muito preocupados.

SantuárioOnde histórias criam vida. Descubra agora