Antes tarde do que nunca, né? Hahahahha
A mamãe aqui viajou e só pegou no celular ontem. Não consegui escrever porque tive que trabalhar. Mas aqui estamos 😎
Boa leitura ♥️
(...)
Aquela poderia ter sido a noite mais longa da vida de Marcela, mas no fundo acabou se tornando inesquecível a ponto de querer que nunca mais acabasse. O lado de fora ainda continuava hostil, os relâmpagos e trovões invadiram o ambiente durante toda a noite. Estava frio e o vento constantemente entrava pelas frestas disponíveis no farol, mas ainda assim a loira estava feliz por estar ao lado da mais nova.
Dormiram abraçadas e cobertas pelo fino tecido da canga colorida. Embora o calor dos corpos unidos aos poucos se tornasse cada vez mais aconchegante, Gizelly ainda tremia em seus braços. Por isso a apertava cada vez mais até que finalmente pegaram no sono.
Marcela percebeu que o dia amanheceu quando tudo dentro do farol estava claro e do lado de fora podia ouvir os passarinhos cantando. Não tinha a mínima ideia de que horas eram, só sacudiu a morena de leve até vê-la acordar.
- Bom dia - disse com carinho.
Tentava ignorar as dores nas costas por ter dormindo em um lugar tão duro e sem poder mudar de posição. Nada confortável.
- Bom dia - a morena sorriu sem mostrar os dentes. - Já amanheceu?
- Já. Vamos ajeitar as coisas?
Ela somente assentiu e assim se levantaram ao mesmo tempo, guardaram as coisas de volta na bolsa e saíram finalmente da estrutura responsável por facilitar a navegação de várias embarcações. Marcela poderia jurar que nunca em sua vida tinha vivido algo tão lindo quanto aquele momento ao abrir a porta pesada do farol.
O dia estava lindo, não havia uma nuvem sequer no céu de um azul esplendoroso. Passarinhos e diversas outras espécies de aves voavam livremente entre a flora única da Ilha. Foi impossível não sorrir com tamanha beleza. Ao longe era possível ver as praias de São Conrado e Barra da Tijuca. Nem parecia que na noite anterior o mundo estava desabando em tempestade.
A loira semicerrou os olhos com a claridade repentina e ofuscante, as costas gritavam de dor.
- Será que pensaram que a gente morreu? - Gizelly perguntou enquanto começaram a descer o leve desnível repleto de vegetação rasteira.
- É bem provável - riu com a possibilidade. - Acho que a minha irmã vai me matar, eu prometi passar a noite com a minha mãe.
- Me desculpa por isso.
- Está tudo bem, sério. Foi incrível - sorriu e logo estavam em frente a leve escalada de 4 metros.
- Ainda não acabou, torce para o jet não ter sido levado com a tempestade.
Marcela gemeu.
- Não fala isso, pelo amor de Deus - olhou para baixo. - Como eu vou descer isso?
- Eu vou primeiro e você me joga a mochila - Gi se aproximou e deu um selinho demorado nos lábios da loira. - Lá de baixo eu vou te instruindo.
Não tinha outra forma para se fazer, então respirou fundo e se virou de costas para a descida. Começou a descer com cautela, escolhendo bem as pedras menos escorregadias para pisar e segurar. E logo estava lá em baixo pegando a bolsa da mão da professora.
Bom, a descida dela não foi tão fácil quanto a sua. Precisou ficar vários minutos dando instruções e tranquilizando-a, porém no final deu tudo certo e ela saiu sem um único arranhão. O restante da descida era mais fácil, embora estivesse bastante escorregadio devido à chuva do dia anterior. Pouco mais de 10 minutos estavam chegando a pequena faixa de areia onde havia aprendido com firmeza o veículo aquático.

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Santuário
ParanormalEstudar os Santuários Marítimos do Brasil sempre foi um sonho que Marcela, professora universitária da UFRJ, sonhava em fazer desde que decidiu seguir carreira no ramo da biologia marinha. Mal sabia ela que o verdadeiro santuário estava bem mais pr...