68- Nem Pensar

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Antes tarde do que nunca, né? Hahahahha

A mamãe aqui viajou e só pegou no celular ontem. Não consegui escrever porque tive que trabalhar. Mas aqui estamos 😎

Boa leitura ♥️

(...)

Aquela poderia ter sido a noite mais longa da vida de Marcela, mas no fundo acabou se tornando inesquecível a ponto de querer que nunca mais acabasse. O lado de fora ainda continuava hostil, os relâmpagos e trovões invadiram o ambiente durante toda a noite. Estava frio e o vento constantemente entrava pelas frestas disponíveis no farol, mas ainda assim a loira estava feliz por estar ao lado da mais nova.

Dormiram abraçadas e cobertas pelo fino tecido da canga colorida. Embora o calor dos corpos unidos aos poucos se tornasse cada vez mais aconchegante, Gizelly ainda tremia em seus braços. Por isso a apertava cada vez mais até que finalmente pegaram no sono.

Marcela percebeu que o dia amanheceu quando tudo dentro do farol estava claro e do lado de fora podia ouvir os passarinhos cantando. Não tinha a mínima ideia de que horas eram, só sacudiu a morena de leve até vê-la acordar.

- Bom dia - disse com carinho.

Tentava ignorar as dores nas costas por ter dormindo em um lugar tão duro e sem poder mudar de posição. Nada confortável.

- Bom dia - a morena sorriu sem mostrar os dentes. - Já amanheceu?

- Já. Vamos ajeitar as coisas?

Ela somente assentiu e assim se levantaram ao mesmo tempo, guardaram as coisas de volta na bolsa e saíram finalmente da estrutura responsável por facilitar a navegação de várias embarcações. Marcela poderia jurar que nunca em sua vida tinha vivido algo tão lindo quanto aquele momento ao abrir a porta pesada do farol.

O dia estava lindo, não havia uma nuvem sequer no céu de um azul esplendoroso. Passarinhos e diversas outras espécies de aves voavam livremente entre a flora única da Ilha. Foi impossível não sorrir com tamanha beleza. Ao longe era possível ver as praias de São Conrado e Barra da Tijuca. Nem parecia que na noite anterior o mundo estava desabando em tempestade.

A loira semicerrou os olhos com a claridade repentina e ofuscante, as costas gritavam de dor.

- Será que pensaram que a gente morreu? - Gizelly perguntou enquanto começaram a descer o leve desnível repleto de vegetação rasteira.

- É bem provável - riu com a possibilidade. - Acho que a minha irmã vai me matar, eu prometi passar a noite com a minha mãe.

- Me desculpa por isso.

- Está tudo bem, sério. Foi incrível - sorriu e logo estavam em frente a leve escalada de 4 metros.

- Ainda não acabou, torce para o jet não ter sido levado com a tempestade.

Marcela gemeu.

- Não fala isso, pelo amor de Deus - olhou para baixo. - Como eu vou descer isso?

- Eu vou primeiro e você me joga a mochila - Gi se aproximou e deu um selinho demorado nos lábios da loira. - Lá de baixo eu vou te instruindo.

Não tinha outra forma para se fazer, então respirou fundo e se virou de costas para a descida. Começou a descer com cautela, escolhendo bem as pedras menos escorregadias para pisar e segurar. E logo estava lá em baixo pegando a bolsa da mão da professora.

Bom, a descida dela não foi tão fácil quanto a sua. Precisou ficar vários minutos dando instruções e tranquilizando-a, porém no final deu tudo certo e ela saiu sem um único arranhão. O restante da descida era mais fácil, embora estivesse bastante escorregadio devido à chuva do dia anterior. Pouco mais de 10 minutos estavam chegando a pequena faixa de areia onde havia aprendido com firmeza o veículo aquático.

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