Oiiiii. Como vou ficar muito ocupada até mais tarde, trouxe o capítulo logo.
E aí, preparados? Aproveitem o capítulo enorme.
Até quinta. ♥️
(...)
A água da banheira estava quente e aconchegante, o frio havia passado, embora do lado de fora do apartamento o temporal estivesse caindo com violência. Ambas ainda estavam sobre o efeito do álcool, mas Gizelly não queria mais brigar, queria se entender e manter o clima leve.
Marcela anunciou que ia beija-la de novo e não conseguiu controlar os sentimentos. Seu coração fazia malabarismo sozinho, como se estivesse ensaiando para uma apresentação de circo. As bocas movimentavam uma sobre a outra, as línguas se encontravam devagar em um beijo lento cheio de carícias. Um beijo diferente de qualquer outro que já tiveram, mais aberto, mais solto, sem preocupações.
Então o barulho do trovão fez Gizelly estremecer e afastar a boca.
- O que foi?
Ela não respondeu, apenas encostou a lateral do corpo no seu e escondeu o rosto em seu pescoço. O lugar voltou a ficar silencioso de novo.
- Gizelly?
- Você vai me achar boba se eu contar.
- O quê? Você tem medo de tempestade?
O rosto escondido na curva de seu pescoço balançou para cima e para baixo. Marcela sorriu e abraçou o corpo dela com carinho. De alguma forma estava se sentindo aliviada por estarem assim, tão próximas, sem o caos rondando como uma praga.
- Não é bobo. Sabia que eu tenho pavor de televisão quebrada?
Gizelly franziu as sobrancelhas e levantou a cabeça para olha-la. Os braços de Marcela estavam em volta de seu corpo, os rostos bem próximos.
- Quê? Você está mentindo.
Marcela riu, um som delicioso.
- Não estou. Quando eu era pequena, minha mãe dizia que se a tela da televisão quebrasse, a gente seria sugado para dentro dela. Eu tenho pavor disso até hoje.
Agora foi a vez de Gi rir, alto e espontânea.
- Meu Deus, tadinha. Por que ela dizia isso?
- Porque meus irmãos e eu sempre brigávamos pela televisão, pelo controle, cada um queria assistir um canal diferente. Então sempre dava merda no final. Depois disso, ninguém brigou mais, todo mundo tinha medo.
Mais uma vez, um estrondo no céu. Gizelly estava rindo quando aconteceu e parou na mesma hora, Marcela sorriu com isso e a puxou para mais perto do corpo. Precisavam sair da água antes que ela começasse a esfriar. Felizmente o prédio tinha para raios, senão teriam que sair dali o mais rápido possível por causa da tempestade.
- A gente precisa sair - disse baixinho no ouvido dela. Gizelly se arrepiou.
- Podemos ficar só mais um pouquinho?
- Só um pouquinho...
E ambas ficaram em silêncio. Marcela mantinha os braços em volta do corpo da morena e, sem perceber, começou um carinho involuntário. Ela estava encostada no seu corpo, de lado, a cabeça encostada em seu ombro e os olhos abertos fitando qualquer ponto aleatório, ou ponto algum. Era estranho se sentir bem em estar perto de alguém, mesmo depois de todo caos que passou, se sentia leve ali. Acariciou o braço dela, descendo devagar e acariciando embaixo d'água, sem pretensão alguma. Quando acariciou entre as costelas e a cintura, notou o corpo sobre o seu estremecer de leve. Aí acordou dos pensamentos e tomou consciência do que estava fazendo e também causando.
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Santuário
ParanormalEstudar os Santuários Marítimos do Brasil sempre foi um sonho que Marcela, professora universitária da UFRJ, sonhava em fazer desde que decidiu seguir carreira no ramo da biologia marinha. Mal sabia ela que o verdadeiro santuário estava bem mais pr...