40- Eu Estou Bem

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Oiiii, voltei! E aí, preparados?

Eu ia voltar só segunda, mas não vou fazer isso com vocês. Vou postar no domingo e sigo terça e quinta como nessa semana, tá?

Boa leitura ♥️

(...)

Quando saiu da casa de Bianca, Gizelly agradeceu mentalmente por o elevador estar no andar, que era inteiro do apartamento da rica safada que se fingia de pobre sem ser. Mas tinha gostado dela e também de Mari, elas eram engraçadas e carismáticas. Tudo ficava leve.

Quando o elevador abriu, saiu do prédio direto para a rua e pegou um táxi logo na cara. Precisava ir para casa, pensar nas coisas. Não era como se não soubesse de toda a magnitude de tudo que estava fazendo. Sabia que estava machucando Marcela, mas era melhor que ela se afastasse.

Não sabia se a amizade seria uma boa ideia, não quando a cada instante sentia vontade de beija-la. Era um desejo insano, absurdo. Dentro do carro só conseguia pensar nas vezes em que ela esteve ocupada com as outras durante o jogo e fervia de ciúmes toda vez. Encostou a cabeça no vidro, sentindo a mente rodar. Estava bêbada e só Deus sabia como não havia entrado em coma alcoólico de tanto que tinha bebido.

O telefone tocava toda hora, por isso tratou logo de colocar no silencioso. No exato momento, viu a mensagem de Rafa e respondeu que havia pegado um táxi. Depois bloqueou a tela e não mexeu mais até chegar em casa. Não queria falar com ninguém.

Sabia que era tudo culpa sua. Gostava da companhia de Marcela e eram amigas hoje por insistência sua, não dela. Era ela quem havia fugido todas as vezes desde o início e sempre insistiu em serem amigas. Agora simplesmente a afastou e se sentia de mãos atadas.

Do lado de fora do carro, a cidade passava adormecida. No viaduto, viu o mar escuro fundido com o céu carregado de nuvens. No som tocava uma música que Gizelly não conhecia, mas não se importava muito, não teria cabeça para prestar atenção de qualquer jeito.

Ao chegar em casa, estava tudo escuro e silencioso. Um paraíso raro. Era muito bom ver a casa daquela forma, lhe trazia uma paz absurda, algo do qual não estava mais acostumada. Caminhou pela sala depois de trancar a porta e decidiu beber mais. Pegou um vinho na adega, uma taça e foi para a cozinha.

Acendeu algumas velas aromáticas como uma tentativa inútil de fazê-la esquecer de tudo. Então foi ao banheiro só com a taça na mão. Colocou a banheira para encher e saiu, sem a taça. Bêbada, esqueceu que já tinha pegado uma e acabou pegando outra na adega. Encheu, bebeu um gole e voltou para cozinha, onde sentou para beber no silêncio do imóvel.

Quando voltou para ver a banheira,  viu a outra taça sobre a pia, abandonada. Acabou rindo sozinha e foi para a cozinha com as duas. Por Poseidon, estava bêbada demais. O que a bebida não fazia com as pessoas? Mas achou graça, tanto que decidiu postar a foto.

Foi aí que Marcela mandou mensagem. Não, não queria falar com ela, não queria ter que falar com ela depois de tudo. Não conseguia formular palavras para ela. Estava irritada, mesmo sabendo que era culpa sua. Decidiu não responder. Foi até a sala pegar a bolsa com as coisas da praia e viu várias fotografias da família sobre uma bancada de madeira beje. Em uma o pai estava segurando um peixe espada recém pescado, na outra a mãe calçava um sapato carérrimo em uma loja e ria para a câmera, e na do meio estavam os três juntos, Gizelly tinha apenas 15 anos na foto, no meio dos dois, com um sorriso amarelo e forçado.

Tombou os 3 retratos, virando a fotografia para baixo.

Então resolveu responder Marcela. Respondeu que estava em casa e ela não acreditou, como se sua palavra não fosse suficiente. Mas sabia também que dava motivos para isso.

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