Oiiii, voltei ♥️
E aí? Vamos de capítulo novo? Espero que gostem, viu?
Beijoooos e boa leitura ♥️
(...)
Gizelly sempre foi uma garota um tanto revoltada com tudo desde criança. Nem sempre era bom ser muito mimada pelos pais, na maioria das vezes não podia fazer nada que as outras crianças normalmente faziam. Todo mundo subia em árvores, escalava os brinquedos dos parquinhos, ficava em pé nos balanços. E simplesmente não podia fazer nada disso, porque a babá nunca deixava, eram as ordens de seus pais.
Quando ficava doente, eles sempre compravam os melhores remédios. Ralados, não podia sonhar em ter, tinha que se portar como uma mocinha e não fazer travessuras. Sempre odiou brincar de bonecas, era louca para jogar bola com as crianças e só conseguia fazer isso na escola, fora das vistas dos pais e da babá.
Nunca precisou lavar uma louça sequer, nem preparar comida, muito menos arrumar a casa. Seus pais pagavam cozinheira, faxineira e pagou uma babá até os 15 anos. Pelo amor de Cristo, precisou brigar muito para eles aposentassem a coitada, porque não precisava mais de babá e eles não entendiam isso.
Então sempre foi cuidada a vida inteira com muito mimo, muito cuidado. Por isso o desespero bateu na hora em que viu que Marcela estava ardendo de febre. Ela tremia de frio, o rosto vermelho e a respiração levemente ofegante. Não sabia o que fazer e saber que a culpa disso era sua, só a fazia ficar mais mal ainda.
Mas precisava fazer alguma coisa. Foi até a sala e vasculhou a maleta de primeiros socorros. Olhou vários remédios, um a um e encontrou um antitérmico. Pegou um copo de água e voltou para o quarto. Antes de sentar ao lado dela, foi até o guarda roupa para pegar algumas peças de roupa quentes, embora não estivesse frio para isso.
- Marcela - a sacudiu com carinho. Ela não acordou. Estava muito preocupada, mas tentou de novo. - Marcela...
Os olhos castanhos abriram devagar, as sobrancelhas franziram, anunciando algum tipo de dor.
- Bom dia... - a voz estava embargada de sono. - Que frio é esse?
- Você está com febre - Gi contou e colocou a mão na testa dela de novo. - Queimando. Eu trouxe um remédio para você.
- Eu estou bem, Gi.
- Não está bem coisa nenhuma - a impediu de se levantar. - Trouxe um termômetro também.
Sabia que ela era teimosa, mas conseguia ser pior ainda. Por isso insistiu até que ela aceitasse colocar o tubinho de vidro na axila, que marcou 39,4 graus. Era muito alta, ela estava tremendo dos pés a cabeça. Depois de se certificar sobre ela ter ou não alergia a algum tipo de medicação, a fez tomar o antitérmico.
- Certo, agora eu posso ir para casa? - A loira indagou, estremecendo e ainda tentando fugir da cama.
- Não - respondeu, com paciência. - Eu vou cuidar de você. Primeiro a gente vai tomar um banho e depois se agasalhar, tudo bem?
- Eu tenho várias coisas para resolver, Gizelly. Natasha está sozinha também, preciso renovar a comida, deve estar tudo mucho, eu não...
- Prometo te levar em casa se sua febre baixar um pouco, mas você precisa colaborar comigo.
- Engraçado você me pedir isso - Marcela estava emburrada.
- Vai querer brigar agora? - Cruzou os braços, a olhando com as sobrancelhas franzidas.
Mas Marcela não respondeu, apenas revirou os olhos e se levantou da cama. Gizelly não estava acostumada com aquilo, mas tentava se mostrar prestativa de alguma maneira. Cuidar dela não era mais do que sua obrigação, afinal ela estava doente pelo simples fato de não tê-la permitido subir para o apartamento, momentos antes da chuva começar a cair.
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Santuário
ParanormalEstudar os Santuários Marítimos do Brasil sempre foi um sonho que Marcela, professora universitária da UFRJ, sonhava em fazer desde que decidiu seguir carreira no ramo da biologia marinha. Mal sabia ela que o verdadeiro santuário estava bem mais pr...